Wednesday, March 25, 2009

MONTE DA QUINTA SUITES (MQS)

A Quinta do Lago é indiscutivelmente uma das zonas mais nobres do Algarve. Ali encontram-se um conjunto de elementos que permitem, em conjunto, caracterizar a zona com índices de qualidade ímpares no país e no Mundo. Este pedaço de terra, de tão nobre carisma, constituindo um enclave entre Vilamoura e Faro, tornou-se pelas suas qualidades, um paraíso natural que reúne condições para a prática de férias em quase todos os domínios. É prendada por praias lindíssimas, pela Ria Formosa, por Campos de Golf que estão entre os melhores do mundo, oferece um parque arquitectónico criteriosamente projectado, conferindo índices de ocupação e de oferta equilibrados. O mais recente exemplo é Monte da Quinta Suites, majestosamente implantado no final da Avenida André Jordan. O edifício sóbrio na sua concepção radial, constitui a última fase de construção do Resort Monte da Quinta e encerra atrás de si, um magnífico “jardim” de moradias de luxo onde nada foi esquecido, feito ou deixado ao acaso. O Hotel tem linhas arquitectónicas elegantes fazendo recordar as antigas mansões senhoriais das grandes propriedades africanas. O lobby é muito diferente de tudo o que já vi, não pela sua morfologia mas sim pelos elementos que compõem a decoração. Ao entrar, somos atraídos para um conflito de espanto e presença, que nos impede de concentrar no momento do check-in. Por cima de nós pairam elementos marinhos imponentes na sua corpulência e no seu porte majestoso que nos tocam pela forma como flutuam raiados pela luz do sol, qual autêntico bailado que nos deixa a sensação de estarmos ali, a assistir, no fundo marinho, a uma apresentação que nos esperava e que nos deixa antever uma estadia cheia de surpresas e de agradável conforto. O acesso às suites é imponente e majestoso pois seguimos ladeados por varandas que ligam os dois pisos e que deixam crescer canas que procuram imperiosamente a luz do sol. Aqui e ali encontram-se quadros que, de tão grandes, também eles funcionam como elementos de ligação entre os pisos permitindo uma observação integral. As suites são uma bela surpresa! São seguramente as mais luxuosas que já visitei. Esperava-nos uma suite T2 (um simpático up-grade que deixa qualquer cliente de água na boca) com dois quartos muito bem decorados, ambos com “closet” e um quarto de banho luxuoso. A nossa estadia, incluída num “pack “designado de “Relax SPA”, previa inúmeros mimos, entre eles um “Welcome Pack Confort Zone”, que permitia ter à disposição nos WC’s inúmeros produtos de amenities, desde o protector solar ao leite de corpo. Os aromas são florais e o toque final é hidratante, suave e perfumado. A sala é ampla, funcional e muito confortável. Os elementos que compõem a decoração têm um design moderno e atractivo. A cozinha é completamente equipada e em pouco metros quadrados tem tudo o que hoje se exige num Hotel Suite com esta qualidade. Da enorme varanda alcança-se uma vista sobre todo o Resort onde estão implantadas as vivendas do Monte da Quinta Club. São inúmeras as Villas, dispostas de forma organizada e harmoniosa numa simbiose perfeita com a paisagem envolvente. A leitura que os olhos deixam fazer é a de que ouve cuidado, muito cuidado na construção, que é abundante sem ser excessiva. Não tive a oportunidade de visitar o complexo de Villas (ficará para outra oportunidade que espero, não faltará). De volta ao Suite Hotel, somos surpreendidos em cada parede com telas muito interessantes que nos obrigam a parar, a olhar e reflectir sobre os pensamentos dos seus autores no momento da sua criação. O que terá levado um pintor a desenhar um quadro que ocupa dois andares com um galo do campo que é esticado até chegar ao 1ºandar? Ou, em que simbolismo terá pensado o autor da tela que se encontra na sala ao lado do bar, onde gatos pretos deambulam sobre uma elegante mesa? A sala do restaurante é minimalista tendo apenas dois apontamentos que se destacam. Presas ao tecto, encontram-se canas trabalhadas e pintadas à mão, numa arte que a mim, me recorda sempre a América Latina/do Sul e terras como o Peru, Argentina e Patagónia. Sobre o balcão do buffet o motivo de atenção é uma tela, enorme, muito azul com um mar num prato e o pequeno barco naquele imenso azul. O pequeno-almoço é de 5 estrelas, nada inferior ao que habitualmente encontramos nas unidades de classificação superior. Em confidência e numa visita de cortesia à nossa mesa, O Sr. Director Daniel Gama e depois de eu elogiar a luxuosidade do hotel, referiu-me que a unidade só não é de 5 estrelas porque as zonas de acesso aos WC’s (referia-se aos “closet’s”) deveriam ter mais 1 metro quadrado. Seguramente, são aspectos técnicos que o cliente não domina, não repara, não o incomoda, mas que a nossa Direcção Geral de Turismo segue com rigor. Vamos ver como se vão adaptar a nova classificação de 6 estrelas para o novíssimo Palácio da Quinta que já nasceu à entrada da Quinta do Lago e que honra a cadeia Hilton no seu produto de luxo convenientemente designado de Conrad.
Nesta mesma sala jantámos na penumbra da luz reduzida, um jantar bem preparado, delicioso e muito sofisticado, como já nos habituámos em unidade com este nível. Escolhemos para entrada um Crepe de Espinafres e Ricotta Gratinada com Mozzarela, uma verdadeira obra de arte culinária e camarão frito com alho. Os pratos principais passaram pelo Robalo Assado com Cogumelos Selvagens sobre Espargos Verdes e Porco Preto Grelhado sobre Risotto de Miscaros e Espargos Brancos. Sem dúvida que o Robalo se destacou pelo conjunto dos sabores que proporcionou. O Risotto era delicioso. A fechar a mesa escolhemos Bolo de Chocolate recheado com Frutos do Bosque, um verdadeiro cocktail de encantos aromáticos, sabores inolvidáveis e de uma presença visual duradoura. A outra escolha recaiu sobre o Creme Brulée com Framboesa. Trata-se de um leite-creme deliciosamente envolvido com framboesas e encimado com uma crosta espessa, estaladiça e deliciosa de açúcar queimado que nos deixa extasiados de prazer.
Volto de novo às zonas de acesso às suites, que, para mim, juntamente com o lobby constituem os elementos nobres daquele lugar mágico. Por entre o verde das canas e a calma da luz solar pode-se observar de qualquer distância o bailado dos peixes suspensos que nos saúdam e recordam que aquele lugar é de paz. Nos próprios corredores de acesso, que mostram bom gosto e inteligência arquitectónica, dá vontade de estar, tal é a fusão entre os elementos de construção (chão, paredes, varandas) os apontamentos de decoração, o verde suave das plantas e a luz ténue do sol.
Um apontamento para o Magnólia SPA, que disponibiliza uma generosa variedade de experiências de saúde e bem-estar, para além de uma belíssima piscina interior, um jacuzzi quente e outro frio e uma agora moderna zona de gelo para nos envolvermos antes de provarmos as delicias do contraste do quente e do frio. O Ginásio é muito bom, tem em variedade e em quantidade equipamentos de grande qualidade, pouco habituais em unidade de 4 estrelas e mesmo em algumas de 5 estrelas que frequento. O responsável daquele espaço, o Gonçalo, lá me abordou no sentido de realizar um treino acompanhado ao que eu retorqui dizendo que, estava habituado a treinar só e que as minhas experiências com os PT’s não tinham sido as melhores. No final do treino aceitei a sugestão e entreguei-me a um número razoável de exercícios apenas com uma bola e com a sua orientação. Fiquei rendido. Quero voltar!