Sunday, June 12, 2011

Ciência, investigação e laser

Um contacto por e-mail, um link para um encontro. Seria apenas mais um? O título era diferente, apelativo, um encontro de investigadores com espaço para apresentação de projectos e teses de mestrado e doutoramento. Em plena elaboração da minha tese de mestrado, algumas palavras de incentivo de uma colega e acertos pontuais com o orientador e é elaborado o abstract para enviar. Passado o tempo regulamentar previsto pela organização eis a resposta, resumo aceite. Um frio na barriga mil e uma projecções para preparar a apresentação e a elaboração de um artigo completo pelo meio. Esta é a sequência normal para procedimentos deste tipo, normal para quem está habituado ao academismo. A ciência sempre me fascinou e as etapas da vida académica têm constituído um percurso estimulante no meu caminho profissional, mas preparar e apresentar trabalhos em encontros e congressos é uma nova etapa que apenas agora se iniciou com este ciclo de estudos de mestrado que decidi percorrer já na 4ª década de vida. O local escolhido para o encontro de investigadores dispensa qualquer apresentação, pois em Tróia cada canto tem a sua própria história inscrita com simples palavras pela mais sábia das ciências, a natureza. Ao chegar ao encontro que já ia no seu 2º ano de vida, encontrei um pequeno conjunto de pessoas entre organizadores, palestrantes e assistentes. E ali estava eu no meio de um grupo e pessoas que de todas as formas se interessavam por investigação. Foi uma sensação diferente, gratificante mas estranha. A abertura foi feita por convidados estrangeiros que nos recordaram que a investigação não tem barreiras, nem pontes, nem distâncias. O ambiente que se viveu foi único e deixou marcas e frutos. Ali estávamos, no meio uns dos outros em pequenos grupos de trabalho a falar sobre o que éramos, o que fazíamos, que experiências tínhamos e o que entendíamos por investigação em Qualidade. Uma experiência única. O dia correu com sessões de trabalho e apresentações com coffee breaks discretos mas elegantes pois a crise obriga a restrições. Depois de ouvirmos alguns colegas nas suas apresentações o ambiente tornou-se tão intimista que ficou a sensação que já nos conhecíamos desde sempre e que aquele tempo era de pura aprendizagem. Que encontro era aquele onde pessoas com diferentes origens se uniam com um interesse comum, falar sobre Qualidade quer fosse nas autarquias, na gestão, nas finanças ou na saúde. Um autêntico laboratório de ensaio. Seguiu-se o almoço que ficou a cargo das irrepreensíveis mãos dos chefes do Tróia-Resort. Aqueles aromas, sabores e apresentação requerem também eles seguramente alguma investigação. Um pormenor interessante foi a restrição de vinhos ao almoço, pois a contenção de custos assim o obrigou e foi interessante a compreensão e adesão de todos os presentes a esta nova forma de estar. O convívio esteve sempre presente, nos grupos de trabalho com uns, nos intervalos com outros e no almoço com outros ainda. Os temas de interesse comum sucederam-se, a troca de experiências, mais próximas junto dos que já se conheciam e inaugurais para os novos elementos. O novo acordo ortográfico circulou à volta da nossa mesa deixando transparecer as diversas e algumas vincadas opiniões de uns, as dificuldades e as aceitações de outros. Chegada a hora de apresentação do trabalho era preciso mostrar com rigor o que se pretendia com o projecto. Depois de ter revisto a matéria vezes sem conta ao longo do dia, tinha chegado a hora e, correu muito bem a julgar pelos comnetários muito pertinentes por parte dos responsáveis pela condução das sessões (Professoras Cláudia e Margarida Eiras) e palavras de preocupação do Sr. Prof. Paulo Sampaio da Universidade do Minho e um dos responsáveis da organização. Coisas únicas a que não estou /estamos habituados e que não são de todo uma realidade em outros encontros ou congressos. Chegado ao fim, o encontro deixou marcas de identidade e repto para o futuro. Talvez um congresso de âmbito apenas nacional ou talvez logo internacional. Uma verdade ficou, a de que é possível fazer coisas com poucos recursos e com muita vontade. Aqui cito de novo as palavras do Sr. Prof. P.Sampaio, que refere que os grupos de trabalho, as redes e as associações são aquilo que as pessoas querem que elas sejam, pois felizmente ainda é necessária a intervenção humana com a sua criatividade, emoção, os estados de humor e com prazer em fazer coisas. Uma palavra de apreço à equipa da comissão organizadora nas pessoas dos Srs. Professores A. Ramos Pires e Paulo Sampaio da Universidade do Minho pela iniciativa, pelo dinamismo, diria mesmo pela coragem e pelo exemplo.
Como o dia do encontro foi inteiramente dedicado à ciência e como Tróia merece ficar, fiquei. Tróia! Tenho dificuldade em falar sobre Tróia talvez por me sentir demasiado envolvido e próximo da sua história e do seu percurso ao longo dos tempos. Conheço Tróia desde sempre, desde que era desconhecida e selvagem, desorganizada mas sempre bela. A Tróia das famílias, dos dias inteirinhos na praia quando o sol ainda não fazia mal (ou não se sabia), dos almoços de praia e dos garrafões. Depois veio a industrialização ditada pela necessidade da modernização e do desenvolvimento da península com potencialidades sem fim. Praias de água cristalina, areia branca, pinhal, golfe, natureza e um pôr do sol emoldurado por detrás de uma serra esculpida pelos tempos. As implosões ditaram o início deste novo destino turístico. Hoje Tróia é sofisticada, cheia de glamour com várias opções de estadia e restauração, mas para uma gama mais restrita de frequentadores. As mesmas torres outrora designadas de Rosamar, Tulipamar e Magnóliamar, hoje rebatizadas com nomes do reino da hidroresfera (cuja percentagem que ocupa no planeta (70.8%), me concedeu na semana passada, num passatempo da rádio que habitualmente ouço, passaporte para um magnífico almoço a bordo de um dos mais sofisticados paquetes de férias da actualidade, o Independece of the Sea da cadeia Royalcaribean uma experiência a merecer destaque no próximo post, mais informações em http://www.royalcaribbean.com/) em Tróia-Mar, Tróia-Rio e Tróia-Lagoa, respectivamente. O projecto foi bem conseguido dando sempre lugar de destaque à natureza. Os arruamentos foram aproveitados e repensados, todos os acessos à praia foram projectados em cima de passagens de madeira suspensa permitindo à vegetação local um crescimento e proliferação tranquilas. Os aparthóteis foram reestruturados com níveis de conforto ao nível das estrelas que os classificam. Os serviços são bons e o staff presente e cordial. A moldura arquitectónica entretanto cresceu disponibilizando apartamentos com vista mar e serra, moradias em banda, geminadas e villas. Tudo está projectado com pormenor, com respeito pelo homem e pela natureza. Entretanto na torre que não tinha nome nasceu um magnífico hotel de 5 estrelas, o Tróia Design Hotel da Cadeia Blue&Green (Grupo Amorim), que juntamente com o Casino se tornaram no centro de todas as atenções deste local abraçado pelo rio Sado e protegido pela serra da Arrábida. Não é difícil encontrar por aqui restaurantes sofisticados, ambientes seleccionados para ocasiões especiais, geladarias com os melhores gelados do mundo e bólides como os apetecíveis Férraris, fazendo lembrar um qualquer outro local da Europa seja a costeira Cote d’Azur ou o sofisticado Lago de Como às portas de Milão. Tróia é assim e importa conhecê-la e redescobri-la.

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