Saturday, July 20, 2013

Europa de contrastes-Arquitétura de uma viagem: Itália (Pomezia), Alemanha (Berlim), Polónia (Szczecin, Jastrzebia Gorá, Gdynia, Gdansk, Torun´, Wroclav, Cracóvia, Varsóvia), Letónia (Riga) no verão de 2013

Parece que a palavra crise já faz parte das descrições dos posts deste blog há algum tempo. Será que, tal como a crise financeira, veio para ficar? Bem, se pensarmos que estes períodos de conturbação e de dificuldades trazem algo de positivo, então habituamo-nos a escrever encostados à sombra da crise. Mas pensará quem lê estas reflexões, que sentido positivo faz, uma crise desta dimensão? É fácil pensar mas será muito mais complexo operacionalizar. O sentido prático é o de que estes tempos de aperto obrigam a reajustamentos na vida das pessoas. É necessário pensar, para os mais cautelosos, em cada detalhe daquilo que já não nos incomodava e julgávamos ser um dado adquirido. É necessário pensar em atos simples e gestos banais como é ir às compras, comprar roupas, fazer um fim de semana ou até uma qualquer extravagância daquelas que julgamos merecer porque nos dedicamos afincadamente ao trabalho e damos respostas às responsabilidades que nos são atribuídas. Mas agora é necessário reinventar o modo como olhamos para o quotidiano e nas opções que tomamos. A gestão passou a fazer parte do modo como compramos, como nos
alimentamos como organizamos os nossos gastos e catalogamos as nossas prioridades. Com este sentido de gestão e de responsabilidade podemos continuar a ter alguma qualidade de vida. Para isso, é necessário abdicar de algumas coisas mas com o espírito prático de que não são perdas mas sim readaptações pensado que trarão benefícios, talvez até mais saborosos e com sentido de conquista que muitos dos projetos anteriores. Desta forma consegue-se poupar e pensar em férias fora do país mas com gastos controlados e sempre com a inseparável gestão bem presente. Com este sentido atual e responsável projetámos as férias de 2013 com o título referenciado e a seguir descritas neste post. Os voos e as estadias reservadas com a antecedência possível via net já fazem parte absoluta dos nossos registos e projeções. Depois é deixar passar o tempo até a dia da partida para mais uma aventura. Como também já vem sendo hábito e já puderam perceber por outros posts não somos de passar horas infindáveis ao sol sem fazer nada. O nosso espírito é curioso ou incomodado e alimenta-se da diferença e do conhecimento, só assim conseguimos descansar o cérebros e cortar com a rotina. Parece que a envolvência e o cansaço físico de andar, de uma lado para o outro, falar diversas línguas, contactar com diversas realidades monetárias, gastronómicas e culturais são os elementos chave para nos esquecermos da saturação de um ano de trabalho. Para dar cumprimento ao nosso exigente espírito e para satisfazer todos os participantes, orientámos estas férias para diversos ambientes, com várias formas de locomoção e alguma diversidade geográfica. Desta forma os primeiros dias foram passados na costa mediterrânica de Itália, país que já conhecemos mas que é sempre um prazer revisitar.
Por se situar no centro-sul da Europa permite voos económicos e acessos low-cots para outros lugares. Desta vez não voltámos a Roma que continua a ser para nós uma das mais belas cidades da Europa. Rumámos aos arredores, Pomezia que dista cerca de 20 km da capital. Os alojamentos são mais económicos e o acesso à costa é mais prático. Alugar um carro é sempre uma excelente opção pois os custos são muito acessíveis e a liberdade é total. No fornecedor local no aeroporto Leonardo Da Vinci (Fiumicino) em Roma, a empresa Locauto reservava-nos uma agradável surpresa, pois por um custo irrisório em relação à tarifa que havíamos reservado, deu-nos acesso a um carro de uma gama acima e a diesel, que é sempre uma mais-valia em termos de consumo e de conforto. Esta opção trouxe a todos muita satisfação depois de uma longa hora na fila para levantar o veículo.
O bólide que nos esperava era um Audi A1 novinho branco com 2700 km, sendo nós os segundos condutores de tal máquina. A Maria ficou particularmente satisfeita pois é apaixonada por carros brancos e o contraste com o tejadilho preto era a cereja no topo do bolo. E de GPS em riste lá fomos à descoberta da costa mediterrânica de Itália. O alojamento foi estrategicamente escolhido perto do mar mas de acesso fácil à região de Castelgandolfo (local da residência oficial de verão do Papa ou dos Papas) onde nos esperavam lagos românticos e terras encantadoras. O primeiro dia foi reservado para visitar o Lago Albano, elegantemente estendido entre o imaculado verde das colinas que o rodeavam. Em redor dele
encontram-se várias localidades como Rocca de Papa, localidade muito atrativa que por se estender encosta acima permitindo ser avistada de longas distâncias. Outra localidade que nos deixou fascinados foi Frascati. Terra em tons de castanho e beje com edifícios históricos imponente e gentes cordiais e muito prestáveis. Nesta localidade voltei a matar saudades do meu Aperol com spritz num belo espaço com esplanada no centro histórico cuja especialidade eram as Piadinas. As piadinas são uma espécie de crepes de massa tenra e fina recheados com várias opções. A simpática e competente Miriam, funcionária do espaço Circolo Farnetti, foi prestável e muito atenciosa e tudo fez para agradar. O Cristiano que juntamente com a Bárbara
(que não conhecemos) eram os responsáveis do espaço, desfez-se em amabilidades e preparou-me um Aperol com um toque de Campari que estava no ponto. Para acompanhar com o café fomos presenteados com uns biscoitos feitos com vinho da região que se chamam Ciambelline al vino Frascatane com um sabor seco, açucarado, bem aromatizado e muito leve, simplesmente fantástico. Um espaço a recomendar para quem vier visitar estas terras paradisíacas e cheias de história e encanto. A paragem seguinte teve que ser em Castelgandolfo. Trata-se de uma pequena localidade que se debruça sobre o Lago Albano e onde tudo gira em torno de sua santidade, o Papa. É magnífica pelo que representa e por todos os
ângulos por onde se pode espreitar o lago. No final do dia estava prometido um banho no lago mas a coisas não correram conforme previsto pois o fundo era muto lodoso e a sensação era a de que estávamos a pisar areias movediças no sentido literal do termo pois onde se colocavam os pés, estes iam afundando sem se perceber onde iriamos parar, assustador! Nas proximidades deste lago encontra-se outro de pequenas dimensões mas igualmente belo que é o Lago Nemi e que também ele mereceu uma visita. No dia seguinte descemos cerca de 100 km a sul de Roma para visitar a famosa praia de Sperlonga que tem de característico ter o areal da praia em frente ao centro histórico que se ergue colina acima e que juntamente com uma

projeção rochosa que divide o mar permite magníficas paisagens em diversas cotas de altitude. É uma localidade muito atrativa, a praia era ótima mas percebemos que as ruas e o comércio se encontravam desertos e sem clientes. No regresso pela linha da costa parámos numa das muitas praias para refrescar a pele dos 32 graus que se faziam sentir. Um aspeto a destacar é que a maioria das praias têm exploração privadas de concessionários pelo que os espaços para colocar chapéus e toalhas de forma livre, é escasso. E como nos tempos de lazer o tempo voa, rapidamente chegámos ao penúltimo dia da nossa permanência em Itália. Com temperaturas a convidar para uns bons mergulhos no mediterrâneo

apenas descemos até Anzio (cerca de 30 km a sul de Santa Paloma), para visitar mais esta localidade. Acabámos por não a achar muito atrativa. Tal como em Sperlonga, a praia estava esgotada e as ruas desertas. Para se comer qualquer coisa foi necessário procurar com afinco pois apesar dos inúmeros restaurantes que se estendiam pela praia e pelo porto de pesca, os preços eram inacessíveis para quem procura férias a custos controlados. Verificámos também que a motivação de quem estava à frente dos negócios era pouco ou nenhuma. Mesmo tendo as mesas vazias viam-se cozinheiros e empregados de mesa sentados e debruçados sobre as mesas numa apatia estranha. Debaixo de um sol escaldante lá encontramos
uma esplanada de um pequeno restaurante para nos consolarmos com uns saborosos calamares e uma pizza deliciosa. Tudo muito caro e servido com pouco interesse. Com a fome saciada rumámos a Torvaianica e subimos um pouco mais a linha de costa em direção a Roma para passar umas boas horas entre mergulhos e um magnífico sol nas praias livres de Capocotta. Trata-se de uma região muito agradável com inúmeras praias em sistema livre onde convivem todos os tipos de tendências, desde os amantes do naturismo até àqueles que optam por outras escolhas sexuais. Tudo é limpo, definido e atrativo. Os bares de praia oferecem diversos serviços de apoio e pode-se dormitar ao sol ouvindo uma bela musica italiana. A zona referida
encontra-se rodeada de mata pelo que é um local preferencial para a prática de prostituição que se encontra com abundância. E assim chegou ao fim a nossa permanência junto ao mar quente da bacia mediterrânica e com dificuldade deixámos aquelas longas horas de permanência na água quentinha. No outro dia era tempo de nos despedirmos do nosso companheiro branco e preto que os transportou em 1ª classe e com elegância pelos caminhos percorridos entre os lagos e o mar. Bem cedo tínhamos voo para Berlim a bordo da Lufthansa que nos recebeu com a distinção a que já nos habituou. Da compacta refeição faziam parte um delicioso pão escuro de sementes com salame ou queijo brie e um apetitoso iogute de frutos   
silvestres que nos deliciou depois de uma noite interrompida pelo despertador. Em Berlim reservámos um hotel a 2 estações de bus de uma zona de acesso ao metro. Valeu a pena pois o preço era muito mais em conta, o hotel era excelente e a localização, na avenida mais elegante da cidade onde se localiza o reinado da maioria das marcas internacionais. Uma verdadeira catedral do consumo chique. O hotel Ku Damm 101 recebeu-nos com uma deliciosa limonada temperada com hortelã que ajudou a retemperar as energias depois do percurso do aeroporto. Para aceder ao hotel foi necessário adquirir os bilhetes para os transportes públicos logo no aeroporto, tarefa que não se revelou fácil à primeira tentativa. As máquinas automáticas
são intuitivas mas esperávamos entre os vários menus, um que nos permitisse escolher vários bilhetes numa só compra, mas de facto não era assim, apenas se podia comprar um bilhete de cada vez e para um dia de cada vez. Estas complexidades obrigam-nos a adaptações constantes e à procura de raciocínios rápidos para resoluções eficazes, depois foi só encontrar a paragem do autocarro 109 na direção de Zoologischer Garten (Zoo) e percorrer 12 estações até Adenauerplatz e trocar para o M19 ou M29. Como nos apeteceu esticar as pernas percorremos o resto do caminho (2 estações de bus) a pé para ir interagindo com a elegância da avenida Kurfunstendamm e cerca de 15 minutos depois encontrámos a porta do hotel. Após um
duche retemperador aproveitámos a tarde para visitar alguns locais que são pontos obrigatório para quem visita Berlim pela primeira vez.
A partir de Adenauerplatz dirigimo-nos para Alexanderplatz que é uma praça enorme na zona oriental da cidade. Como optámos pelo metro U-bahn e não o S-bahn tivemos que percorrer 16 estações para lá chegar uma vez que a praça se situa na zona oriental da cidade. É uma praça onde se concentram milhares de pessoas e para ondem convergem inúmeros autocarros e linhas de metro e está rodeada de grandes Shoppings sendo o Kaufhof um excelente exemplo (é mais ou menos o nosso Corte Inglês) distinto, caro e sofisticado. Saindo dessa praça deparamo-nos logo com a gigantesca torre de televisão de Berlim onde se pode aceder de elevador para aqueles que querem apreciar a magnífica vista. Logo a seguir à torre
encontra-se outra grande praça onde se pode apreciar a fonte de Neptuno, o edifício da câmara municipal e a igreja de Maria (Marienkirche). Caminhando na direção do rio aproximamo-nos da zona da ilha dos museus que alberga 5 museus e é uma área património mundial da humanidade pela Unesco. Aqui estão a Catedral de Berlim, o museu de arte antiga e de arte moderna, o Pergamonmuseum que tem no seu interior um grande templo da Grécia Antiga e o Bode-Museum. Ficam ainda na região o museu de história alemã e o museu de história natural. Neste 1º dia ainda conseguimos chegar ao Portão de Bradenburgo mas já muito destruídos pelo cansaço. O restaurante eleito para jantar foi um Grego próximo do hotel que nos serviu uma deliciosa carne de cabrito estufada com legumes e nos presenteou com um shot de uma mistura designada de OUZO mas que para mim cheirava e sabia a aniz dos meus tempos de criança, sim porque eu despejava os restos dos copos nas festas familiares e o aniz estava sempre presente. O segundo dia em Berlim foi aproveitado para tentar visitar o resto e o possível
pois a cidade é enorme e algumas atrações distam algumas boas paragens de metro uma das das outras, mas iniciámos o dia na zona de Postdamer Platz que hoje simboliza a modernidade em Berlim. É uma zona da cidade onde os edifícios cresceram em altura e em modernidade. No trajeto do bus aproveitámos para saír uma paragem antes para visitar o Legoland Discovery Centre para também ir recarregando as baterias do André. Foi um momento muito divertido pois o espaço é muito atrativo e projetado para a diversão da criançada. Este centro encontra-se intregado com moderno complexo de edifícios de betão, vidro e aço com uma arquitetura notável. Alguns metros à frente encontra-se alguns pequenos  
restos do muro de Berlim que ainda permanecem erguidos e a marca no chão por onde o muro se dirigia. Caminhando no sentido do Parlamento encontra-se um Memorial ao Holocausto feito com pedras cinzentas a imitar campas com diversas alturas e alinhamentos. Mais à frente de novo o Portão de Brandenburgo e após atravessar o jardim em frente ao portão encontrámos o Palácio de Reichtag, o edifício do Parlamento, com uma arquitetura fascinante. Ainda neste dia aproveitámos para conhecer a estação ferroviária principal da cidade e tentar perceber como adquirir bilhetes para o nosso próximo destino, Szczecin, já na Polónia. A estação, em alemão Hauptbanhof, é um edifício enorme todo em
vidro e que constitui a maior estação ferroviária com linhas sobrepostas de toda a Europa. Adquirir aqui os bilhetes teve que ser com o apoio de uma colaboradora que apenas se dedica a prestar apoio a quem utiliza as máquinas automáticas. Após este reconhecimento à maior estação da Europa regressámos ao hotel para uns momentos de relaxamento. No outro dia e após regressarmos à Hauptbanhof, de bilhetes na mão, orientados para a plataforma 5 (Gleis em alemão) faltava apenas reconfirmar junto de um funcionário, o que já nos parecia óbvio mas que carecia de dulplo check, o local exato da troca de comboio com destino a Szczecin. Em Angemunde, ainda na Alemanha foi preciso efetuar a troca com 3
minutos de intervalo mas que se revelou fácil pois o comboio onde íamos chegou na linha 3 e a linha 4 com destino à Polónia estava bem assinalada e encontrava-se no mesmo plano da estação, à nossa frente o que evitou escadas e corredores com malas na mão. Cerca de 2 horas após deixarmos Berlim, numa viagem tranquila, chegámos então à estação principal de Szczecin, Glowny, mas o nosso próximo carro estava na estação de Dabie pelo que foi necessário questionar sobre a validade dos bilhetes e como se chegava até esse local. A estação ferroviária de Glowny parecia saída de um filme dos anos 50 e a conversa com a senhora sobre as minhas dúvidas, uma aventura. Perguntei se falava inglês ou alemão e a resposta foi impercetível nas
palavras utilizadas, em polaco claro está, mas facilmente entendível pela expressão aplicada. Estas situações requerem desembaraço rápido pelo que escrever o nome do destino num papel foi suficiente para haver algum entendimento e assim obtive toda a informação de que necessitava com horário de partida do comboio, o numero da linha e a estação de destino da composição de aço. Enquanto procurava esta informação junto dos guichés de informação e após voltar para junto do resto dos viajantes já estes estavam rodeados de um funcionário da estação todo solícito a querer ajudar e a carregar as duas pesadas malas. Quando lhe mostrei o meu destino falou coisas em polaco com outros funcionários mas parecia preocupado e
empenhado em querer ajudar. Então, com uma energia desmesurada caminhou apressadamente pela estação fora com as nossas malas, subiu e desceu escadas e nós atrás dele quais pintos atrás da galinha mãe. Percebi logo que estaria a fazer um serviço para ser compensado financeiramente. O problema é que nós apenas tínhamos alguns poucos euros e nem um zlóti polaco pois caixas multibanco era coisa que não tínhamos encontrado naquela estação. Esforcei-me para lhe transmitir essa preocupação, a de que não tínhamos dinheiro polaco e poucas moedas de euro, mas ele tranquilizou-me dizendo que não fazia mal e lá lhe oferecemos a única moeda de 1 euro que nos sobrava. Já dentro da composição com 2
carruagens a caminho de Dabie Rail Station, surgiu a fiscal dos bilhetes sobre os quais eu havia questionado sobre a sua validade para aquele destino no centro de informações da estação anterior. Claro que dentro do comboio a conversa foi outra e a senhora fiscal disse logo que os bilhetes não serviam. Pegou neles e afastou-se em busca de algum esclarecimento, pensámos nós. E assim foi mas quando voltou mandou-me chamar reconfirmando que os bilhetes não serviam. No meu polaco meio alemão e meio inglês lá lhe consegui explicar que íamos para a estação de Dabie quando ela julgava que íamos para Berlim. O problema é que Dabie em poláco se pronuncia “Dombie” e isso era coisa que eu não sabia. Assim que entendeu
o nosso destino, ficou tranquila referindo que afinal os bilhetes estavam corretos. Ao chegar a  Dabie que afinal é “Dombie”, parecia que tínhamos chegado a um local de guerra. Tudo era velho, pobre, ferrugento e vazio e claro, o nosso carro não estava lá. Isto porque não existia nenhum escritório de rent-a-car, algo que já suspeitávamos pela informação que constava no nosso voucher, que trazia referido que a informação estaria num spot. A sensação foi estranha, de abandono, desinteresse e de irresponsabilidade por parte do fornecedor local. Foi então necessário contactar a empresa de aluguer para que fosse feito o contacto para o fornecedor local e esperar um pouco para que nos fosse trazido o carro que havíamos alugado.
Passados alguns minutos surgiu o nosso carro: um Fiat Panda azul metalizado! Nem queríamos acreditar! Cerca de 30 anos depois voltamos a conduzir um Panda que foi o meu primeiro carro de estudante e que utilizámos enquanto namorados e com o qual explorámos Portugal e Espanha antes de nos casarmos. Explicar isto ao André foi muito divertido e ele ficou agradado e muito recetivo. Quem chegou para me tentar encontrar foi o jovem Yacek com uma folha impressa com o meu nome. Fiz questão de registar esse momento! A primeira preocupação foi perceber se as malas cabiam dentro da bagajeira de tão elegante mas acanhado veículo. Parece que a mala do carro tinha sido feita à medida, encaixaram na perfeição. Depois da assinatura de
toda a papelada e explicadas todas as regras que já conhecíamos, sugeri que o carro fosse lavado pois estava a ser-nos entregue cheio de pó. Isto é impensável num país da Europa ocidental. Então lá fomos até à zona da lavagem, próximo da estação com o Yacek. De Panda a brilhar e de GPS orientado, procurámos o nosso alojamento onde chegámos com cerca de 2 horas de atraso em relação ao previsto. Facilmente encontrámos a rua mas o pior era perceber a numeração que constava na morada pois a referência dizia-nos que o numero era o 1/7. Foi impossível encontrar a porta correta sem pedir ajuda a um jovem residente local que por acaso entendia umas palavras em inglês. Ele lá nos explicou que o primeiro numero se referia ao numero
da porta e o numero a seguir à barra dizia respeito ao apartamento. Quando cheguei ao numero 1 da rua toquei para a campainha numero 7 e surgiu a voz da senhora Malgorzata Filiks dizendo que eu estava no local correto e que nos aguardava. Perguntei se era no 7ºpiso ao que ela contrapôs dizendo que não, que era no 1º andar. Assim fiquei sem perceber a regra da numeração. Uma vez instalados no magnífico apartamento, todo novo, funcional e bem decorado e após recebidas as informações da simpática senhora, lá fomos sentir a Polónia já com outro ânimo. Como o dia tinha sido longo decidimos apenas conhecer o novíssimo shopping Kascade e por lá comer alguma coisa, levantar dinheiro e perceber bem a conversão da
moeda. Percebemos que 1 zloti polaco são cerca de 0,26 cêntímos e assim foi fácil entender os preços. O shopping Kascade é idêntico aos nossos Shoppings ocidentais com muitas lojas que já conhecemos mas com muitas outras desconhecidas e com preços bem convidativos a incentivar as compras. Às 21.30 ainda fomos assistir a um concerto de som, luz, cor e água na fonte em frente ao nosso apartamento, por indicação da senhora que nos recebeu com gentileza. No outro dia decidimos visitar a cidade pela forma mais calma e estruturada que existe. Esta cidade do norte da Polónia tem uma linha vermelha no chão que liga todos os 42 pontos de interesse a serem visitados para quem não conhece a cidade.  Exemplifiquei apenas aqueles que considerei mais representativos sendo esta a ordem a partir da 1ª foto: ponto nº 9-Castelo de Pomeranian  Dukes,  4ª foto, ponto nº 37-Igreja Santuário do Sagrado coação de Jesus e 5ª foto, ponto nº 18- a Royal  Gate, 4ª foto, Assim foi fácil estacionar o
carro e iniciar o trajeto que tem cerca de 7 km mas que por acaso foi por nós realizado ao contrário por não nos termos apercebido logo no início do percurso para onde crescia a numeração. É uma volta muito interessante e despreocupada, pois nunca nos perdemos se não nos afastarmos da linha vermelha e sem preocupação voltamos ao local inicial. Demorámos o dia todo a fazer o percurso pois fizemos algumas incursões por conta própria, comemos gelados, fizemos umas compras e almoçámos. Esteve um dia quente e no final da manhã o André já se queixava de cansaço e de calor. Pelo caminho encontrámos um quiosque que anunciava gelados em forma de rosca em chocolate, de baunilha e com mistura dos dois sabores. Pedi um de
tamanho médio para o André com mistura de ambos os sabores. Quando provámos ficámos maravilhados com o sabor. Voltámos atrás e pedimos outros para nós. O sabor e a marca ficam-nos na memória, Lody. O almoço no restaurante Sphinx, ao lado do Shopping Galáxia, foi fantástico e não foi difícil de escolher pois a ementa era em inglês e era complementada com fotos muito elucidativas. O restaurante era muito atrativo os elementos que mais se destacavam eram os candeeiros feitos em cabaças perfuradas e com incrustações brilhantes por onde a luz refletia, magnífico! Escolhemos Bajeczna Misa Warzyw z Kur Czakjem (Salada de alface, cogumelos e frango, aromatizada com vinagre balsâmico) e Zto Ciste
´Zeberka (ripas de entrecosto grelhado com batatas fritas e salada multicolor), tudo estava delicioso e custou menos de 20 euros. Por esta altura já sabíamos dizer obrigado (dziekuje) e adeus (pożegnanie). De seguida continuámos o nosso percurso até perfazer o resto das estações e voltar a encontrar o nosso 4 rodas azul metalizado. Szczecin valeu muito a pena, é uma cidade pequena, muito organizada, cheia de edifícios históricos e com a ideia original de colocar os turistas na rota certa seguindo a linha vermelha. O próximo destino fica a 370 km de Szczecin em Jastrzebia Góra na ponta oriental da costa da Polónia. É para lá que seguimos amanhã. E, logo de manhã fizemo-nos ao caminho na esperança de que, quer nós quer o nosso Panda, tivessem uma viagem agradável. Ainda mal tínhamos saído das imediações de Szczecin já a fila de trânsito se adensava de uma forma aborrecidamente lenta. Sem saber o que detinha o
andamento do trânsito, aguentámos estoicamente aquele inferno mais de 40 minutos debaixo de
um sol que teimosamente nos escaldava a paciência. Passados cerca de 7 km percebemos que a fila era devida a um desvio para a direita que fazia com que a via rápida de duas faixas se transformava numa só, impensável para quem vive num país que tem estrada para dar e vender e que ninguém utiliza. Depois foi aproveitar a beleza da paisagem que nos fazia lembrar uma mistura do Alentejo por ser sempre plana com o verde característico do que já conhecemos da Alemanha. Tentámos dividir a viagem em duas etapas e cerca de 170km após a partida procurámos um sítio para almoçar. A cidade que se aproximava era Koszalin, nome que já tínhamos na memória pois era o destino do comboio que apanhámos na estação de
Glowny em Szczecin e que nos conduziu a Dabie Rail Station. Avistámos um Shopping logo à entrada mas como era domingo pareceu-nos encerrado e arrisquei e avancei um pouco mais para tentar chegar à linha de costa pois a vontade de conhecer o mar báltico era enorme. O caminho que seguimos revelou-se uma má opção pois estava todo em obras com semáforo a condicionar o trânsito com passagem alternada. Andámos km e km e não avistávamos nada nem ninguém. Quando já todos passávamos mal com fome chegámos a um local onde do nada surgiram centenas de pessoas, barracas de feira, restaurantes e esplanadas, numa localidade que não sei reproduzir o nome. Saciámos a fome com uma deliciosa sopa de tomate como é raro encontrar, seguida de umas costeletas de porco confecionadas com tradição polaca, com batatas aromatizadas com ervas de aroma delicioso e cogumelos. De seguida caminhámos apressadamente para procurar a praia que teimava em não aparecer. Depois
percebemos que toda a frente de mar está protegida por uma imensa mata que se estende quase até á areia da praia, fazendo lembrar a nossa magnífica Tróia. E eis que conhecemos o báltico na praia de Strzezona (falta acentuar o z, coisa que o nosso teclado não permite). A seguir a esta pausa ainda nos faltava mais de 150km para chegar ao destino pelo que apenas parámos no supermercado de raízes portuguesas, o Biedronka e que representa aqui na Polónia o Pingo Doce. Já passava das 19h quando chegámos a Jastrzebia Góra. Encontrar a rua do nosso próximo apartamento não foi coisa difícil com a precisão do nosso GPS mas a complexidade surge quando no voucher vem mencionado um nome e um número de porta e no local o nome que procuramos não existe e o complexo de apartamentos correspondente ao número
tem um nome absolutamente diferente. Acho que só o instinto consegue resolver estas questões. O rececionista era um idoso polaco que não percebia uma palavra nossa. Então puxou de um caderno quadriculado cheio de apontamento e lá estava a nossa reserva que foi confirmada pelo preço que estava acordado. Lá nos conduziu aos aposentos deixando claro que o pagamento era para ser feito logo à entrada. Quando apresentámos o cartão de crédito a resposta deixou-nos atónitos dizendo que não dispunha dessa forma de pagamento. Ficámos perplexos pois no voucher do booking vem referido que esta forma de pagamento é aceite. Claro que este tipo de situações merece um reparo nos comentários do booking. Depois, como manifestámos descontentamento, foi procurar ajuda junto de outro hóspede que sabia falar inglês para nos explicar que o pagamento teria que ser feito no próprio dia. Lá o tranquilizámos dizendo que iríamos arrumar as bagagens e jantar e depois iriamos ao centro da localidade levantar dinheiro. E assim foi! A adaptação a este novo espaço não foi pacífica pois apesar de apresentar
uma decoração simpática não tinha aspeto confortável o que se veio a revelar pelo colchão da cama, mole com sensação de afundamento, roupas de cama com aspeto muito utilizado, a limpeza que nunca foi feita, etc. Um local de facto para não recomendar a ninguém. A localidade é uma zona balnear com km de extensão de praias com acessos numerados por dentro do pinhal. No centro tem uma avenida pedonal cheia de comércio onde se vende de tudo, desde peixe seco, a gelados, brinquedo e bijuterias. Aproveitámos para espreitar a praia mesmo ao anoitecer e para espanto geral percebemos que uma das tradições era lançar balões de ar quente o que conferia à paisagem uma atmosfera única. Vamos permanecer por cá 2
dias e é aqui que comemoramos o 11º aniversário do nosso André que neste momento aguarda ansiosamente que chegue a meia-noite para contabilizar mais um ano de vida. Beijinhos a abraços dados era tempo de descansar para explorar as praias da região que se estendem por uma península com mais de 20 km de comprimento. O dia amanheceu gracioso com um fantástico sol que convidava a uma visita à praia. Percorrermos a península até ao final. Nesta costa é característico o mar estar escondido por detrás das árvores que se estendem até à areia da praia, pelo que só se avistava mar quando a vegetação era mais rasteira. Chegámos a Hel uma simpática localidade no extremo da língua de areia onde a vida depende da praia, do comércio e do aluguer de parqueamentos para os carros. Para chegar à areia da praia é necessário percorrer um longo trilho que se pode fazer de buggy, tal é a distância. Ao
chegar à praia e depois de muito andar, O André encontrou logo um jumpping e passou o tempo aos pulos. Depois era hora de experimentar a temperatura destas águas do mar báltico. Para surpresa minha foi agradável entrar na água e dar uns belos mergulhos. A areia das praias é muito branca e os para-ventos coloridos muito utilizados pelos turistas polacos conferem às areias manchas de um agradável colorido. Por estas paragens utilizam-se também cobertores para estar na praia e que substituem as nossas toalhas. É comum ver as pessoas embrulhadas em cobertores o que não deixa de ser engraçado para um ocidental. Na hora de procurar almoço caminhámos pela praia e procurámos uma saída diferente para explorar um pouco mais a zona. Neste caminho de regresso pudemos observar alguns vestígios da 2ª Guerra Mundial
utlizados pelas tropas polacas para se defenderem dos alemães. Desde antigos locais de observação, a esconderijos, até vestígios de laboratório militares e restaurantes inspirados em temas militares, pudemos observar um pouco do passado que todos querem esquecer. O almoço de aniversário do André foi num simpático restaurante onde nos entendiam em inglês e onde o responsável transbordava simpatia. Ficou feliz ao saber que éramos de Portugal pois o seu pai havia sido marinheiro e já tinha estado em terras lusas. Manifestou enorme vontade de um dia conhecer Lisboa, pelo que lhe deixei o meu e-mail para um dia, quem sabe, nos voltarmos a ver.  Agraciou a nossa presença dizendo que nós havíamos trazido o bom tempo não muito habitual nesta zona do país, pois estamos totalmente a norte da Polónia.
Como em viagem nunca temos bolo de aniversário pedi uma sobremesa típica da Polónia, que é também, tal como na Cróacia, os deliciosos crepes. Solicitei uma vela e assim cantámos os parabéns ao nosso André que tem comemorado os seus aniversários por esse mundo fora. Neste dia à noite ainda nos deslocámos ao centro da localidade pois era necessário ver e-mail, falar no Skype e internet era coisa de que o nosso apartamento não dispunha. Assim foi no Bar Max que encerrámos a noite a falar pelo Skype para o México onde está o compadre e padrinho do André, o nosso grande amigo Miguel e também para ele matar saudades das primas em Lisboa. O Bar Max é o bar mais in do local pelo que ainda nos deliciámos com cocktails e o André ensaiou uns pezinhos de dança numa pista aberta disponível para os mais
dançarinos. No último dia nesta localidade o tempo amanheceu invernoso e estragou-nos o último dia pensado na praia. Perante a enorme camada de nuvens decidimos ir explorar um pouco a cidade de Gdynia, um pouco mais a sul e na direção do nosso próximo destino, para depois podermos dedicar-nos apenas a Gdansk, local onde faremos a próxima paragem. A viagem revelou-se um caos pois ficámos literalmente trancados entre kms de filas de trânsito na zona de Rumia. Foi um desespero! Cansados de filas lá chegámos a Gdynia com o céu carregado e já com fome e a estratégia mais prática foi colocar o carro no parque de um Shopping, almoçar e depois sim, visitar um pouco da cidade cuja zona mais atrativa é a zona do porto de mar. Vimos um navio parecido com a nossa fragata Sagres, uma nau antiga lindíssima e um
navio de guerra visitável a troco de um bilhete. A tarde passou depressa e com receio de voltar ao trânsito parado voltámos para casa. Amanhã dia 24 de julho iremos pernoitar em Gdansk!  A chegada a Gdansk fez-se de forma tranquila pois para fintarmos as intermináveis filas decidimos aproveitar as facilidades do sistema de navegação e procurar uma estrada alternativa por entre o verde dos campos. Desta vez e já mais esclarecidos sobre o significado da dupla numeração das moradas, encontrámos com facilidade o nosso apartamento. O jovem Radostaw já me havia tentado ligar mas como vinha a conduzir numa auto-estrada não consegui atender, pelo que foi preciso contactá-lo e em 5 minutos veio ter connosco. O  
 apartamento Green Hill era estupendo, com um design moderno e confortável. Ficámos deliciados. Feitas as apresentações e explicada a orientação até ao centro histórico, não havia tempo a perder na exploração desta que se veio a revelar uma extraordinária cidade. Desde os arredores que encontramos superfícies comerciais quase lado a lado. O mesmo se verifica no centro da cidade. Estacionado o carro era preciso procurar o centro histórico e pude reparar que as indicações aqui se encontram referidas em 3 línguas (inglês e alemão, para além do polaco) o que facilita a compreensão e a orientação. A cidade estava cheia de turistas e não foi difícil encontrar o que de mais atrativo se pode observar por cá. A maioria dos edifícios
históricos encontram-se à volta da parte antiga da cidade e à beira do rio Motlawa. Quase todas as ruas têm prédios de uma arquitetura fascinante e quando nos aproximamos do rio, o ar é de espanto pelo magnífico quadro que se avista. A margem esquerda do rio é uma montra de arquitectura medieval, restaurantes e esplanadas e pelo rio navegam barcos de várias tipologias que oferecem os seus serviços àqueles que pretendem navegar e avistar a cidade a partir do rio. O ex-libris da cidade é a Crane. Trata-se do maior gindastre em toda a Europa e que permitia a movimentação de carga e a colocação de mastros em navios. Hoje alberga o Museu Marítimo Nacional. Percorrer esta marginal é viver um pedaço da história a apreciar a beleza arquitetónica que se espraia nas águas do Rio Motlawa. Saindo desta zona deve
passar-se por debaixo dos arcos da Green Gate (residência para os monarcas que visitavam a cidade) entra-se numa praça histórica onde se podem apreciar edifícios com arte barroca e a fonte de Neptuno. Um deslumbramento para os olhos.   Com a alma cheia de tanta beleza era tempo de aproveitar as excelentes instalações do apartamento e descansar para no outro dia rumarmos mais a sul ao nosso outro destino, Tórun. Neste trajeto era obrigatório fazer uma pausa em Malbork para visitar o imponente Castelo mandado construir pela Ordem dos Cavaleiros Teutónicos (ordem religiosa romana alemã). Encontra-se na margem direita do Rio Nogat. Foi concluído em 1406 e na altura era o maior castelo gótico construído em tijolos do mundo. Ainda hoje é o maior edifício construído em tijolos vermelhos da Europa e o maior do
mundo em área de construção. Está classificado desde 1997 como património mundial da humanidade pela Unesco e é motivo de autênticas romarias de visitantes que o admiram por dentro e por fora. À volta do castelo existem dezenas de locais de venda de produtos relacionados onde se podem encontrar espadas, fatos de guerreiros, magnetos e estatuetas e até elmos e fatos de dama. Uma curiosidade interessante foi a que encontrámos num dos restaurantes que tentava confecionar os produtos  ao modo da idade média. De fogo no chão e com um enorme caldeirão, cozinhavam uma misturas que a nós nos pareciam couves. Na tentativa de perceber do que se tratava perguntei em Inglês se eram vegetais mas o jovem cozinheiro que mexia a mistura com uma enorme colher de pau respondeu em Polaco e fiquei sem perceber do que se tratava, mas cheirava muito bem. Ao lado estava a zona dos
grelhados com a grelha também montada numa estrutura muito curiosa como nunca tinha visto. Depois da visita aproveitámos para comer alguma coisa em Malbork e encontrámos um simpático restaurante, o Prezystanek Patrzalkowie, onde escolher o que comer, mesmo com ementa em inglês não se revelou fácil. Não fosse a cortesia da muito prestável e bonita funcionária, a coisa não teriam corrido tão bem. Assim pedimos uma sopa do dia que se revelou uma experiência gastronómica espantosa. Era confecionada com cogumelos e outros vegetais e aromatizada com deliciosas ervas. Como sugestão de segundo  prato aceitámos provar: meat dumplings “pierogi”, são uma espécie de

panquecas em forma de rissóis espalmados nas extremidades em forma de flor e recheados com uma mistura de carnes, eram deliciosos. Também aqui provámos a melhor limonada caseira jamais degustada. A chegada a Torun´ fez-se a meio da tarde, já com a temperatura a subir pois o dia tinha amanhecido cinzento. Facilmente encontrámos o alojamento, mesmo no centro histórico ao lado da casa do grande Nicolau Copérnico. Sim, para quem não sabe, Copérnico era Polaco e nasceu em Torun´. A teoria heliocêntrica, uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, foi concebida por este astrónomo e matemático polaco e contrariava a teoria geocêntrica que colocava a terra no centro do universo.
Torun´ é uma cidade museu. Este é sem dúvida o título que melhor lhe assenta pois para onde quer que se olhe, encontra-se arte e beleza. A cidade antiga que data do séx XIII, contém a mais espetacular coleção de arquitetura medieval da Europa e é também classificada pela Unesco como património da humanidade. Percorrendo as ruas encontramos a estátua de Copérnico mandada construir por um escultor de Berlim em 1853 mesmo numa esquina da majestosa catedral da cidade. A casa do cientista era no número 15 da nossa rua. Na verdade são duas casas, a número 15 e a número 17. Pensa-se que terão sido construídas em torno dos séculos XIV/XV. Copérnico nasceu na casa número 15 a 19 de fevereiro de 1473.
Percorrendo as ruas torna-se difícil acompanhar tantos e tão imponentes edifícios históricos de majestosa beleza. Toda a zona histórica se encontra repleta de restaurantes e esplanadas e milhares de pessoas que percorrem as ruas. O dia estava quente e para descansar um pouco procurámos o refúgio de uma igreja majestosa e ricamente decorada onde, no momento decorria uma missa em língua Polaca. Ficámos a assistir pois mesmo não entendendo o idioma era difícil virar costas a tanto deslumbramento. A missa presidida por 3 padres, já ia na sua fase final e após a apresentação do corpo de cristo, seguiram-se os cumprimentos e o ato de comungar do qual o nosso André, enquanto acólito quis fazer parte. A hora já ia adiantada pelo que
era tempo de escolher onde e o que comer. Decidimo-nos por um restaurante típico, o Jan Olbrecht, onde o jantar era servido dentro de pipas. Escolhemos pato e pescoço de porco grelhado com batatas assadas que estavam divinas. Para beber a funcionário sugeriu-nos um mix de 4 cervejas que passo a referir: Olbracht Pils, Smietanka Torun´ska, Pierni Kowe Piwo, Piwo Speejalne. São servidas e 4 pequenas canecas e descrever os sabores não será fácil mas a pils pareceu-me muito normal e as outras que não consigo relacionar com os nomes tinham entre um sabor a frutos vermelhos, até um limão e o mel. Foi sem dúvida mais uma rica experiência para o paladar. Depois do belo repasto gastámos o resto do nosso serão a percorrer as
magníficas ruas do centro histórico, agora iluminadas. Passar a ponte e ver Torun´ a partir do rio Vístula, ao anoitecer, é outro ângulo a não perder. No caminho até à ponte conseguimos encontrar a famosa torre inclinada de Torun´, mais um dos 300 edifícios inscritos na história da arte europeia. E sim, uma torre inclinada, pois no direito das torres inclinadas Pisa não é exclusiva. Pelos registos históricos a ponte foi construída entre os sécs, XIII e XIV sobre terrenos argilosos e começou a manifestar sinais de inclinação logo prematuramente. Tem cerca de 15 metros de altura e uma inclinação de 5 graus. Depois da sua função defensiva, passou a prisão de mulheres e atualmente é um bar com uma esplanada de onde se avista a ponte e o rio numa combinação bela e romântica. Como nos aguardava uma longa viagem no dia seguinte, recolhemos aos nossos aposentos que não nos agradaram de todo, para descansar. A viagem até Wroclaw foi longa, cerca de 270 km. As
primeiras horas da manhã correram bem porque estava ainda relativamente fresco mas a rota definida pelo nosso GPS deixou-nos desolados pois passámos horas infinitas em estradas por dentro de localidade entre semáforos e filas. O que deveria ser uma viagem de cerca de 4 horas com um carro que tem um desempenho modesto, transformou-se num longo percurso de mais de 7 horas. Como nos dirigíamos para sul, as previsões estavam de acordo com o que havíamos consultado na net, cerca de 35 graus. Pelo caminho fizemos uma paragem para almoçar num restaurante daqueles que se anuncia junto à estrada. Para nossa surpresa desde o serviço à confeção dos pratos tudo foi agradável. A dificuldade coloca-se
sempre no primeiro contacto quando pedimos uma ementa em inglês. Nos restaurantes das cidades e das zonas turísticas isso já não constitui um problema mas nas zonas rurais como era o local onde estávamos, ninguém se preocupa com estas questões da língua e do entendimento. Com algum esforço lá olhei para a ementa e algumas coisas já consigo entender, desde a sopa que é zupa até as costeletas que surgem como Kotlet ou ao Goulash que já conheço. E neste esforço de entendimento conseguimos almoçar servidos por uma funcionária simpática que ao ver a minha preocupação com a língua revelou que falava umas palavras de alemão, para minha salvação. Antes de chegarem os pratos presenteou-nos com 3 fatias de bolo de maçã dizendo que era oferta. Como os serviu no início pensei que pudesse dizer
respeito a alguma tradição e perguntei se eram para comer antes ou depois da refeição como sobremesa. Ela tranquilizou-me dizendo que era para comer no final. Serviu-nos ainda umas fatias de pão escuro com sementes com fatias de pepino por cima que eram deliciosas. O goulash estava espantoso e as costeletas, servidas com queijo eram uma tentação para o paladar. Depois de uma semana na Polónia percebemos que as refeições são relativamente baratas, pois conseguimos preços por refeição que podem variar entre os 13 e os 18 euros. Seguindo viagem chegámos a Wroclav já passavam das 16 horas, debaixo de um sol que já
escaldava.  À entrada da cidade fizemos uma paragem técnica num elegante Shopping para adquirirmos alguns produto para os pequenos almoços e para os jantares que gostamos de fazer nos apartamentos. No caso da Polónia praticamente não compensa comprar e fazer ou comer em qualquer restaurante de preço médio, mas o conforto de estar em casa após horas de caminhada, compensa tudo. Um dos produtos que mais tenho apreciado são as cervejas polacas. São encorpadas e com um teor de álcool que se sente. Para além disso, há cervejas com várias misturas muito interessantes, desde o limão, que também conhecemos em Portugal, até à lima, cereja e a toranja. Na tentativa de experimentar sabores desconhecidos, escolhi uma com aromas a toranja que se revelou fabulosa. A nossa nova rececionista, a Anna, já havia estabelecido contacto connosco logo cedo e via sms lá fomos acertando a hora prevista de chegada. Ao chegar junto à zona residencial voltámos a encontrar dificuldade em encontrar o número do bolo de apartamentos, pois este edifício também se encontrava inserido num condomínio privado e a numeração estava inscrita na fachada orientada para a praceta interior pelo que era impossível encontra-la. Mas a Anna andava por ali a circundar os prédios e entre curvas e inversões de marcha trocámos olhares e questionámos sobre quem era quem. O no apartamento era novamente excecional, absolutamente novo, de design moderno e muito confortável. Ficava a cerca de 1 km do
 centro histórico da cidade cujo primeiro reconhecimento foi feito logo no final da tarde do dia da chegada. Estava um calor tórrido pelo que a caminhada foi difícil apesar de curta. À entrada das ruas do centro histórico praticamente em frente ao magnífico edifício da ópera entrámos numa igreja onde se celebrava a eucaristia. Aproveitámos o ambiente fresco e assistimos à missa que é um momento muito apreciado pelo nosso André. Após estes momentos de reflexão avançámos um pouco mais até nos encontrarmos misturados com milhares de pessoas numa praça histórica lindíssima com edifícios e monumentos em todas as direções e soberbamente preservados. Ficámos simplesmente deslumbrados! Pelo
caminho apercebemo-nos de pequenas figuras eu se encontravam junto ao chão e não percebíamos o significado. Aproveitei para fotografar e registar o nome para mais tarde procurar a simbologia na net. Tratam-se de pequenos gnomos espalhados por todo o centro histórico. Não sei quantos são mas parece que por esta cidade é importante olhar para cima para apreciar a arte barroca dos edifícios mas não nos podemos esquecer de olhar para baixo para não perder o encontro dos Gnomos. Diz a história que quando houve a invasão soviética um homem vestiu-se de gnomo e enfrentou os soldados russos. Estes ao verem um homem vestido de uma forma estranha em protesto decidiram poupar-lhe a vida. Existe outra versão desta história que refere que foi um grupo de estudantes de arte conhecidos por laranja alternativa, que
pintava anões sempre que a polícia comunista apagava das paredes qualquer peça de arte ou slogan anti-regime. Estas pequenas criaturas são uma das grandes atrações turísticas da cidade. Estima-se que hajam mais de 180 espalhados pela zona histórica. Conseguimos encontrar pouco mais de meia dúzia deles, mas valeu muito a pena. O centro histórico de Wroclav é um verdadeiro tributo à arte e uma bênção para os olhos. Faz-nos bem ver este legado histórico deixado pelos antepassados e apreciado e preservado pelas gentes de agora. Edifícios como a câmara municipal, a catedral da cidade ou a ópera são locais de visita obrigatória. Mas todos os edifícios do centro histórico são magníficas obras de arte que merecem contemplação cuidada e admiração. Naturalmente que por entre a arte houve sempre tempo para a tentação consumista nas inúmeras superfícies comerciais, algumas de construção recente e de arquitetura arrojada com lojas de cadeias internacionais mas também com muitos espaços desconhecidos para nós e com preços muito atrativos mesmo para os nós que habitamos um país que vive de empréstimos internacionais.
Num dos nossos momentos de pausa junto a uma fonte, perto da Ópera, uma senhora meteu conversa connosco, por nos ouvir falar e perguntou se falávamos português do Brasil ou de Portugal, Era uma senhora Polaca bonita, morena de olhos claros que tinha vivido no Brasil durante 3 anos e recentemente tinha regressado à Polónia. Ficou feliz de poder ouvir de novo a língua portuguesa e de poder praticar um pouco falando com alguém.  Na continuidade do centro histórico existem jardins por onde se pode caminhar aproveitando as sombras e o ar mais fresco que ajudam a suportar os 37 gruas que se fazem sentir. Aqui a atração é o rio Odra e a ilha onde se situa a catedral. Com a orientação do mapa é fácil percorrer toda a zona histórica e encontrar com facilidade os locais que não se podem perder como são o
edifício do museu da universidade ou a Panorama Raclawice Battle. Um pouco mais afastado do centro onde terminámos a nossa visita apreciando o Centennial Hall que é imaginem o único edifício património mundial classificado pela Unesco aqui em Wroclav. Não é uma catedral nem um edifício ou vestígio medieval, trata-se de um centro de congressos ou o salão do centenário como se designa em português. Tem uma cúpula em betão com 62 metros de diâmetro e 42 e mais de 7000 lugares sentados. Ao lado deste edifício fizemos as delicias do dia numa magnífica fonte, designada a fonte multimédia ou das águas dançantes.
Trata-se de uma enorme fonte com repuxos de água que se alternam em diversas direções e concorrem em altitude. Anexa a esta enorme espelho de água existe outra pequena fonte onde dezenas de crianças se refrescam do sol escaldante que se faz sentir, encharcando o corpo e alegrando a alma. Wroclav é uma cidade bela, com arte, que sabe receber. Dos muitos locais por onde temos passeado neste belo país há sempre vestígios nossos ou da nossa língua. Não só em Wroclav mas também noutras cidades nomeadamente em Gdansk ou em Torun´ encontramos curiosidades que fiz questão de registar e publicar para tirar dúvidas aos mais céticos sobre a nossa posição no mundo. Decido juntar tudo numa só imagem e a nossa
querida Mariza que me perdoe pois não é com qualquer intenção maliciosa que a juntei ao vinho ou ao gaspacho ou sequer à possibilidade de se construir uma frase com sentido aproveitando a disposição das imagens. Sempre Mariza é agradável mas sempre Mariza provar ou Mariza sempre provar com gaspacho e vinho alentejano poderá já trazer algum tipo de conotação negativa que não se pretende com a publicação da conjunção destas imagens. Tomar um vinho ou mesmo comer um gaspacho com esta magnífica fadista que ajudou o mundo a conhecer Portugal, isso seria sempre um enorme prazer.
Terminada a visita a Wroclav, chegou o dia de partir rumo àquela que dizem ser a mais bela cidade da Europa. Este é um título difícil pois este velho continente tem cidades tão magníficas que seria difícil atribuir um primeiro lugar a uma delas. Cracóvia dista cerca de 300 km de Wroclav pelo que a viagem teria que começar o mais cedo possível para aproveitar o pouco ar fresco da manhã. Mas na
verdade quando partimos às 09 da manhã a temperatura já ultrapassava os 30 graus. Nada animador para uma viagem num carro sem ar condicionado e sem grande desempenho, o que manteve o que conseguiu manter os ânimos foram as 3,5 horas de viagem apontadas pelo nosso sistema de navegação. Isso significava que a orientação seria por uma auto-estrada e que a viagem duraria metade do tempo das outras que já havíamos feito em dias anteriores. E pela estrada fora de vidros abertos lá fomos ao ritmo que o nosso Fiat Panda permitia. Uma ou outra paragem para calibrar o ar das rodas pois já não era a primeira vez que sentia na direção um ligeiro desvio para o lado esquerdo obrigando a abrandar a velocidade e minimizar a sensação de inclinação para a esquerda. Uma das paragens obrigatórias neste trajeto seria em Auschwitz que dista cerca de 60 km de Cracóvia. Na noite anterior tinha estado a confirmar no Google maps a
distância mas não verifiquei com cuidado o nome da localidade por estar absolutamente confiante que a indicação estaria bem documentada na auto estrada com uma placa informativa de um museu com aliás verificámos inúmeras vezes para outras atrações históricas. Quando nos aproximávamos da distância referidas, os tas 50/60km de Cracóvia e já havíamos passado Katovice, o local para o desvio teria de ser por ali, mas nenhuma referência nos apontava para Auschwitz. Decidi sair numa das saídas da auto estrada que anunciava várias localidades em polaco, claro. Não sei porque saí naquela saída e não em outra antes ou depois daquela, apenas porque me pareceu que um dos nomes mencionados na placa se parecia com Birkenau, o nome do outro campo de concentração. Após a saída entrámos noutra via rápida e fizemos mais alguns quilómetros já tristes e desesperados, apenas para encontrar uma
forma de inverter a marcha, pois não nos tinha surgido até então qualquer informação sobre os campos de concentração. Mas estávamos no caminho certo sem saber pois quando íamos virar à direita para sair da via rápida surgiu uma placa discreta a anunciar o museu de Auschwitz. Depois foi só seguir a estrada e pedir ajuda ao GPS, procurando nas atrações locais os pontos de interesse e lá estava a informação. Percorremos cerca de 18 km até lá chegar mais fizemos uma paragem para almoçar de novo num daqueles restaurantes de beira de estrada. Solicitámos ajuda à menina que nos serviu para nos recomendar os pratos de acordo com a sua escolha, sendo que gostaríamos de experimentar um prato de peixe e outro de carne. Sugeriu o peixe Halibut (risota geral pois halibut em Portugal é creme para o rabo dos bebés) e um frango confecionado a maneira polaca. Como para nós todos os pratos que recomendados eram desconhecidos aguardámos pela chegada do tão esperado petisco, Estava tudo excelente, o peixe
 era panado como a maioria das confeções da polacas e o frango também vinha enrolado e recheado como se fosse uma lula recheada, era o que fazia lembrar. Após este belo repasto eram horas de caminhar até à visita mais difícil, conhecer os campos de concentração. Após perceber as regras para entrar aguardamos cerca de 40 min pelas 15h, hora a partir da qual a visita é gratuita e livre, quer dizer sem guia. Estavam 41 graus e era muito difícil suportar o calor. Eu ia cético em relação àquilo que poderia vir a sentir pois era uma visita que há muito queria fazer. O museu está organizado por temas que se espalham pelos diversos pavilhões. Desde o pavilhão das chegadas ao campo até ao local onde as pessoas dormiam, comiam, se lavavam ou se despiam ou eram executadas. Tudo está feito de forma sóbria mas naturalmente causa um grande impacto pois estão expostas fotografias com muito realismo e expressões muito emotivas que transtornam e transformam o nosso modo de pensar sobre a espécie humana. A visita pode ser efetuada de acordo com a escolha individual podendo-se optar por visitar todos os
pavilhões ou apenas querer visualizar aqueles que por alguma razão mais nos emocionam ou os que nos causam menos impacto ou tristeza se é que isso é possível num museu que retrata a maior crueldade jamais infringida sobre a espécie humana. Naturalmente que há locais de exposição onde é mais fácil estar-se e tentar percecionar com uma atitude humilde e sóbria e outros que são difíceis onde simplesmente ou não se vai ou se entra com um espírito preparado para observar atrocidades que nunca se compreenderão. A mim custou-me muito ver os pavilhões que mostravam fotografias de crianças e homens esqueléticos ou imagens de pessoas a serem executadas inclusivamente uma mão com uma criança ao colo. Foi difícil ver os buracos minúsculos sem espaço e sem ar onde enfiavam os prisioneiros dias a fio até alguns deles perderem a vida por sufocação. Não entrei no pavilhão que mostrava objetos de tortura. Consegue-
se ver com menos revolta a zona dos fardamentos ou as camas onde as pessoas dormiam. Os corredores estão repletos de centenas de fotografias de pessoas que foram executadas, sendo mais de 90% de nacionalidade polaca. Reservo aqui o direito de não publicar fotos susceptiveis de impressionar quem possa ler este blog. Depois desta experiência difícil era tempo de voltar e seguir para Cracóvia para voltar a ver a beleza do mundo e tentar arrumar ideias e emoções. Chegámos a Cracóvia debaixo de um calor tórrido de mais de 40 graus. Pela orientação do sistema de navegação percebemos que a receção do alojamento era em pleno centro histórico com restrições de parqueamento que rapidamente nos deixaram confusos mas como era fim de semana já sabíamos que à semelhança do
que acontecer em outras cidades, o estacionamento seria grátis. Parqueámos e procurámos o nosso apartamento Florianska Street. Foi por esta rua que estabelecemos o primeiro contacto com esta fabulosa cidade. A rua era uma zona pedonal e uma das principais artérias da cidade que conduz à esplendorosa praça designada de Main Market Square onde se encontram o Cloth Hall, a Town Hall Tower a sudoeste da praça e a igreja de Santa Maria. São três magníficos monumentos que ornamentam a praça e que conferem àquele espaço uma monumentalidade e uma beleza inigualáveis. De facto entrar nesta praça e deixar-se envolver pelo encanto do ambiente que ali se vive é uma experiência que envolve, apaixona e merecer ser vivida. O Cloth Hall tem no seu interior uma enorme variedade de lojas onde se podem adquirir
produtos de artesanato local e souvenirs. Partindo da praça e percorrendo os pontos mais atrativos da cidade antiga passeiam-se luxuosas charretes com cavalos ornamentados e de pelagem cuidada, fazendo as delicias de quem que ter uma experiência mais nobre e dos que podem contemplar esta elegância. O jantar foi num dos restaurantes próximos da praça onde experimentámos uma magnífica pizza Calzone, a habitual e já não dispensável sopa de tomate e desta vez uma sopa de legumes típica da Polónia cozinhada com legumes, salsicha polaca e ervas aromáticas que não conseguimos identificar mas que constituíram uma magnífica experiência de degustação. Apesar de não haver praticamente amplitude térmica entre o dia e a noite e o calor ser sufocante mesmo depois de não haver sol, a vontade de fazer o primeiro reconhecimento era maior do que ir para o nosso apartamento sito num prédio antigo muito fresco, numa elegante avenida da zona histórica. E lá fomos de mapa na mão explorar um pouco para além do que já tínhamos visto. Seguimos pela ulica Grodzka que une a praça com a zona do rio. Toda ladeada de elegantes restaurantes e bares esta rua contem património histórico de uma beleza rara
como são a igreja de S.Pedro e S.Paulo, a igreja de S.André e um pouco mais a baixo inicia-se o The Wawel Hill, local onde se iniciou a cidade. Logo a seguir surge a muralha do The Royal Wawel Castle, o imponente castelo da cidade que se ergue num planalto sobranceiro ao rio Wisla. Este passeio a pé ao por do sol é magnífico pois permite ver o céu vermelho-laranja fogo a refletir sobre as águas do rio. E como já se fazia tarde e o cansaço da viagem estava sobre os nosso ombros, suspendemos o tour e recarregámos baterias para continuar a exploração no outro dia. O segundo dia foi dedicado à outra parte da cidade velha, ou seja, contornámos o mapa ao contrário e apercebemo-nos de que toda a zona histórica está rodeada de um imenso jardim por onde se circula sempre a aproveitar a sombra e a partir da qual se fazem
incursões para dentro das ruas da cidade antiga sempre que surge algum edifício histórico para visitar. Esta marcha é muito agradável e permite conhecer a maioria dos monumentos históricos da parte antiga. Um dos primeiros que visitámos foi a igreja de Santa Anna que estava em limpeza pelo que estava de porta fechada mas permitia a visualização do seu interior uma vez que as portas eram de vidro. Aqui adquirimos uma moeda com a figura da Mãe Maria, S.José e o menino. Mais à frente encontrámos o palácio dos Bispos e a janela onde se situa também a janela onde o Papa João Paulo II falava ao povo sempre que se deslocava à sua terra Natal. No seguimento e do lado oposto ao Palácio dos Bispos, visitámos a igreja de S.Francisco um magnífico exemplar da beleza da construção do séc.XIII. E sem darmos conta voltámos à zona do castelo uma vez que o jardim circunda toda a zona histórica da cidade. O Castelo é soberbo e vale a pena subir o
planalto para avistar o rio e uma parte de Cracóvia lá de cima bem como para comtemplar com tempo toda a beleza arquitetónica e a harmonia dos jardins e a majestosa catedral cuja visita não se pode perder. De tarde ainda visitámos o bairro Judeu na zona de Kazimierz. É um pouco afastado do centro histórico mas faz-se muito bem a pé embora a maioria dos turistas chegue a esta zona de City Tour (buggys com diferentes tipo de lotação que percorrem vários rotas) com preços que considerámos demasiado elevados. O bairro judei é muito característico e vale a pena percorrer a pé para poder observar com atenção as muitas lojas alternativas que por lá existem assim como os muitos restaurantes e bares com decorações muito singulares. Do ponto de vista histórico existem por esta zina várias atrações mas aquela que se destaca é sem dúvida a Sinagoga antiga. O fim de tarde do último dia em Cracóvia foi aproveitado para levar o André a um Parque Aquático como estava prometido desde a organização da viagem. É o ParK Wodny onde se conjugam vários tipos de piscinas e diversas atrações que permite uma
agradável diversão para grandes e pequenos. Para todos nós foi o primeiro contacto com um parque aquático uma vez que não temos em Portugal uma grande atração por este tipo de divertimentos. O espaço era muito agradável, higiénico e seguro pelo que após percebermos o funcionamento ficámos à vontade para viver algumas experiências inaugurais como foram os escorregas por dentro de tubos. O André adorou e repetia vezes sem conta quer a piscina com ondulação quer os diversos escorregas tuboformes com mais ou menos emoção. E como era preciso testar os limites terminámos (eu e ele) no escorrega mais alto do parque. Não é que achasse muito interessante a experiência mas para lhe fazer a vontade lá me enfiei num tubo preto com um trajeto sinuoso terrível e sem luz na maior parte do percurso o que não facilitou a experiência. Senti muito calor e sem saber a orientação das curvas fiquei tenso e a desejar ver a luz
ao fundo do túnel para mergulhar na piscina fresca e sair daquela tortura sinuosa. Ao contrário de mim o André fez o mesmo escorrer meia dúzia de vezes encantando com a nova experiência. E, após esta saborosa diversão era tempo de conhecer a última cidade do programa, Varsóvia! O dia amanheceu fresco e chuvoso com excelentes condições para percorrer os cerca de 300 km que separam Cracóvia de Varsóvia. Cálculos do nosso GPS baralharam-nos o sentido da viagem pois tínhamos a certeza que nos encontrávamos no mesmo sentido da auto-estrada que havíamos percorrido no dia anterior, isto é, estávamos a andar para trás, o que nos causou alguma perturbação pois tínhamos visto a saída para Varsóvia à saída da cidade mas por uma estrada com outro número. Decidimos confiar no sistema de navegação aceitando que ele nos levaria por melhores caminhos. A estrada acabou por não se
revelar nada de especial mas a viagem correu bem. O Hotel de Varsóvia tinha uma localização perfeita entre o aeroporto e o centro da cidade. Era um hotel confortável com serviços de qualidade e Staff atencioso. Como a hora já ia adiantada rumámos ao centro histórico da cidade com a maior brevidade possível. Varsóvia é uma cidade grande mas o interessante para se ver está muito próximo na designada Old Town classificada pela Unesco em 1980, pelo que passear ao longo da ulica Krakowsie Przedmiescie é um delírio para quem aprecia estilo, arquitetura e arte. Aqui encontra-se o Palácio Presidencial, a casa onde viveu Frederic Chopin, o magnífico hotel Bristol como exemplo de arquitetura em estilo art noveau. Como já se tornou um hábito nestas férias entrámos numa igreja mesmo na hora da eucaristia. A igreja era bela
como são todas as igrejas. O que destacou nesta foi a decoração da parede do altar com aquilo que à distância nos pareciam terços adornados por cima com uma enorme estrela dourada com uma imagem ao centro. Ao fundo desta rua encontra-se o imponente Palácio Real a fechar a praça do mercado. Seguindo pelas ruelas em frente podem-se encontrar ótimos restaurante e lojas com artigos típicos e sem darmos pelo caminho chegamos à muralha do gueto. A partir desta zona de nos dirigirmos para o lado esquerdo vamos encontrar o monumento ao soldado desconhecido onde, para nossa sorte, estavam a decorrer os ensaios para um espetáculo que nos deixaram presos às vozes que ecoavam pelos microfones, ao cenário, ao coro e às enormes estátuas dos soldados pronto para o combate. Após o jantar para o qual escolhemos um Irish Bar onde comemos deliciosamente salsicha polaca, frango panado e um hambúrguer muito saboroso e bem apresentado regressámos aos nossos aposentos para a última noite neste magnífico país. Para além de magnífica a Polónia é diferente em muitos aspetos: historicamente rica, hospitaleira e cordial, descontraída, gastronomicamente rico mas pouco heterogéneo, onde se conduz mal e não se respeita nem condutores nem peões, onde se paga para utilizar as casas de banho e onde pouco se fala inglês. Estas foram as características mais marcantes com que nos confrontámos diariamente e que obrigaram a algumas adaptações. Na manhã seguinte ainda houve tempo para explorar os jardins do hotel que tinha uma curiosa exposição de estátuas. O voo para Riga foi a bordo de um Bombardier de hélices exteriores da Air Báltic, aparelho que o André comparou com uma avioneta. Não tem o corpo de um Airbus pelo que a turbulência é marcadamente sentido e vivida por quem não se sente confortável neste tipo de transporte. Ao chegar a Riga já tínhamos tudo programado para chegar ao centro da cidade sem complicações. É só
ir ao quiosque do Welcome Riga e adquirir os bilhetes para o autocarro 22 cuja paragem se encontra atrás do parque P1 do aeroporto. Estes também podem ser adquiridos no autocarro mas custam mais 0.20 LTV. O percurso faz-se em cerca de 30min e uma vez chegados à paragem de destino decidimos utilizar o nosso GPS em modo pedestre mas a experiência não foi a melhor pois não estávamos suficientemente treinados para interpretar as informações apresentadas. Entre as dificuldades de entender o GPS e o mapa que trouxemos do aeroporto lá fomos caminhando em direção ao hotel. Riga é uma cidade bonita com muitos contrastes. É fácil de explorar em 2 dias, eu diria até que se consegue visitar num só dia. A não perder é o Art Noveau District onde os edifícios
são belos palácios com arquitetura de influência francesa onde estão a maioria das embaixadas. Para quem não conhece Paris este district pode ser uma pequena introdução. A entrada na zona histórica faz-se diga-se pelo monumento à paz (uma enorme estátua que se ergue no topo do canal entre este e a cidade antiga). Depois é deixar-se levar pelas cores e recortes da arquitetura que se mistura com a infinita oferta de arte gastronómica nas dezenas de esplanadas que adornam as ruas e praças e os típicos táxis “puxados” por jovens que incitam educadamente os turistas para os percursos mais tradicionais. No primeiro dia fizemos um rápido reconhecimento pela cidade e pareceu-nos que seria fácil visitar os monumentos mais emblemáticos num só dia. Nessa noite ao deixarmos a margem do rio fomos abordados por letão com aspeto pouco cuidado mas com ar inofensivo que se dirigiu a nós e perguntou se éramos de Portugal. Estranhámos e hesitámos mas decidimos continuar a conversa. O sr. era o Raitz e dizia-nos que o melhor sítio do mundo eram as ilhas dos Açores onde já tinha estado quer na Terceira quer em S.Miguel. Gostava de música portuguesa, nomeadamente acordeão e conhecia a fadista Ana Moura. Quis trocar facebook com o André mas eu reservei-o e forneci-lhe o meu e-mail. Foi uma abordagem curiosa de alguém que parecia viver na rua (pura especulação) mas que conhecia um pouco do mundo e era apaixonado por Portugal e tinha facebook.  Voltando à descrição da cidade, esta está como que envolvida entre o Rio Dougava e o canal e os imponentes monumentos históricos encontram-se quase todos dentro desta limitação geográfica. Percorrer o jardim permite
contemplar a mais bela Catedral Ortodoxa que já vimos mas proibida de fotografar por dentro. Andar pelo canal da cidade é outra experiência muito agradável pois liga a cidade ao rio por entre jardins bem cuidados e pequenas curiosidades aqui e ali. Na linha do rio a primeira atração que surge é o Big Cristopher. Diz a lenda que um homem chamado Lielais Kristaps que vivia numa cabine na margem direita do Rio Dougava, ajudava pessoas a atravessá-lo. Uma noite a dormir ouviu o choro de uma criança que imediatamente tratou de auxiliar e ajudar a criar. Entretanto essa criança tornou tão forte que houve necessidade de o mudar para dormir noutro banco. Exausto o Cristopher adormeceu também.
Uma manhã acordou e havia um pote cheio de moedas de ouro no local onde a criança havia estado. Após a sua morte o dinheiro foi utilizado para fundar a cidade de Riga. Na outra margem do rio ostenta-se em forma de “onda” o edifício da Biblioteca Nacional. Deixando a margem do rio e entrando de novo na cidade antiga foi tempo de visitar a igreja de S.Pedro onde se alcança a cimo da cúpula de elevador para aí contemplar uma magnífica vista da cidade de Riga. Riga é uma cidade cara para quem chega de Portugal ou da Polónia, pois a moeda é mais valorizada em relação ao euro, pelo que é necessário ter algum cuidado com os gastos
nomeadamente nos restaurantes. Quanto a isso já vínhamos prevenidos pois as nossas intensas pesquisas dão sempre alguns frutos. OS melhores sítios para se conseguir comer boa comida a preços relativamente baratos são a cadeia de restaurantes Lido, que existem por toda a cidade em formato de self-service com uma relação qualidade-preço muito aceitável. Falando agora de artes mais práticas é preciso referir que as mulheres letãs são bonitas na sua maioria pois têm traços que são uma mistura da Letónia, Rússia e Polónia. É frequente verem belos rostos morenos de olhos claros. Neste país falam 2 línguas, o letão e o russo e a terceira língua que é o inglês é falada pela maioria dos jovens.
O segundo dia na capital da Letónia amanheceu com uma tempestade enorme com chuva torrencial. Como a cidade já estava explorada havíamos programado para este dia alugar um carro e percorrer um pouco dos arredores da cidade. Foi necessária a deslocação até ao aeroporto para levantar o carro e após as formalidades no escritório da empresa rumámos a Cesis, pequena localidade medieval a cerca de 80 km de Riga. A meio caminho encontra-se Sigulda, uma localidade que tem mais árvores do que casas e é habitada desde 2000 a.c. Pela estrada fora encontrámos
sinalética a informar que estávamos a 244 do território Russo, país que nos gera muita expectativa mas que ainda está por explorar. No posto de informação da localidade simpáticas jovens esclareciam os locais de interesse a visitar, fornecendo mapas e dando todos os esclarecimentos. Como a oferta era variada e ainda queríamos chegar ao mar, selecionámos um passeio de teleférico que une Sigulda a Krimulda num percurso de 42 metros a mil metros de altura. Daqui avistam-se a emergir da densa e bem tratada floresta os castelos medievais do parque Nacional de Gauja. Krimulda é um local especial onde se situa um sanatório e onde é possível fazer passeio em bibicleta ou pedestres explorando toda a região. Também é aqui que se situa a única estrada em forma de serpentina de todos os estados bálticos
que permite passeios românticos. Foi construída pela primeira vez em 1862 para a primeira visita do Csar Alexandre II e repavimentada em 2006. Na volta tínhamos prometido ao André um tempo de diversão num Adventure Park. O parque Tarzan situa-se num enorme espaço verde e inicia-se pelo topo de uma colina, no entanto a maioria das atividades encontram-se no sopé da colina pelo que os visitantes são incentivados a descer ou por cadeias suspensas (como as que existem nas estâncias de Ski) e para os mais pequenos e radicais, existe uma espécie de carruagem monocarril individual que desde a 40km/h até ao coração das atrações. Lá em baixo há de tudo, só é necessário escolher, ter coragem e aproveitar as diversões. O André escolheu a catapulta que o elevou a dezenas de metros de altura e depois simplesmente o projetou. Pura adrenalina! Após o almoço no shopping da localidade onde a opção foi pelo restaurante Cili
Pica com excelente relação qualidade-preço, dirigimo-nos para Césis para visitar a localidade e as suas casas típicas, grande parte construídas em madeira. A igreja de S.João do Séc.XIII localizada mesmo junto à praça central merece uma visita pela sua beleza, decoração minimalista e simplicidade. Cerca de 40% de todo o território da Letónia é ocupado por florestas que são aproveitadas no dia-a-dia pelos letãos na caça e na recolha de cogulemos e frutos silvestres e para a construção de casas em madeira. Com a tarde a finalizar queríamos ainda ir ver o mar em Yurmala a cerca de 25 Km de Riga em pleno Golfo de Riga, pelo que tivemos que regressar à cidade, pois a estrada não oferecia outras opções,  para apanhar a estrada para esta estância balnear. Como era sexta feira e plena hora de ponta fomos apanhados no meio de um trânsito infernal que nos atrasou quase 40 min. Chegámos a Yurmala já perto das 19 horas. Mesmo em cima da ponte onde termina a via rápida estava suspenso um sinal de sentido proibido com uma
informação a dizer que era proibida a passagem sem pass. Sem percebermos do que se tratava e como a surpresa foi iminente, não tivemos tempo de reação sem ser avançar, atravessar a ponte e lançar stress sobre os nervos para tentar perceber se deveríamos continuar viagem ou voltar para trás para a zona onde vimos carros a desviarem-se da estrada e a passar por ima espécie de máquinas de tickets. Decidimos não arriscar e procurámos uma estrada de retorno ao local onde estavam, as máquinas. Mas como não conhecíamos a zona fomos ter à entrada da ponte onde também haviam 2 máquinas. Não quis fazer nada sem me dirigir ao posto de informações que também era um posto de polícia. Perguntei educadamente se entendia inglês ao que a srª agente ripostou com ar autoritário que claro que entendia inglês, sem me olhar nos olhos. Foi o contacto mais arrogante que senti em toda a Letónia. Lá fui fazendo as minhas
perguntas ao que ela respondia num inglês absolutamente perfeito, referindo que a taxa era uma portagem por ter utilizado a estrada e que se pagava com moedas ou cartão de crédito. Como estava depois das caixas automáticas que aceitava cartão só poderia pagar em moedas que não tinha ou então procurar um caminho de regresso às máquinas atrás de mim. A aspereza das palavras da polícia letã eram cortante o que me deixava pouco à vontade para grandes discursos. Entendi então que podia deixar ali o carro e ir a pé tentar encontrar uma máquina que aceitasse cartão e pagar, e foi o que fiz. Depois desta experiência Yurmala aguardava-nos com um sol de 25 graus. É uma zona muito bem cuidada que apelidámos logo de Vilamoura local. Alguma informação sobre o local permitiu perceber que é uma zona onde é habitual a população russa e letã mais abastada ter as suas moradias de férias pelo que é fácil encontrar pequenos e grandes palácios em madeira com construções de qualidade. A localidade tem um promenade cheio de lojas e restaurante e um parque automóvel invejável. Porches e Bentleys passeiam-se por ali exibindo o seu luxo e o conforto. Foi uma agradável forma de terminar a nossa estadia na Letónia. O dia seguinte será gasto
entre voos e aeroportos para tentar chegar a casa. Voámos de Riga via Estocolmo com voo de ligação a Lisboa a partir da capital Sueca. Apesar de termos várias horas de escala decidimos que Estocolmo merece uma visitar individual e cuidada pelo que, apesar do Arlanda Express nos colocar no centro da cidade em cerca de 20 min, decidimos ficar pelo enorme aeroporto de Arlanda a relaxar em vez de visitar Estocolmo em visita relâmpago. Mas, a decisão foi difícil! Vivemos experiências, provamos sabores e culturas diferentes e após 3 diferentes idiomas, 4 países distintos e 4 sistemas monetários, 6 aeroportos, 21 dias e cerca de 2700 km de carro e alguns milhares de milhas de avião, enriquecemos e mudámos os nossos cérebros contribuindo para a grandiosidade do património individual que é viver, experienciar e viajar.