Neste ano de 2014 os posts ao meu bloque tardam em chegar. Estamos
em meados de maio e este é apenas o terceiro. Não é certamente
porque fui assolado por uma vontade desmedida de desmotivação ou porque perdi o
interesse pela escrita. Não estaria a ser honesto se me refugiasse nestas
desculpas. São tantas as coisas que nos impedem de fazer o que muito gostamos e
que contribuem para o equilíbrio intelectual e emocional, que
enumera-las seria
fastidioso. Parecem haver sempre outras prioridades e apesar de termos todos o
mesmo tempo, as 24 horas do dia, administramo-las de formas muito diferentes.
Trabalhamos, adaptamo-nos a cada instante a novas regras, exigências e estados
de espírito de quem coordena cegamente sem saber ouvir, partilhar ou
dignificar. Em casa espera-nos a rotina de quem tem uma família onde muitas
vezes procuramos as forças muitas vezes consumidas nas muitas horas de trabalho
que temos que continuar a fazer para manter os vencimentos muito mais parcos do
que há 20 anos atrás. É também no nicho que encontramos muitas vezes o local
perfeito para mostrar as nossas fraquezas perante muitas outras adversidades
que por muitas vezes não nos apetece enfrentar. São refeições para
preparar,
loiça para arrumar, roupa para estender, trabalhos de casa para acompanhar, comportamentos
para gerir, asperezas, queixas e o mais variado tipo de perturbações que
algumas crianças tão habilmente sabem produzir. Inconsequentes,
despropositadas, com mestria ou apenas porque são comportamentos adequados a
cada idade, mas na verdade elas desgastam profundamente e perturbam seriamente
a vida escolar, social e familiar. Alvitram-se estratégias para reduzir a
culpabilidade, qual estratégia terapêutica para reduzir a ansiedade e responder
de forma camuflada à nossa frustração. Perdemos as forças, desarmamos e
procuramos no labirinto na nossa inteligência formas capazes de resolver o que
julgamos no momento sem solução. Já vai longa a lista do que nos afasta de
inscrevermos nas nossas 24 horas, os nossos minutos que nos fazem bem. Os
momentos que nos fazem agradecer o milagre de estarmos vivos. Sim, porque isto
de se unirem duas células e se diferenciarem em múltiplos tecidos e órgãos sem
aberrações significativas, é um verdadeiro milagre. Claro que não somos seres
perfeitos e isto se me referir apenas aos
aspetos físicos. A forma humanoide
permite-nos fazer quase tudo. Começando pela parte inferior do corpo: se
nascermos com duas pernas podemos andar, os braços permitem-nos uma
multiplicidade de funções assim como as mãos e os dedos. O tronco com a região
pélvica e a cavidade abdominal permitem-nos suportar os órgão e a carapaça dura
do crânio alberga a mais bela e sofisticada invenção da natureza, o nosso
cérebro. Claro que podemos viver sem muitas destas “peças” ou com alguns defeitos
nas mesmas. Isto dos defeitos é porque nos habituámos a normalizar as coisas e
a medi-las e a transformá-las em números para podemos atribuir coeficientes de
normalidade universais. Tudo no nosso organismo parece ser mensurável. Medimos
a dimensão dos passos, a biomecânica mede a trabalho das articulações e a
fisiatria os desafios das fibras musculares. Mas também medimos, graças às
ciências hemodinâmicas e à biofísica, a velocidade da corrente sanguínea,
fazendo brilhantismos com as velocidades pré e pós estenóticas. Medimos o
diâmetro interno do lúmen dos vasos e conseguimos prever um evento
cardiovascular a uma distância satisfatória
se as artérias de menos calibre
estiverem obstruídas. Medimos quantidade de moléculas de colesterol, glicémia,
ácido úrico, tempos de coagulação, a função renal e hepática e tudo o que
prolifera nas análises convencionais. Fazemos ainda estudo da função sexual
medindo o tempo de ereção, o tempo de latência intravaginal e os tempos da
ejaculação precoce. No coração medimos tantas coisas: a quantidade de sangue
que regurgita das válvulas, a dimensão das paredes e cavidades, os gradientes
entre as diferentes cavidades e vasos e mais recentemente a distância e os
tempos de deformação das fibras miocárdicas que nos dão com muita precisão a função
do ventrículo esquerdo. Medimos os tempos de duração da
isquémia até à morte das células e as formas de tratar estas situações. Desde o século XIX que medimos as componentes elétricas do coração: a duração das diferentes ondas, os tempos, as amplitudes e a duração dos diversos intervalos dos componentes do eletrocardiograma. Medimos a velocidade do fluxo urinário, a dimensão do estômago e tornamo-lo mais pequeno para tratar a obesidade. Estudamos a função cerebral estudando as características do fluxo sanguíneo, a morfologia das ondas do eletroencefalograma ou o comportamento das diferentes regiões na ressonância magnética e tantas outras que fariam deste post uma
pequena curiosidade em fisiologia. Bem, mas com tantas medidas estou-me a afastar da essência do post que é partilhar a primeira experiência que inaugura os registos do ano, e a experiência foi gratificante. A viagem foi a Bilbao, cidade berço do intitulado país basco espanhol. O propósito foi assistir à 12ª Conferência do Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC). Tenho sido um fiel seguidor deste evento científico nos últimos anos pois continuo a não conseguir estar nem viver profissionalmente com satisfação se não me contaminar pelo menos uma vez por ano, com a ciência, o debate e a partilha que este tipo de reuniões nos
trás. É um momento mágico de aprendizagem e de reflexão que permite estar perto do que é mais atual e científico na Europa e no mundo. Bilbao fica a pouco mais de uma hora de avião da capital portuguesa pelo que as coisas ficaram facilitadas, quer pela distância, quer pelo tempo e pelo preço. Com as companhias aérea low cost as viagens ficam mais acessíveis, e são igualmente confortáveis e, neste caso, direta até Bilbao. Hoje preparam-se os percursos via internet, sabe-se como alcançar o centro da cidade, que autocarro, o preço os horários, tudo. A carreira 3247 faz a ligação do aeroporto até ao centro da cidade, que se alcança em menos de meia hora. Para quem quiser visitar Bilbao, deve descer na 2ª paragens junto à Praça Muyua. Decidi não comprar o Bilbao Card que se vende
isquémia até à morte das células e as formas de tratar estas situações. Desde o século XIX que medimos as componentes elétricas do coração: a duração das diferentes ondas, os tempos, as amplitudes e a duração dos diversos intervalos dos componentes do eletrocardiograma. Medimos a velocidade do fluxo urinário, a dimensão do estômago e tornamo-lo mais pequeno para tratar a obesidade. Estudamos a função cerebral estudando as características do fluxo sanguíneo, a morfologia das ondas do eletroencefalograma ou o comportamento das diferentes regiões na ressonância magnética e tantas outras que fariam deste post uma
pequena curiosidade em fisiologia. Bem, mas com tantas medidas estou-me a afastar da essência do post que é partilhar a primeira experiência que inaugura os registos do ano, e a experiência foi gratificante. A viagem foi a Bilbao, cidade berço do intitulado país basco espanhol. O propósito foi assistir à 12ª Conferência do Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC). Tenho sido um fiel seguidor deste evento científico nos últimos anos pois continuo a não conseguir estar nem viver profissionalmente com satisfação se não me contaminar pelo menos uma vez por ano, com a ciência, o debate e a partilha que este tipo de reuniões nos
trás. É um momento mágico de aprendizagem e de reflexão que permite estar perto do que é mais atual e científico na Europa e no mundo. Bilbao fica a pouco mais de uma hora de avião da capital portuguesa pelo que as coisas ficaram facilitadas, quer pela distância, quer pelo tempo e pelo preço. Com as companhias aérea low cost as viagens ficam mais acessíveis, e são igualmente confortáveis e, neste caso, direta até Bilbao. Hoje preparam-se os percursos via internet, sabe-se como alcançar o centro da cidade, que autocarro, o preço os horários, tudo. A carreira 3247 faz a ligação do aeroporto até ao centro da cidade, que se alcança em menos de meia hora. Para quem quiser visitar Bilbao, deve descer na 2ª paragens junto à Praça Muyua. Decidi não comprar o Bilbao Card que se vende
em formato de 1, 2 ou 3 dias, por
6, 10 e 12 euros respetivamente, pois a pé conhece-se melhor e o contacto é
muito mais próximo. A cidade não é grande e o meu alojamento, Residencia
Universitária Blas de Otero na rua de Las Cortes apesar de ficar na região
oposta ao local da conferência, era um pretexto para uma boa caminhada a pé
todos os dias. Com o mapa da cidade a orientação é fácil e podem-se escolher
vários trajetos. As avenidas principais são sempre uma tentação para quem gosta
de ver as grandes lojas internacionais, mas, como todos sabemos, isso já não
constitui um desafio uma vez que proliferam de igual forma por todas as
cidades. O interessante é procurar os atalhos que nos fazem andar às
voltas mas
que permitem encontrar aqui e ali, magníficos bares, casas de enchidos,
pastelarias ou padarias que são uma delícia para os olhos e nos fazem sentir
que valeu a pena olhar para o mapa mais vezes em busca de orientação. O meu
alojamento era simpático e funcional. Tratava-se de uma residência
universitária com estúdios individuais bem decorados, confortáveis e
funcionais. Os serviços de apoio também primavam pelo bom gosto com decoração
moderna e cuidada. Apesar do alojamento se designar de residência
universitária,
funciona com um hotel, pois recebe pessoas de todas as idades. Como tal, é um
local onde se cruzam pessoas de todo o mundo e onde é fácil estabelecer
contacto com outros residentes e trocar experiências ou simplesmente ouvir
conversas entre pessoas de muitas nacionalidades que partilham pontos de vista em relação a estado
da economia, funcionamentos das sociedades, às razões das suas viagens ou às
tentativas de aprender expressões comuns nos idiomas uns dos outros. Foi também o que fiz com a Amagoia, a
colaboradora da cafetaria que me ensinou alguma em basco e que registaria no
final do post.
A localização da residência apesar de ser numa zona periférica
da cidade ficava a 10 minutos a pé do centro da cidade. O ambiente na rua era
multicultural e multirracial e a rua concentrava inúmeros bares de alterne com
as meninas vestidas com os trajes a que estamos habituados a ver nas
trabalhadoras do sexo. Apesar deste ambiente senti-me muito seguro,
pois esta
rua e a rua abaixo desta, a Kalea San Francisco são dois dos locais de passagem
para a zona velha da cidade para quem não quiser fazer o trajeto pela beira-rio.
O evento que me trouxe à cidade decorreu no Palácio de Congressos e da Música e
da cidade. Em basco Euskalduna, Biltzar eta Musika Jauregia. Um edifício
magnífico com uma arquitetura que casa o vidro e o aço com o enquadramento
paisagístico do rio de Bilbao. Três dias de reflexão e debate sobre as ciências
da reanimação cardiorrespiratória. Muitos trabalhos de pesquisa, novas
investigações e muitas dificuldades e incertezas pois este é o ano de
preparação das
novas recomendações que serão publicadas no dia 16 de outubro de
2015. Bilbao é uma cidade magnífica, rodeadas de planaltos verdes e rasgado
pelo rio. As suas margens estão imaculadamente arranjadas permitindo aos
habitantes usufruir de toda a sua extensão para passear e praticar desportos.
Existem inúmeras atrações pela cidade destacando a cidade velha “Bilbao la
Vieja” com as suas ruas estreitas pejadas de lojas, bares, esplanadas e gente
que deambula por cada canto, ruela ou esquina à procura do tradicional, dos
famosos pinxos
(pequenas porções da cozinha basca reinventada) muitas vezes
servidos por cima de uma pequena fatia de pão. Podem assemelhar-se às
conhecidas tapas espanholas. Existem pintxos de quase tudo e prová-los implica
um pequeno investimento porque não sendo um exagero fazem do preço de uma
refeição uma decisão a ter em conta para os limitados orçamentos com que temos
de viver. As gentes são muito afáveis, cordiais e educadas. Nem
parece um povo
que tem passado a vida em luta pela sua autonomia e independência, tendo
deixado o passado marcado de sangue e de revolta. Quem não se lembra da
organização terrorista ETA
(Euskadi Ta Azkatasuna, ou Pátria Basca e
Liberdade) organização que surgiu em 1959 no seguimento de outros
movimentos estudantis da época. Inspiraram-se na revolução cubana e lutaram
inicialmente contra a ditadura de Franco. Apesar da chegada da democracia a violência
não cessou. O braço político, Herri Batasuna sempre quis disputar eleições mas
o partido foi considerado ilegal em 2003. O grau de autonomia dos bascos tem
sido um problema ao longo dos séculos e a questão da independência ainda hoje
se mantém.
Após o fim da ditadura franquista, a constituição espanhola
reconheceu direitos à região e aos bascos assim como a outras etnias. Hoje, a
sociedade divide-se entre os que exigem a independência a qualquer custo, os
que são moderados e aqueles que convivem bem a autonomia atual mantendo laços
com Espanha. Esse grupo governa a Comunidade
Autónoma do País Basco neste momento. A
etimologia da palavra basco está ela também rodeada de mistério, mas parece
estar ligada a buscus (bosque, floresta). Os bascos são conhecidos na sua
língua com euskaldunak que significa falantes de basco ou euskotarrak, os
nativos do país basco.
O idioma basco não tem relação com nenhum outro
ramo linguístico hoje no mundo. O euskera, ou euskara, é a única língua de
origem pré-indo-europeia falada na Europa ocidental e é, seguramente, a mais
antiga do continente.
Dominada por cerca de 1 milhão de pessoas, cerca de um
terço da população, trata-se de um idioma que se esforça para sobreviver. Não
se sabe ao certo sua origem. Com segurança, pode-se apenas afirmar que é uma
língua isolada. O seu léxico peculiar e sua estrutura gramatical, difíceis de
aprender para os não-nativos, com cerca de 24 casos de declinação, sempre
fizeram do basco uma língua suscetível a mitos e vários preconceitos.
Mas quem vem a Bilbao não pode deixar de visitar o
enigmático e desafiantes museu Guggenheim.
Ele impõe-se pela sua localização e
principalmente pela sua arquitetura. Foi projetado pelo arquiteto canadiano Frank Gehry e é hoje um
dos locais mais visitados de Espanha. De arquitetura arrojada é coberto
exteriormente por estruturas de titânio curvadas em vários pontos a fazerem
lembrar escamas de peixe. Confesso que a mim não me fez nada lembrar escamas de
peixe mas sim um revestimento moderno, limpo e brilhante como se pretende num
espaço virado ao rio. Esta visão dos arquitetos é de facto muito pessoal e
peculiar. São projetos que nascem de ideias que pretendem enquadrar e casar
estruturas e paisagens.
Parece que o museu faz lembrar um barco visto do rio como forma de homenagear a cidade portuária que Bilbao foi em tempos. Como não vi o museu do rio não posso tecer essa comparação. Por dentro e na região central estende-se uma estrutura de vidro curvada que une os 3 pisos. Visitar o museu implica não muito tempo mas muita capacidade de raciocínio e de aceitação. Não sou, infelizmente, um apreciador suficientemente sensível e entendedor de arte mas gosto de observar atentamente antes de
Parece que o museu faz lembrar um barco visto do rio como forma de homenagear a cidade portuária que Bilbao foi em tempos. Como não vi o museu do rio não posso tecer essa comparação. Por dentro e na região central estende-se uma estrutura de vidro curvada que une os 3 pisos. Visitar o museu implica não muito tempo mas muita capacidade de raciocínio e de aceitação. Não sou, infelizmente, um apreciador suficientemente sensível e entendedor de arte mas gosto de observar atentamente antes de
obter qualquer
informação sobre uma estrutura, peça, escultura ou quadro. Desta forma
interiorizo as minhas impressões e tento fazer a minha própria leitura. Depois
vou confrontá-la com o que o autor escreveu ou intitulou e tentar encontrar os
traços ou as morfologias que o levaram a essas designações. Iniciei a visita
pelo piso 3 segundo as recomendações de uma funcionária. E o piso 3 é
praticamente toso dedicado a Yoco Hono, o que eu desconhecia. Estão expostas fotografias,
peças, e vídeos. Alguns são curiosos e, para estarem num museu, então é porque
são arte. Imaginem 2 preservativos suspenso numa tela, um vídeo com apenas as
nádegas que julgo serem de Yoko Hono ou um vídeo onde ela emite sons de vários
timbres desde grunhidos a gritos sonantes acompanhada por uma viola elétrica.
Vale a pena ver.
Existem outras salas com peças muito curiosas como sejam
objetos cortados ao meio como forma de dizer que somos apenas metade do que
somos. Outra peça simples é uma estante com dezenas de frascos de água
alinhados, para nos lembrar que somos água. Ou uma estrutura que mostra uma
divisão de uma casa onde um íman é colocado à esquerda e repuxa os objetos para
esse lado como forma de equilibrar a nossa cabeça, que, segundo o autor vai
inclinando para a direita. O segundo piso é o piso das coisas suspensas.
Existem várias, algumas com fins lúdicos para crianças. Parecem tecidos de
naylon que se suspendem com bolsas de ervas aromáticas ou arroz ou milho. Muito
curioso, pois tem um efeito final muito atrativo e interativo pois pode-se
andar por debaixo das estruturas e cheirar as suspensões.
O autor desta peças
tentou traduzir sempre uma imagem relacionada com a fecundidade, atribuindo o
masculino aos objetos suspensos e no meio desta enorme estrutura está uma suspensão
com formato vaginal por debaixo da qual ardem velas que simbolizam o fogo do
desejo. Noutra sala está uma peça feita com nós de tecido característicos da
região do Rio de Janeiro e que simboliza a pele.
O piso de baixo tem uma sala onde passa um filme que se chama
clock. Num ambiente escuro e com sofás confortáveis assiste-se a um filme onde
os relógios predominam e todos marcam a mesma hora.
Há ainda uma parede com
filamentos de luzes que se erguem até ao 2º piso com inscrições em vermelho e
em azul, fazendo um efeito interessante pois pode-se passar através das colunas
de luz dando a sensação que se entra para além de uma parede. Mas o ex
libris do piso térreo é a sala das elipses invertidas. Trata-se de uma
gigantesca sala onde estão colocadas enormes estruturas de um material oxidado
com geometrias elipsoides, mas de forma a que as distâncias entre a base e o
cimo da estrutura nunca é a
mesma. Vale a pena percorrer algumas delas. Com a
visita ao museu terminou a minha visita à capital do país basco, cidade onde é
fácil viver, quer pela recetividade dos seus habitantes quer pela qualidade e
organização que mostra aos seus visitantes.
Na minha próxima visita ao país basco
já poderei cumprimentar com um kaixo (hola), egunon (buenos dias),
eskerrik asko (muchas gracias) e agur (adios).
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