Sunday, June 19, 2011

Clínica de Golf (Aldeia dos Capuchos)

Rádio M 80, todos os êxitos dos anos 70, 80 e 90. É assim que se anuncia esta rádio cuja sintonização se diversifica nas várias regiões do país. Rádio de audição simples, há quem sinta saudades do seu tempo de adolescência quando ouve Pink Floyd, Duran Duran, Madonna ou Eagles. Com as rádios como em tudo, cada um escolhe a sua e ouve o que a vontade determina. Muitos escolhem ouvir a rádio onde estão os seus comunicadores preferidos, aqueles que de manhã fazem equipa com os que, vespertinamente se deslocam para mais um dia de trabalho. Ouvir rádio é bom, animado, tranquilizador. É companhia, projecção, sonho e viagem. É saudade, nostalgia, pode ser amor, concentração, distracção ou simplesmente alegria. Ouvir rádio é isto tudo e tudo o mais o que os adjectivos podem classificar: porreiro, espectacular, calmo, vibrante, cultural ou nostálgico. Por todas estas razões chego a ligar o rádio antes da ignição do carro. É impensável conduzir em silêncio! Numa das minhas manhãs na deslocação para o trabalho, a rádio que me faz sentir os tempos passados, propunha treinos de golf em família com o patrocínio da CN Sports. Interessante a ideia, uma manhã divertida e a aprendizagem dos primeiros passos de um dos desportos mais jogados no mundo. Inscrições feitas, confirmação por e-mail e lá foram três gerações da familia aprender a jogar golf. O local desta aventura foi no campo de golf da Aldeia dos Capuchos, localidade de localização altaneira sobre a arriba da Costa da Caparica. A vista do miradouro dos Capuchos (ao lado do Convento do Capuchos) é absolutamente extraordinária. Avista-se grande parte da cidade de Lisboa e os olhos conseguem alcançar a linha de costa até ao Cabo Espichel. Um autêntico bálsamo para a alma. Chegada a hora lá nos dirigimos ao Club House (junto das intalações do Hotel Meliã Capuchos). Uns momento de espera no luxuoso bar e é hora de seguir as pegadas do Prof. Manuel em direcção ao driving range, termo que designa a área do campo destina ao treino do swing (movimento de rotação que o corpo faz para efectuar a pancada de golfe e que produz o efeito de propulsão, que dá distância às pancadas). Todos entusiasmados ouvimos atentamente todas as explicações dadas e tentávamos familiarizar-nos com a terminologia própria da modalidade. Pormenores como a constituição e as funções de cada um dos tacos são importantes para qualquer golfista. Aprendemos que a base, face ou a cabeça, que é a parte onde se dá o impacto com a bola, tem diversas ângulações e que à medida que se reduz a ângulação mais baixa é lançada a bola e vice-versa e que as ângulações variam de 4 em 4 graus em sentido crescente com a numeração dos tacos. Outro aspecto importante é a dimensão da vara em relação à altura do jogador. A posição do tronco, que deverá manter-se com a coluna direita, joelhos afastados à largura dos ombros e ligeiramente flectidos parecem, esses sim, ser a fórmula para uma boa posição, tacada e lançamento. A forma de segurar o taco é especial e diferente do que estamos habituados. Estão descritas várias formas mas a recomendada é aquela em que se segura o taco com a mão esquerda com o polegar ao longo da vara e a segurar bem o taco apoiado pela mão direita com o dedo mindinho encaixado no indicador da mão esquerda. Posição estranha esta das mãos que logo anunciou a existência de tendões onde nos esquecemos que existem.
Percebemos que não existe uma fórmula mágica para se ser um jogador de golf com sucesso, a fórmula parece estar no treinar, treinar, treinar. Para os que se sentem afastados deste mundo e acham que nunca conseguirão, enganem-se e venham treinar e verão que quanto mais bolas lançarem melhor é o desempenho. Soubemos ainda que os bons jogadores mundiais treinam golf todos os dias.
Após alguns bons momentos de diversão cumprindo todas as regras e orientações do professor, lá fomos dar tacadas para treinar o corpo e a mente. A concentração parece ser também ela um dos ingredientes da fórmula para se ter sucesso. Os melhores golfistas do mundo não ganham todos os torneios, pois parece que o sucesso é multi-factorial e como estas coisas do corpo e da mente requerem aprendizagem e harmonia continuas. A perfeição é um estado longe de alcançar. Gastos que estavam dois cestos e meio de bolas com 40 bolas cada um, era tempo de experimentarmos numa nova zona do campo, outra faceta deste desporto. No putting green, foi-nos explicado que era necessário perceber a linha da bola e a linha de relevo do campo para estabelecer as respectivas compensações com o corpo e com o taco. Aqui, o objectivo é colocar as bolas nos buracos com o mínimo de tacadas possível. A posição do corpo é outra, a forma de pegar no taco é mais livre embora nos tenha sido recomendado aquela que aprendemos. A bola aqui é colocada à distância em que cai na vertical a partir da sua projecção da direcção do olho e o tronco trabalha inclinado para a frente com os braços dobrados.
Depois de bons momentos de convívios e espírito de equipa despedimo-nos de uma manhã muito bem passada, diferente, que deixou saudades para um mundo apetecível e de uma beleza natural arrepiante.

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