Sunday, November 18, 2007

7, Figo, Alba Resort


A expectativa era muita quando decidimos finalmente conhecerer o Resort mandado edificar pelo Internacional do Futebol Luis Figo. A decisão estava tomada à muito tempo, mas as exobitantes tarifas praticadas deixaram arrastar a estadia naquele edílico local. Certo dia, sem certezas ou determinações, entrei no Booking.com e fiquei fascinado com a tarifa oferecida por este sistema de venda online e não exitei, mandei mail à Maria e avançámos com a reserva no Suite Alba Resort. Rumámos ao Algarve no feriado de 01 de Novembro. Depois de almoçarmos com o meu irmão, cunhada e sobrinhas, num restaurante de aspecto simples, mas de cozinha requintada, em frente a Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel and SPA, lá fomos nós à descoberta da praia de Albandeira. Preciso partilhar com os visitantes do blog a ementa que nos esperava naquele restaurante de esplanada vermelha cheia de cadeiras de plástico de uma qualquer marca de cerveja nacional. Comemos um arroz de míscaros (cogumelos) acompanhado de uma corvina grelhada que estavam divinalmente confeccionados. Foi uma experiência e uma revolução emocional para os sentidos. Tanto assim foi que não tivemos coragem para deixar ficar o arroz que sobrou e com a maior das honestidades pedimos ao dono do restaurante um recipiente para levar o resto. Com as orientações do meu irmão que já é algarvio, facilmente encontrámos o caminho para o paraíso, pois na Estrada Nacional 125, logo a seguir à Escola Internacional, lá invertemos a marcha para seguir as placas que referiam entre outras, a praia de Benagil. Só mais à frente é que somos informados da orientação para o Alba Resort. O caminho é rural e vai deixando para trás pequenas moradias isoladas até se entrar num caminho onde só passa um carro de cada vez. É um caminho difícil, pois se se cruzarem 2 carros, um terá de recuar até encontrar um pequeno resguardado feito para isso, para estacionar enquanto o outro forasteiro avança. É estranho percorrer aquele caminho e questionamo-nos se defacto para lá dele, existe mesmo um resort de 5 estrelas. Estes pensamentos rapidamente são interrompidos com a chegada ao hotel que surge discreto numa ordem natural em que a natureza e a arquitectura se complementam sem agressividade. Depois do check-in, seguimos num buggy (vulgo carro de golf) (pois os carros não têm permissão para circular dentro da aldeia, assim se encontram dispersas as moradias que albergam as suites, fazendo lembrar uma pequena aldeia). até aos nossos aposentos. Esperáva-nos uma Suite com 100 metros quadrados, muito bem mobilada e decorada, estilo neo-classico. O conforto e o requinte rodeiam-nos naqueles metros quadrados de luxo. Depois de conhecida a Suite fomos à descoberta de outros encantos pois o fim da tarde aproximava-se e com ele o frio vindo do mar. O ex-libris do resort é sem dúvida a piscina panorâmica, pois apesar da temperatura não estar convidativa para dar um mergulho, os nosso olhos são conduzidos para aquela linha de água que representa o fim da piscina e o início do imenso oceano. A separá-los encontram-se apenas as duas tonalidades de azul e depois é deixar a imaginação e o pensamento saírem e navegar mar adentro. O Sol já vinha baixo mas ainda fomos visitar a encantadora enseada de poucos metros de areia e emoldurada com rocha recortadas por grutas de formas e dimensões variadas, a praia de Albandeira. O sol poe-se ao longe e deixa um rasto de ouro que pincela a encosta e mostra-nos a sua arte de pintar as rochas e o mar com um sentido tão belo e real que nos conforta a alma e nos faz sentir o verdadeiro sentido da vida. Já era escuro quando fomos estrear a magnífica piscina interior, que, tal como a exterior também se projecta para o horizonte marinho. As instalações são magníficas, desde os balneários ao mobiliário de apoio à piscina. A temperatura da água é agradável e os diversos jactos permitem-nos passar uns momentos de pura diversão enquanto contemplamos o caír da noite e o vento a sacudir os arbustos lá fora.
Dormir naquele paraíso foi um prazer redobrado pois para além do conforto da Suite, o silêncio era verdadeiramente de ouro. O espaço dedicado ao restaurante é todo ele numa tenda que avança agregada a um pequeno edifício onde se encontra a entrada e todos os espaços de apoio. O pequeno-almoço é normal, para não dizer vulgar, pois tratando-se de um resort de 5 estrelas, confesso que esperava mais. Um aspecto extremamente desagradável, que me deixou estupfacto e que não posso deixar de referir, foi a presença de uma grande quantidade e moscas que pairavam sobre todos os ingredientes que compunham a mais nobre das refeições do dia e a pouca preocupação do staff para impedir os vorazes animais ou de comerem os piteus ou simplesmente de deixarem os seus parasitas sobre os deliciosos croissants. Claro que haviam muitos motivos para esquecer este incidente inaceitável num resort com esta classificação, bastava olhar em frente para voltar ao paraíso, pois o sol e a proximidade do mar, não nos deixavam esquecer o quão bela é a natureza e o previlégio que temos de poder estar ali a viver aquela simbiose. E os dias sucederam-se até ao dia da despedida. Após o check-out, outro incidente fez-nos pensar, ou melhor, ter a certeza de que unidades de 5 esrelas que não estejam integradas em cadeias internacionais, ou são geridas com sensibilidade ou deixam má impressão para quem, como eu, aprecia a gentileza e a distinção. Imaginem que pedi ao funcionário apoio para trazer a bagagem de volta para o carro e ele, olhando para o relógio (09H50min) deu a entender que o bagageiro ainda não tinha chegado. Aceitei o argumento dizendo que esperaria pois seria difícil carregar a bagagem sem apoio uma vez que o parque se encontra na entrada do resort e existem limitações de circulação no hotel. Claro que a espera terminou quando decidimos carregar com as malas e agradecer na recepçao o bagageiro que afinal ainda não tinha entrado ao serviço e despedimo-nos do paraíso com a sensação de que a natureza precisa sempre de um gesto humano para ser perfeita.

Sunday, November 11, 2007

A Oeste tudo de Novo (Marriott Golf & Beach Resort Hotel)

Este ano o dia do meu aniversário esteve rodeado de magníficas e surpreendentes surpresas. Isto quando se entra nos 40’as é estranho, mas começa a sensação de que parte da vida já passou e que é preciso aproveitar bem o tempo que falta. No sentido deste espírito, eu e a minha mulher iniciámos à cerca de 1 ano a marcação de deliciosas surpresas mútuas que culminam com a escolha de um restaurante de referência, conhecido ou não, divulgado ou não nas revistas e a estadia num local encantado com todas as estrelas que os nossos aniversários merecem. E assim foi mais este ano. Para degustar uma deliciosa refeição em dia de aniversário, a surpresa estava na saída 12 da auto-estrada A8, seguindo a direcção do Carvalhal. Aí fica o magnífico restaurante Mãe d'agua, edificado num antigo casão. Ainda mantém toda a traça original, com um elevadíssimo pé-alto, paredes em pedra rústica e um ambiente calmo e apetitoso. Experimentámos a deliciosa Lasanha de Cherne e sobre o sabor desta não consigo tecer nenhuma palavra, é mesmo necessário ir lá provar. A vitela à acoreana vem servida em prato de barro com deliciosas baratas fritas em rodelas. Os sabores são verdadeiras experiências gourmet. A seguir a este aventura gastronómica rumámos a Oeste onde nos esperava uma verdadeira tentação, onde todos os sonhos são possívies de realizar. Entrar no Marriot Golf & Beach Resort é uma verdadeira aventura para os sentidos. A boa impressão começa logo no check-in com a recepção por pessoas extremamente competentes e dedicadas a encantar os hóspedes. No que nos diz respeito ficámos de queixo caído quando nos foi anunciado o up-grade para uma suite junior por se tratar de uma data especial. Não imaginam como esta atitude nos enchem de energia e de boas sensações. Depois os mimos continuam com a entrega da chave do carro para ser parqueado por mais um competentíssimo funcionário. Bem, depois inicia-se uma experiência inolvidável que mantém os sentidos despertos e a alma apurada tal é a quantidade de sensações boas e novas. A entrada na suite é triunfal: cama king size, menu de almofadas, mini bar com maquina de café privada, chá, vinho,champagne, roupões e uma paisagem arrebatadora. O olhar da varanda deixa os olhos pincelados de verde e azul, fruto do casamento perfeito entre o green do golf e o azul do imenso oceano atlântico. Nestes momentos de experiências a cores, cria-se um conflito que nos leva a experimentar o reinado de conforto daquele espaço profissionalmente decorado para nos sentirmos monarcas por umas horas, com a certeza de que o painel colorido está ali, para lá dos vidros das janelas, sempre que o quizermos voltar a ver. Seguem-se uns momentos de repouso e um passeio pelos jardins e piscinas do hotel. Tudo está meticulosamente cuidado e projectado com extrema elegância. O dia ajuda, pois o sol de Outono mantém-se fiel mesmo neste local característico onde o microclima quase sempre nos rouba a possibilidade de um dia bonito de sol. O hotel está calmo e convida a perguiçar ao sol, mas o nosso programa de Salute Per Acua obriga-nos a ir vestir os roupões e antes da revigorante massagem, ainda tivemos tempo para umas braçadas na piscina interior e uns momento de imersão no potente Jacuzzi. Depois fomos encaminhados por uma terapêuta para um gabinete de massagem onde as maõs e os óleos (os meus de palma e de lima) me fizeram esquecer o cansaço, o dia e as dores musculares para me concentrar naquelas mãos e no bem que me estavam a fazer. Quando nos preparávamos para jantar fomos surpreendidos com a chegada ao quarto de champagne, bolo de chocolate e morangos, naturalmente mais uma cortesia deste magnífico resort. Estes mimos revigoram as pessoas fazendo-as reflectir sobre a dádiva da vida e a perfeição do mundo. Eu dei Graças a Deus por poder estar a viver todos aqueles momentos, cheios de encanto e glamour com a pessoa que escolhi para estar ao meu lado. Quando regressámos do jantar pudemos apreciar o lobby e os bares do hotel, agora com iluminações pensadas e colocadas com vedadeira arte decorativa. Dormimos nas nuvens pois a cama estava preparada para um conforto fora do comum. Sentimos uma maciêz incrível vinda daquele colchão. Tratava-se de um edredon tipo sobre-colchão que dava um toque elegante e fofo e transmitia a sensação de se estar a dormir suspenso sobre flocos de algodão. O acordar foi tão sereno que não havia vontade de nada fazer. À chegada ao pequeno almoço fomos abençoados com mais encanto e glamour. Foi sem dúvida o melhor pequeno almoço de hotel que já tive o previlégio de degustar. Foi um verdadeiro pequeno almoço gourmet. Depois, e antes de partir, ainda nos pudemos deliciar com uns momentos de leitura em esteiras confortáveis viradas ao sol.

Wednesday, October 17, 2007

De Espanha, bom tempo, bons Resorts e excelente gastronomia (Barceló Punta Umbría Beach Resort ).

É verdade, eu até agora ainda não conseguiu aplicar ao nosso país vizinho a expressão clássica de que: "de Espanha nem bom vento nem bom casamento". Defacto em Espanha só tenho encontrado coisas boas no que diz respeito à política de turismo. O mais recente resort que encontrei da conceituada cadeia Barceló está a escassos 30 km da fronteira algarvia e implantado numa zona de paisagem deslumbrante, onde o respeito pela natureza é irrepreensível. O caminho até lá é sereno e muito tranquilo: seguindo a via rápida para Sevilha, desvia-se em Cartaya e segue-se em direcção a El Rompido (obrigatório conhecer). Logo a seguir surge a localidade de El Portil que segue ao longo da linha de costa, com o seu conhecido Campo de Golf. Mais à frente surge-nos Punta Umbria, onde a cadeia Barceló já tinha uma unidade hoteleira (o Hotel Barcelo Punta Umbria) e agora estão em construção mais 3 resorts de grande envergadura. Um deles já está concluído, trata-se do Barceló Punta Umbria Beach Resort, que se liga por uma estrutura arquitectónica tipo "obra de arte" a um outro a abrir em 2008 e que já tem nome: o Barceló Punta Umbria Dunas. Na sequência desta construção segue-se um centro de convenções que culmina com outra unidade hoteleira que a cadeia Barceló chama de Barceló Punta Umbria Mar. É impressionante a dimensão da obra. Todas as unidades estão ligadas por estruturas aéreas como se de varandas de vidro se tratassem. Mas, caracterizando um pouco a região. Punta Umbria tem 13 km de praias de águas calmas e pouco profundas, emolduradas à retaguarda por uma mata de pinheiros mansos de beleza fascinante. Dos hoteis até à praia existem passadeiras de madeira sobre-elevadas em relação às dunas permitindo apreciar as diversas espécies vegetais que por ali proliferam e crescem em harmonia sem correrem o risco de serem esmagadas pels nossos pés. Para além disso consegue-se chegar à praia sem a ardua sensação de areia nos sapatos. Por toda a mata existem trilhos e carreiros para se passear, fazer jogging ou andar de bicicleta e, naturalmente, caixotes do lixo e sinaléctica com todas as advertências e recomendações em relação à natureza. Em relação ao hotel, fomos encontrar um resort com arquitectura tipicamente andalusa, com pateos internos e varandins, pintado com cores terra e fogo e um verdadeiro sentido tropical a começar pelo desenho da sua gigantesca piscina. O espaço exterior é enorme, muito bem tratado e convidativo ao ócio e ao lazer. As crianças encontram um espaço próprio com escorregas e baloiços, com piso sintético, insufláveis e 2 piscinas próprias para eles. Os quartos são generosos, decorados com muito gosto, mostrando um verdadeiro ar de modernidade (Ex: cabeceiras de cama com luz integrada, estrados e colchões muito confortáveis, camas com 2 metros, televisores LCD de parede, WC com zona de banho e sanitas separadas por portas de correr, etc). O lobby do hotel, os bares e o restaurante, estão decorados com muito bom gosto em tons de preto e castanho, com papel de parede e mobiliário com muito contraste de cores, padrões e tecidos, mas que funcionam na perfeição dando uma beleza e transmitindo um conforto que convida a estar simplesmente por ali sentado a apreciar a arte de decorar e a sentir a verdadeira sensação do dolce fare niente. O restaurante buffet era fabuloso, com piteus deliciosos e quase infinitos. Recordo-me de um shot de melão que bebemos logo na primeira noite e que tive dificuldade em perceber qual o paladar dominante, cheguei a pensar tratar-se de um fruto com aniz. Os legumes grelhados deixaram-nos absolutamente entregues aos mais sublimes sabores. Para terem uma ideia havia uma parte do buffet só dedicado a azeites e vinagres aromáticos, com uma expressão considerável e com os quais qualquer cliente podia temperar e fazer experiências a seu belo gosto. Voltando ao espaço exterior, apesar de generoso e bem cuidado estava carente de cor verde, refiro-me aos espaços ajardinados. Não foi uma aposta dos arquitectos. Havia muitas zonas com tejoleira e pouca expressão de jardim. Esta é por ventura a única crítica que consigo atribuir a este magnífico resort. Recomendo-vos uma visita, pois vale muito a pena. Para além de tudo o que aqui deixei, a relação qualidade/preço rapidamente torna este hotel com uma opção de primeira escolha.

Friday, June 22, 2007

Caraíbas ao Sul da Península Ibérica (Puerto Antilla Grand Hotel)

E esta é a verdade tropical que tenho para partilhar convosco. Logo ali na saída da fronteira, mais precisamente à distância de 18km (via rápida de Sevilla-saíde Lepe-direcção Islantilha), encontrei um verdadeiro luxo tropical. Trata-se do Puerto Antilla Grand Hotel (4 estrelas), que para além de um icone notável do turismo da região, representa a atmosféra e a magia dos trópicos que só consegui encontrar em Punta Cana nas Caraíbas, sendo necessário aferir o aspecto da temperatura das águas marinhas para que o cenário fique perfeito. O hotel transborda de beleza, quer pelos traços da sua arquitectura , em linhas perfeitamente andaluzas, quer pela cor (tijolo) e disposição espacial. Os jardins foram criteriosamente desenhados para oferecerem conforto e tranquilidade. Como o resort está na primeira linha de praia, mesmo nas piscinas se consegue sentir e cheirar o ar do mar. É um local ideial para passar uns dias muito agradáveis em família, reune o facto de estar próximo das terras lusas, ser económico (mais que o nosso Algarve) ter uma infinidade de actividades para míudos e graúdos, mas também locais de lazer deslumbrantes onde se pode simplesmente estar a ler ou a contemplar a arquitectura e rara beleza interior do edifício, qual jardim interior cuidado ao mais infímo pormenor. As noites tanto podem ser de glamour como ter uma conotação mais popular, embora se possam apreciar os vários ambientes em função do local do hotel onde se queira estar. A música de piano é uma constante e defacto, o cenário completa-se com o jogo de luzes e confortáveis locais de descanso. Os jardins exteriores são ricos em piscinas , espaços verdes e de lazer. Estão imaculadamente tratados. As opções gastrónómicas são variadas, podendo optar-se por refeições "à lá carte" ou o regime de buffet (recomendado para quem vais com crianças). As múltiplas opções ao dispôr são todas cuidadosamente confeccionadas. Recomendo os grelhados de carne e os vários menús ousados que fazem dos legumes as melhores iguarias. O serviço é muito bom chegando mesmo, em muitos aspectos, aos serviços disponibilizados num 5 estrelas. O staff é competente e extraordinariamente simpático. É uma experiência a não perder.

Wednesday, June 20, 2007

Barcelona, elegante, popular e sofisticada

O que dizer sobre Barcelona ou como iniciar este post. Bem, Barcelona é uma cidade, como diz o título, elegante, que vive de braços abertos para o mar. Consegue surpreender pela sua imaculada arquitectura e claro, respira arte e cultura por todas as esquinas. Não me impressionei com a Sagrada família e confesso que nem sequer entrei no monumento, pois ele não convida a entrar. Tem gruas e andaimes a cobrir grande parte da sua eterna reconstrução, não tanto na frente mas nas suas torres laterais. Mas, Barcelona não é só Sagrada Família. Barcelona é arte, cultura, gastronomia e excentricidade. Imaginem o que vimos em pleno Passeig de Gracia (uma das artérias mais chiques da cidade) um novo conceito de naturismo designado de nudismo urbano. É verdade, nus integrais a passearem-se em pleno dia pela cidade. O Passeig de Gracia é uma avenida enquadrada por edifícios de arquitectura que me faz lembrar a época renascentista e é nesta avenida que se podem observar as famosas casas arquitectadas pelo Gaudi, nomeadamente a Casa Batló e La Pedrera. A última projectada com formas onduladas. Que terá o Gaudi pensado quando projectou este edifício? Seria trazer o mar para o centro da cidade? É que todo o edifício faz lembrar as ondas do mar. A avenida termina na central e palpitante Plaza Catalunya que é o centro nevralgico da cidade. Funciona como se fosse um grande ponto de encontro, pois é de lá que se desce para as famosas Ramblas, partem os autocarros turísticos, chegam todas as linhas de metro (...). A palavra Rambla deriva do árabe ramla, que significa «leito de rio»; de facto, o que são agora as ruas foi outrora o leito de um rio. Caracterizar as Ramblas é difícil, pois cada pessoa sente o ambiente à sua maneira. Mas é sem dúvida a antítese do ambiente artistico-cultural da cidade. É uma artéria imensa (1.2Km), como a maioria das avenidas da cidade que preservam e respeitam os peões criando espaços centrais pedonais com árvores e jardins. Nas Ramblas vive-se o expoente máximo da arte popular. É um local onde toda a gente vai e onde podemos encontrar as mais diversas manifestações de estados de espirítos ou de formas de sobrevivência. Ainda não percebi porque é que as pessoas se vestem de árvores ou se maquilham à pirata ou imitam animais ou se transformam em árvores de fruto. É sem dúvida um estado de alma. Mas é imperdível descer as Ramblas (que vão tendo toponímicas diferentes em função dos bairros que atravessam) e principalmente saír delas e derivar e deixar-se perder pelas as ruas laterais onde se encontram praças lindíssimas e bairros de sonho. Aqui à a destacar o Bairro Gótico (do lado direito das Ramblas quando estamos virados para a Plaza Catalunya). É o bairro onde viveu Picasso (1895-1904) e onde nasceu Juan Miró e onde viveu parte da sua juventude. Caracteriza-se por edifício altos e antigos e ruas estreitas. A gigante Catedral Gótica de Barcelona é um ponto importante de interesse dentro do bairro gótico e à volta dela podem-se apreciar alguns bons exemplos de arquitectura gótica e muros romanos. No final das Ramblas encontramos o Monumento Colón, dedidado ao grande explorador Cristovão Colombo e logo a seguir, o mar. É nesta zona que se podem contratar passeios de barco pela linha da costa (quem comprar o Barcelona Card, tem um passeio de 1,5 horas já incluido no preço e comprando pela internet poupa-se uns trocos que dá para mais um dia de viagens) ou tours de Helicóptero e é onde se pode subir ao teleférico que nos transporta para uma zona elevada, o planalto/parque de Montjuic. Recomendo este passeio pois conseguem-se ângulos aéreos da cidade, que de outra forma só o helicóptero permite alcançar mas a custos muitos elevados (o preço de teleférico é de 9 euros por pessoa, sem desconto com o Barcelona Card e sem direito à simpatia do vendedor dos bilhetes (na bilheteira do lado da montanha) que é um mal disposto permanente, mas felizmente o único que vi em Barcelona, pois em todos os outros locais da cidade por onde andei as pessoas têm um ar feliz, muito simpático e educado). A orla marítima está muito bem preservada e percebe-se que foi alvo de intervenções de remodelação pois todos os espaços e mobiliários urbanos estão bem conservados. Ouve uma autêntica conquista ao mar em alguns locais onde pontes e decos de madeira se estendem mar adentro criando uma espécie de prolongamento da cidade suspensa sobre a água. Logo a seguir ao monumento Colón, já dento de água encontra-se um edifício que faz lembrar um estádio de futebol que compreende o Fórum e um luxuoso Hotel da Cadeia Eurostar (Grande Hotel) que tem vistas magníficas sobre o porto marítimo. Mais para a esquerda, entre as praias de Icaria e Barceloneta encontra-se o magnífico Porto Olímpico, onde para além dos veleiros de luxo em quantidades apreciáveis se podem encontrar numeroso bares e restaurantes para todos e gostos e bolsas. A praia de Barceloneta é bonita e organizada. Tem pistas para jogging, ginásio na areia, plateia com vista virada ao mar, duches e postos de socorros restaurantes e bares. É uma zona calma e bonita. Voltando agora de novo para a arte e cultura catalã, há a destacar o Parque Guell (Gaudi). Vale a pena visitar. É o Ex-libris da cidade. É um parque gigastesco, numa zona elevada da cidade onde se assiste à verdadeira dimensão artistica e sensibilidade do Sr. Gaudi. E, para quem não sabe, O Gaudi foi porventura o pai da reciclagem pois extraía das fábricas de cerámica os desperdícios (digo pedaços de azulejos) e foi com eles que cobriu grande parte das suas esculturas, muros, varandins. É este tipo de arte que se pode apreciar no parque Gaudi. Nos dias de calor é muito quente mas tem refúgios sombrios onde se pode descansar e ouvir por entre as árvores os sons clássicos dos violinos que quase sempre se encontram no parque, instrumentados por mãos tão vocacionadas, que, se fecharmos os olhos, com o mais leve dos pensametos nos imaginamos na mais melódica das capitais europeias (Viena). Apontando agora a descrição para os aspecto gastronómicos, defacto so catalães primam pelo bom gosto no que diz respeito à gastronomia. Pudemos saborear deliciosos grelhados de vaca (assado de tira) que recomendo, assim como mistas de legumes grelhados que são deliciosos. Se estes menus forem degustados nas elegantes churrasqueiras espalhadas pelas artérias mais emblemáticas, então o prazer é total. Mais perto do mar podem apreciar-se pratos de marisco, recomendo mexilhões à la mariñera e Navallas grelhadas que vêm temperadas com ervas aromáticas e limão. E tudo isto, hoje em dia, à distância de 1H30min de avião a preços avulso nas companhias de Low Coast. Viajámos na Vueling que nos deixou boquiabertos com a competência e organização. Barcelona vale a pena.

Sunday, January 14, 2007

Concerto de Ano Novo-Strauss, Viena, Lisboa,Coliseu

Existem por aí canções populares, daquelas que com três estrofes se faz uma melodia inteira e que, com tamanha simplicidade, todos a sabem cantar, porque é fácil de decorar. Todas elas dizem Ano Novo Vida Nova. E é bem verdade, com a passagem de ano, algo em nós se renova, apesar de estarmos a envelhecer. Estranho não é? Acreditamos nestes breves momento de passagem de ano, que estes momentos hão-de ter um significdo especial, não só para nós mas também para o mundo, o planeta. Acredita-se na renovação, num mundo melhor. A música e a beleza que ela nos transmite, faz-nos sentir e acreditar na paz e na beleza do mundo. Aqui a música clássica é soberana no despertar dos sentidos. Nada como começar o Ano Novo a ouvir um concerto de Ano Novo. E foi o que fizemos eu e a Micá. Como ainda não fomos a Viena, decidimos, após escolhida a indumentária, rumar ao Coliseu e assistir aí ao Concerto Strauss. Fabuloso, arrebatador e envolvente. A soprano, o ballet e até o maestro dançaram. Sabem do que não gostei? Da sala. O coliseu não tem status para receber aquele tipo de músicos. Não tem sonoridade, não brilha, não tem acústica. E também não gostei nada da forma como a maioria das pessoas se apresentaram para aquele evento. Eu ia cheio de expectativa, talvez o pecado tivesses começado por aí. Não vi gente bonita, muito menos bem vestida. Então todos os meus companheiros de sala lá levaram as suas roupas de todos os dias. Não se assiste a um concerto assim. Acho que os preparativos deverão iniciar-se logo em casa, na escolha da roupa. Essa preocupação transforma-nos, pelo menos é assim que eu openso e foi assim que aconteceu comigo.

Thursday, January 11, 2007

El Ultimo Tango em Lisboa

Se pensam que neste texto vos vou deixar algumas informações sobre a minha perícia em dançar, enganam-se. Embora seja um fã incondicional das músicas latinas e das expressões corporais a que elas obrigam e provocam, o Tango aqui é outro. É o Tango dos maxilares e das papilas gustativas. Fica no bairro alto e cheira a América Latina. É um restaurante muitíssimo agradável, pequeno, com luz amarela difusa, com 2 arcos e uma cozinha à vista. A carne merece ser saboreada. É grelhada à nossa frente, é suculenta e tenta-nos para continuarmos a adulterar a linha. O «asado de tira» (entrecosto de novilho) e «bife de cuadril» (alcatra) são declicioso. A não perder a cerveja Argentina. Todos os pratos de carne são apresentados em tábua de madeira, ladeados por batata assada em papel de prata com leve recheio de manteiga, alho e salsa, e por um molhinho de agriões; à parte, o castiço molho «chimichurri». As sobremesas não são muitas, mas são seleccionadas. A pêra bêbeda é servida com gelado de limão e o contacto deste, com o vinho onde a pêra se embebedou provoca-nos na boca o mais sublime dos prazeres gustativos. Claro que para quem não quer perder pitada da cozinha Argentina, é obrigatório provar o "dulce de leche". É uma espécie de pasta com sabor aveludado a caramelo. Nas paredes encontram-se os mais diversos objectos decorativos alusivos à cultura Argentina e, do ambiente, sai o som do Tango que nos provoca e, não fosse a concentração para apreciar todo aquele mundo de sabores, o nosso corpo de certeza que estaria no ambiente próprio para balançar ao ritmo d'el tango.

Lisboa Natal "by Night"

E cumprindo mais uma quadra do Natal Cristão, Lisboa encheu-se de luz e cor. Motivo de alegria para quem gosta desta cidade, mesmo quando ela é despida deste manto iluminado. Para mim, Lisboa brilha sempre, o ano inteiro! O Tejo, as colinas e o Sol dão-lhe a vida, a luz e a alma que os nossos convidados estrangeiros tanto apreciam e, naturalmente, nós também. Lisboa à noite, todos os Natais, se veste com motivos luminosos alusivos à época. O ex-libris desta festa de luz é naturalmente a gigantesca árvore de Natal da Praça do Comércio. Que sentimos quando descemos as ruas e avenidas e caminhamos por debaixo de um tecto de luz? Que significado tem para cada um de nós participar e viver ao passar e sentir que a luz nos olha de cima e nos ilumina e nos faz sentir o centro das atenções. Lembra-nos que estamos vivos e quão é bom estar ali a observar e a absorver aquela aura. Mudará no momento a nossa condição? Aquele brilho ilumina-nos a alma? Faz-nos mudar a perpectiva de olhar o mundo? Ou transmite-nos apenas momentos isolados de fantasia? Acho que nos falta a todos a humildade e a sabedoria para vivermos e participarmos verdadeiramente no espírito do Natal. Digo-vos isto porque continuamos todos a passar indiferentes, depois de nos passearmos nos "corredores" da luz, ao lado dos que sofrem e que nada têm. Muitas vezes toda esta luz até incomoda os sem abrigo que tentam tapar-se para encontrarem o sono à muito perdido. Então que bem é que as luzes nos fazem? Não trará toda aquela luminosidade benifício algum? Quando os motivos luminosos são concebidos em forma de laços, sinos, bolas, renas ou árvores de Natal, não serão desenhados com a intenção de provocar intensionalmente alguma mudança do espírito de cada um? E essa mudança que se quer provocar é uma alteração de conduta, de comportamento ou de valores? Vêem-se melhores acções nesta época? Não teremos dúvidas que sim. Será para nos desculpar-mos e mostrarmos ao mundo que conseguimos uma vez por ano sermos melhores? Acho que somos capazes de fazer melhor mesmo sem luz, porque a luz de que necessitamos para ajudar não está suspensa por cima das nossas cabeças, mas sim bem dentro de cada um.