Thursday, June 23, 2011

Com a M80 no Independence of the Seas (Royal Caribbean)

Um ano de intensa actividade, muitas horas gastas em frente ao computador em pesquisas para trabalhos e exames de Mestrado. Saturação, dificuldades de visão, mas uma enorme satisfação pessoal e um grandioso incremento na aprendizagem. Uma experiência gratificante na 4ª década de vida, uma prova de capacidade e de desempenho. Nesta fase em que está em preparação a tese final, persiste o cansaço, a vontade de voltar à vida normal e recuperar o tempo perdido. O tempo que nos dias mais difíceis se considerou perdido, os dias em que não contei a história nem cantei a canção de adormecer a meu lindo André, os fins de semana e os jantares que não fiz com a Maria, companheira de todos os tempos. Dirão que são opções ou prioridades, eu direi que são vontades sem decisão definida, são inquietações que me acompanham ao longo da vida e que me obrigam a não desistir de estudar e estar sempre e cada vez mais informado. É ansiedade pelo desconhecido, vontade de estar na linha da frente. Nesta complexidade de tarefas e de tempos obrigatoriamente organizados, aprende-se a ser gestores de um tempo que julgávamos não existir. Nesse sentido é preciso encontrar todos os métodos que possam contribuir para manter o equilíbrio emocional, aproveitando-os e transformando-os em momento de puro luxo, aquele tempo que é só nosso em que nada nem ninguém nos podem perturbar. Numa destas estratégias na procura de um pouco de distracção decidi consultar o site da rádio que habitualmente me faz companhia, me faz rir, contribuindo para afastar o sono ou algum pensamento menos feliz ou enfadonho que por vezes nos assola o espírito quando temos de enfrentar um dia com muitas horas de trabalho. Depois de alguns dias a ouvir na voz dos animadores mais divertidos da manhã, Miguel Simões e Bárbara Guevara um passatempo sobre um almoço exclusivo a bordo de um dos mais imponentes navios de Cruzeiro, o Independence of the Seas, naveguei pelo site e gastei os meus últimos minutos da noite a conhecer o site da rádio e a explorar os destaques. Inspirado ou talvez já meio adormecido, respondi ao desafio sobre o que seria viajar ou estar a bordo de um navio de cruzeiro. O que respondi a certo, a frase certa, já não sei reproduzir mas foi o que pensamento do momento permitiu construir. Imaginei-me a bordo olhando para o oceano numa noite de luar com o rasto do luar projectado na imensidão do mar. A bordo, luxo, sonho e conforto, enviei e fui dormir. No outro dia logo cedo um telefonema da Catarina da M80 a lembrar-me do concurso e das regras perguntando se gostaria de continuar o concurso. Como não tinha sequer lido o regulamento não sabia o que ela me propunha. Responder a questões sobre o navio em directo na rádio seria o próximo desafio. Aceitei! Em 20 minutos consultei o site da Royalcaribbean, estudando o possível sobre o navio: características, equipamentos e serviços. Entretanto toca o telefone e a primeira resposta sobre os restaurantes a bordo, estava na ponta da língua. O meu adversário também teve sucesso na área dos desportos que se poderiam fazer no navio. A próxima pergunta era sobre o planeta terra. Exigia uma resposta numérica e ganhava quem se aproximasse mais do valor exacto. E foi a percentagem que a hidrosfera ocupa no planeta (70.8%) que me permitiu estar a bordo do magnífico paquete de luxo na passada 4ªfeira dia 22 de Junho. Esta era uma experiência que não queria perder pois um cruzeiro é o tipo de férias que tem estado nos meus projectos, mas sempre adiados por não haver consenso familiar. Muito mar, muita água, muita oscilação têm sido os motivos e os receio que têm adiado a decisão. À hora marcada lá estávamos na Doca de Alcântara, no terminal de cruzeiros. Quando chegámos os autocarros panorâmicos perfilavam-se para acomodar todos os que, a bordo do navio, haviam reservado uma viagem turística para conhecer a mais bela das capitais europeias. No início estávamos um pouco perdidos pois confesso que esperava encontrar alguém da rádio para nos receber. Quando tivemos indicação para entrar dirigimo-nos à zona identificação, onde nos foi dado um questionário de saúde (Public Health Questionaire) com 2 perguntas sobre o estado de saúde dos últimos 7 dias no que se refere ao contacto com peste suína, gripe das aves ou presença de sintomas como febre diarreia ou vómitos nos últimos 2 dias, já respondido com as respostas não. Achei muito interessante alguém anónimo opinar sobre o nosso estado de saúde sem nunca ter sequer olhado para nós. É muito fácil alguém se apresentar com tal sintomatologia, nomeadamente febre, diarreia ou vómitos, sendo estes últimos muito prevalentes. Quando aguardávamos as formalidades de embarque, em tudo idênticas às medidas de segurança dos aeroportos, com raio x e detectores de metais, tivemos oportunidade de perceber a pobreza do local por onde embarcam os nossos turistas de cruzeiro. Trata-se de um armazém, bem cuidado, amplo e minimalista, depois ornamentado com 3 balcões pequenos enquadrados por uma pequena estante, onde estão alinhados alguns ícones que simbolizam os produtos nacionais. Apesar de ser um local de passagem para o embarque, aquele local tem potencialidades que mereciam ser dignificadas. Entretanto conhecemos a nossa guia, a Catarina da Melair, empresa portuguesa representante da Royalcaribbean em Portugal (210 329 416). Após passarmos no Rx crescia a emoção ao avistar o magnífico paquete que emoldurava o cais. À entrada, novas formalidades de embarque com a entrega de um cartão de circulação. Nesta altura já sabíamos que o navio media 339 metros era o maior navio de cruzeiro do mediterrâneo e tinha capacidade para 3600 passageiros e 1500 tripulantes. A viagem deste cruzeiro já era a de regresso, havia-se iniciado em Southampton Inglaterra, tinha percorrido o mar mediterrâneo e após esta passagem por Lisboa, rumava de novo ao Reino Unido. Uma vez todos a bordo, rumamos ao 14º deco num elevador ultra-rápido. Iniciámos a visita por um luxuoso bar denominado winking crow, uma das zonas mais animadas no navio, pois é multifuncional podendo servir de lounge mas também é um local ótimo para ouvir uma banda, tomar uma bebida ou dar um pezinho de dança pois pode ser convertido em discoteca. É a zona do navio onde se pode acompanhar de perto a atracagem. A animação é um dos plus que dá qualidade à companhia de cruzeiros. Próximo desta zona existe uma outra sala (crowne key society) mais reservada apenas para passageiros frequentes (é-se passageiro frequente (gold) após se ter efectuado a primeira viagem na companhia). A próxima paragem foi num local tranquilo e pouco frequentado, a capela do navio (Sky light Chapel). Trata-se de um local de reflexão sem qualquer conotação religiosa, onde qualquer passageiro de qualquer nacionalidade ou religião pode frequentar para uns momentos de meditação. Na sequência do percurso passamos pela sala dos jogos de mesa que podem ser utilizados pelos passageiros sem custos adicionais. Esta conectava-se com o exterior do navio, zona com mais ruído onde pudemos apreciar a parede de escalada, o mini golf e o simulador de bodyboard (Flowrider) um dos equipamentos mais apreciados. Daqui era possível contemplar Lisboa e perceber o quão alto estávamos. A zona que se seguia era reservada aos mais jovens, a Adventures Oceans. Aqui encontra-se desde uma discoteca e sala de jogos para menores de 17 anos, onde os pais não têm autorização para entrar até um bar tipicamente americano onde os mais jovens podem fazer as suas refeições. Estes serviços estão disponíveis mediante pagamentos extra. Mais à frente pudemos contactar com a H2O Zone, também ela mais dedicada aos mais pequenos, onde figuras coloridas espirram repuxos de água por todo o lado. Esta zona encontra-se contigua à zona do solário que está interdita aos mais jovens. Nesta zona também se encontram, um de cada lado do barco, 2 jacuzzis que ultrapassam a largura do navio dando a sensação de suspensão. A piscina de adultos que se encontra nesta zona tem a possibilidade de ser encerrada e funcionar como piscina interior. De volta ao interior do navio fomos conhecer a zona On Air onde se desenrolam os mais divertidos karaokes. Uns metros mais à frente entrámos na fria zona da pista de gelo onde em noites programadas ocorrem magníficos espectáculos sobre o gelo. É um dos poucos navios que dispõe deste tipo de equipamentos. Esta sala é toda transformada e as bancadas podem ser recolhidas transformando o espaço dando-lhe possibilidades multifuncionais. Seguiu-se a visita ao casino e à sala de espectáculos, depois à zona do SPA onde alguns de nós, incluindo eu, pudemos experimentar uma cama de massagem sobre a orientação da simpática tripulante e terapeuta. Por aqui encontram-se salas de tratamentos, de repouso, cabeleireiro e tratamento dentários. No piso abaixo deste pudemos visitar o magnífico ginásio, repleto de equipamentos que deixam muitos ginásios em terra cheios de inveja. No bar Piramide foi-nos servido um welcome cocktail enquanto convivíamos com os outros visitantes e pudemos ver a projecção das fotos da Prova de Golf que decorreu na Quinta do Peru em Sesimbra cuja entrega dos prémios iria acontecer no decorrer do almoço que se seguiria. Para nos deslocarmos para o salão onde seria servido o almoço tivemos oportunidade de passar pela zona mais elegante no cruzeiro, o Promenade. Trata-se de uma majestosa avenida repleta de lojas, cafés, bares e restaurantes, absolutamente magnífica. Ao fundo desta enorme avenida, desnivelado por umas escadas elegantes, entrámos num espectacular salão onde nos aguardava um almoço requintado. Como nunca tinha entrado num paquete a única imagem que guardava era a do salão do Titanic. Esta era idêntica, sumptuosa e requintada. Depois de devidamente orientados pelos Jornalistas da nossa querida rádio sobre que região do salão ocupar, sentámo-nos e logo fomos gentilmente abordados pelos funcionários no sentido de escolhermos os nossos pratos. Como aperitivo, aqui no lugar das entradas, podia optar-se por Smoked Fish Tapenade, mistura de Salmão fumado com cebola, ervas aromáticas e alcaparras, servido com pão tostado ou Insalata Mista, uma mistura de vários verdes, temperado com pimenta vermelha, molho zucchini e azeitonas pretas. Como pratos de entrada, aqui no lugar de pratos principais, a opção recaía sobre Truffed Wild Mushroom Linguini Alfredo, Panko-Cilantro Crusted Catch of the day, filete fresco de peixe servido com arroz basmati, bróculos e molho de espinafres e cognac. A outra opção recaía sobre um Grilled NY Strip Steak, um majestoso bife, servido com batatas, cogumelos aspargo e molho de pimenta preta. Foi-nos proposto para acompanhar a refeição um vinho branco Américano La Terre Merlot California. O serviço foi de excelência. Durante a sobremesa e o café a organização do Golf realizou um sorteio por todos os presentes e mais uma vez fui acarinhado com uma magnífica garrafa de 1,5l de champanhe Freixenet Mágnum Brut e bonbons da Nestle. Os prémios foram sendo entregues, seguindo-se os prémios do golf e no fim o sorteio de um cruzeiro de uma semana. Teminámos o almoço com um obrigado e um adeus aos nossos queridos jornalistas da M80, ooMiguel Simões, a Barbara Guevara, a Paula Fialho, o Francisco e também os voz off que coordenam os contactos com os ouvintes, nomeadamente a Tânia e a Catarina, que tivemos oportunidade de conhecer mais de perto. Voltámos então à zona de entrada, agora para sair e agradecer por mais esta magnífica experiência. Naquela porta ficaram sonhos, projectos e certezas de um dia talvez, voltar.

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