Wednesday, July 30, 2014

Greece by plane, car and ferry in summer of 2014 (Athina, Elaionas, Kanali, Corfu Island, Kalambaka and Galaxidi)

Visitar a Grécia estava no meu imaginário desde que era criança. Na já longínqua década de 70 era contaminado com esta vontade de conhecer o país das águas azuis e verdes, da transparência dos vários mares, das meninas bonitas (schones madchen) de Arkadia (região a sudoeste de Atenas) ou do grichiecher wein (vinho grego). Estes temas ecoavam da voz do grego mais conhecido de sempre, o Demis Roussos que os meus pais veneravam na altura e que ouviam como uma das suas canções românticas. Os discos de vinil deste cantor de peso ouviam-se vezes sem conta e a cada nova publicação um novo LP (?) aparecia lá por casa. Os LP's deste e de outros cantores da época (década de 70), não se perderam no tempo e ainda hoje os guardo em casa e ouço num gira-discos recentemente adquirido, quando quero que o tempo volte para trás. As escolhas musicais da época não proliferavam como agora mas 
as que existiam eram de peso e tornaram-se imortais: Beatles, Pink Floyd, The Door, Rolling Stones, para citar apenas as mais conhecidas. Para um miúdo de 7 anos estas bandas pouco significado tinham pois o único meio de transmissão de música da época era através da televisão ou de discos. Como tal, ouvia-se em casa numa aparelhagem top para a época as músicas preferidas dos pais. Estas memórias, pois é de memórias que se trata, estão guardadas com carinho no cantinho do livro que compõe a nossa vida. Hoje são evocadas com saudade e alguma nostalgia por representarem um tempo de enorme felicidade que corresponde aos tempos de infância vividos no sul de Alemanha. Passados todos estes anos, chegou a decisão de visitar este país do meu imaginário infantil. Como na maioria dos outros posts sobre os outros locais de férias o planeamento é primeiro fator a ter em conta. Dele depende o destino, o percurso, as escolhas dos alojamentos e todos os gastos. As dificuldades iniciam-se logo pela dificuldade na marcação dos períodos de férias que no nosso país são, na minha opinião, tardios. Com os meios hoje ao dispor dos consumidores, o fator tempo é o melhor aliado da poupança pelo que quanto mais cedo se reservarem os voos, os alojamentos e os meios de locomoção mais economicas ficam as férias. 
O nosso voo este ano foi mais caro devido às razões apontadas mas como era na companhia nacional aceitamos o caro pela confiança e pela qualidade. No momento do embarque esta nossa aceitação foi completamente esmagada quando fomos informados que o voo seria operado por uma companhia parceira, a Swift. Quando ouvimos a informação via microfones e como o som nunca é brilhante, pensei tratar-se da Swiss Air, embora tivesse achado estranho. Quando nos aproximámos do local de embarque, deparamo-nos com uma aeronave velha e com mau aspeto. Há pouco anos atrás acho que nem entraria num avião assim, agora já estou de novo meio imune aos aviões. Já não me lembro a última vez que entrei num avião pela cauda. Os assentos eram já muito usados e com sinais evidentes de muita utilização e desgaste e o espaço disponível para as pernas, simplesmente horrível. A companhia era espanhola assim como toda a tripulação. Do comandante, nem uma única palavra durante todo o voo. O catering foi péssimo…uma sanduíche que parecia ter sido prensada (digo pisada) e uma bebida. O voo foi via Roma com uma escala de 7 horas nesta magnífica cidade que já visitamos várias vezes. Passar o tempo no aeroporto de Fiumicino pode ser agradável quando se está em escala de regresso após um período de férias pois permite descansar, ler ou até dormitar. Mas num voo de ida as energias 
estão ao rubro e uma incursão à cidade vale sempre a pena para matar saudades da melhor pizza e do melhor tiramisu do mundo. Sempre a pensar nos consumos aqui fica uma dica para quem, a partir do aeroporto de Roma, quiser visitar a cidade. O aeroporto fica distante, a cerca de 40 km e existem vários modos de chegar a Roma, embora todos dispendiosos quando comparados com o nosso metro ou com um bilhete de bus em Lisboa. Após alguma pesquisa na net encontramos uma empresa que faz o transporte por 4 euros por adulto num autocarro confortável e em cerca de 50 minutos. Aqui fica o link: http://www.terravision.eu/rome_fiumicino.html. Compra-se online e, no aeroporto é só procurar a paragem nº 5 no terminal 3 e apresentar o print dos bilhetes. Já em Roma, o autocarro tem a sua paragem na estação terminal (Rome Ternmini Statio) onde depois se pode continuar de metro para onde se quiser. Para regressar ao aeroporto é necessário passar no escritório da companhia mesmo ao lado do café Terravision da mesma empresa e trocar o print por bilhetes. Não reparamos neste pormenor e tivemos logo a amargura de duas italianas muito mal dispostas e arrogantes. A primeira quando nos dirigimos ao bus (que nos despachou em tom agressivo para ir adquirir os bilhetes) e a segunda no guichet quando a questionei com a possibilidade de podermos regressar no horário mais cedo que o que estava previsto nos bilhetes uma vez que estavam dois veículos estacionados na paragem. Com a maior má educação possível disse que não porque um dos 
autocarro ia para Fiumicino e outro para Ciampino (o outro aeroporto)…como se nós enquanto clientes estivéssemos perfeitamente elucidados sobre estes pormenores. O voo para Atenas durou menos de 2 horas e foi operado pela Aegean Airlines (companhia aérea grega) num airbus moderno. O aeroporto de Atenas é moderno e funcional e para se chegar ao centro da cidade basta seguir as placas do metro e seguir na linha número três. O bilhete é caro, 8 euros por adulto e a viagem dura cerca de 1 hora. Chegamos a Atenas já de noite depois de acrescentar 2 horas ao relógio desde a saída de Lisboa. Com algumas orientações em relação ao apartamento que alugamos a tarefa de lá chegar não se mostrou fácil pois entender os nomes em caracteres gregos não é coisa para se perceber no primeiro contacto. Entre enganos, grande sentido de orientação da Maria 
e algumas ajudas de pessoas que voluntariamente se dirigiram a nós para ajudar, chegamos ao Paris, dono do apartamento já passava das 22h30min. Acomodamo-nos (o apartamento não se revelou o que desejávamos mas era funcional e serviu para descansar dos intensos dias de marcha no intenso verão de Atenas) e sentamo-nos no primeiro restaurante mesmo na esquina da nossa rua. Um delicioso patê de azeitonas bem condimentado iniciou a nossa primeira refeição em terras helénicas ao que se seguiu um pedido de salada 
grega, claro, servido com uma enorme fatia de queijo fêtta (os legumes da Grécia sabem ao verdadeiro e autêntico sabor da terra) e uma carne de porco panada muito saborosa mas mais ao jeito austríaco que grego propriamente. Uma cerveja Mythos (a mais famosa da Grécia) foi a cereja no topo do bolo… e o preço também. Vimos logo que a vida por este país está bem mais cara que em Portugal e isso confirmou-se no dia seguinte quando fomos comprar alguns produtos para fazer algumas refeições no apartamento. Leite acima de 1 euros por litro, 
pacotes de batatas fritas todos acima de 1 euro, iogurtes caríssimos, batatas ao preço do ouro etc. Mas mesmo assim jantando no apartamento conseguíamos poupar alguma coisa nas refeições. Seguiram-se 4 dias de visita a esta cidade que brota história e tradições por todos os cantos e assedia os turistas com todo o tipo de produtos para vender. Claro que o ponto alto é a visita à Acrópole. A recomendação é para ir o mais cedo possível (as bilheteiras abrem às 8h da manhã) senão é quase insuportável o calor intenso que nos acompanha pela encosta acima. Não sou um particular apaixonado pela história mas poder olhar de frente para o Parténon, tantos anos de pois de o ter visto numa fotografia do meu livro de história do 7º ano traduziu-se numa sensação única de gratidão e bênção. O bilhete para 1 adulto custa 12 euros mas permite a visita 
durante 4 dias e a vários monumentos: a Acrópole/Parténon, o teatro de Dionísios, a Ágora antiga e a Ágora Romana e o Zeus. É um dia cansativo mas cheio de descobertas religiosas, históricas e grandes aquisições intelectuais. Confesso que visitamos alguns dos monumentos mas o cansaço e o intenso sol impediu-nos de permanecer mais tempo em alguns outros e os restantes foram vistos à distância quando decidimos fazer um roteiro num daqueles comboios que percorrem os pontos interessantes da cidade. O nosso alojamento ficava bem situado, numa rua perpendicular à grande Av. Vassillissas Sofias, uma grande estrutura viária que alberga todas as embaixadas e respetivos jardins e o enorme edifício do Parlamento Grego na sua extremidade. A avenida percorria-se facilmente a pé pois era plana e terminava na grande praça Sintagma. Desta forma era frequente termos como companhia inúmeras carrinha da polícia de 
intervenção que estavam estrategicamente colocadas em todo o perímetro do Parlamento e das embaixadas, armados e de prevenção. Na frente do Parlamento vale a pena suportar o intenso sol para assistir ao render da guarda que parece que acontece de hora a hora. Trata-se de um momento em que os guardar do palácio iniciam um ritual de passos e posturas de conduta coreografada muito interessante de se ver, pois os passos realizados, que a mim me pareceram idênticos aos dos cavalos em marcha realizada ao som da música como se estivessem a dançar. Um outro local de visita a não perder é a praça de Monasteraki onde existem inúmeras ruelas estreitas pejadas de comércio onde de vende e compra de tudo, desde as recordações da cidade, até roupas e calçado de marca, roupas alternativas e muitos restaurantes. É também aqui que se encontra uma das grandes estações de metro da cidade. Outra visita obrigatória é ao bairro de Placa situado a oeste da praça Sintagma e do Parlamento onde as ruas estreitas com restaurantes e tavernas gregas cheias 
de charme deixam os passeantes de água na boca e com dificuldade em escolher qual a melhor esplanada para viver momentos de prazer à mesa. Os gregos são um povo de uma simpatia extrema e muito cordiais com os turistas, esbanjando cortesia e amabilidade pelo que é fácil deixar-nos levar pelos inúmeros convites para sentar e apreciar um jantar dos deuses gregos. Escolher o que provar é outra dificuldade mas é obrigatório pedir o gyros grego (mista de carnes grelhadas com verduras e alguns condimentos únicos da cozinha grega como o cardomomo). A cerveja nacional é a Mythos, como já referi, em garrafa ou de pressão, de sabor suave mas cara como todas as outras importadas, nomeadamente as alemãs que se consomem por lá. Com facilidade se paga 4,5 euros por uma cerveja, aplicando-se este mesmo preço a qualquer refrigerante o que faz do preço final 
da refeição uma surpresa desagradável. O truque para manter o preço controlado é beber simplesmente água que é bastante mais barata mas que é paga até quando servida em copo sempre acompanhada de muitas pedras de gelo. Um café expresso nunca custa menos que 1,5 a 2 euros e quando está em promoção é anunciado com orgulho a 1 euro. Qualquer sobremesa custa em 4 a 6 euros pelo que é melhor optar por um gelado a metade do preço e que sendo sempre muito saboroso ajuda a refrescar do imenso calor que invadiu a cidade nos das que por lá estivemos. É muito interessante observar os milhares de turistas que ocupam os milhares de lugares que os restaurantes disponibilizam, consumindo de forma folgada as inúmeras variedades que as ementas disponibilizam. É também frequente ver os grandes desperdícios que se verificam no final 
das refeições. Nós procurávamos escolher mantendo alguma variedade, a quantidade necessária e claro atendendo aos preços dos pratos. Muito dos comensais ao nosso lado chegavam a pedir vários pratos para uma só pessoas para, pensamos nós, apenas provar e muitos deixavam os pratos quase intactos após a prova. Enfim, opções difíceis de entender para pessoas que, como nós vivem num país onde equilíbrio e a sobriedade fazem parte das regras diárias. O aniversário do nosso filho foi desta vez comemorado em Atenas e neste dia decidimos apanhar o metro para o porto de Pireus para tentar fazer um programa diferente. Lemos algumas informações sobre este grande porto de onde partem barcos para inúmeras ligações a outros países da Europa. Mas logo que lá chegámos vimos que o esforço foi inglório pois a marginal que ladeava o porto era feia e 
pejada de lojas e quiosques que vendiam produtos de contrafação sem qualquer qualidade. Valeu-nos uma visita a um shopping onde existiam produtos diferentes e uma secção de brinquedos onde o aniversariante teve direito a uma prenda de aniversário. De volta à cidade comemoramos o aniversário dele numa típica taverna grega onde os pratos nos foram apresentados num Ipad e onde fomos recebidos e tratados com muita simpatia e carinho. Uma fatia de bolo de laranja e uma vela fizeram o resto do encanto deste nosso menino que já fez 12 anos, a maioria deles comemorados em diferentes países. De tarde visitamos ainda o museu da guerra, já próximo do nosso apartamento pois o André adora história e tudo o que são armas e fardamentos e por lá se deliciou com todo o tipo de objetos, estátuas, canhões e metralhadoras e até aviões

caças em tamanho real. Após 4 dias em Atenas regressamos ao aeroporto, desta vez no autocarro X95, que é bastante mais barato que o metro, para irmos ao encontro do nosso carro alugado no aeroporto. À chegada instalou-se o stress pois não encontrávamos o escritório do representante. Dirigimo-nos ao balção de um concorrente que com alguns modos rudes e rosto fechado nos chamou a atenção para um pormenor (outro) que não havia lido no voucher; é que o representante da companhia estaria à nossa espera na zona das chegadas. Dirigimo-nos para lá e logo vimos uma placa com o nome Gonzalves. Quando abordei o sr. ele ficou confuso pois esperava alguém que chegaria de avião. Eu disse-lhe que já estávamos há 4 dias na Grécia pelo que a informação estava errada. Afinal tratava-se de outro cliente que era aguardado para ser conduzido a um hotel específico. Decepcionado decidi ligar para a empresa e falar com alguém que prontamente nos tranquilizou dizendo que chegaria em 5 min. O carro foi-nos entregue numa bomba de
gasolina junto ao aeroporto: um Citroen C3 branco, com cerca de 60 mil km mas dando sinais de uma utilização pouco cuidada. Fizemo-nos ao caminho para chegar ao nosso próximo destino que seria a zona de Elaionas. Pelo caminho paramos algumas vezes para fotografar paisagens magníficas e para almoçar
numa pequena localidade à beira mar. Os restaurantes desta localidade estavam todos vazios assim como as praias. Parece que a crise por cá, tal como em Portugal, destruiu a economia local de uma forma talvez irremediável. Como tínhamos vindo de Atenas onde a cidade estava cheia de turistas ávidos de consumo, o contraste era chocante. Almoçamos no restaurante Karamalikis um peixe grelhado que foi escolhido, por não entender o menu grego, diretamente na grelha da cozinha. O espaço pertencia a um emigrante grego que viveu 20 anos nos EUA e que de lá trouxe o equilíbrio financeiro para orientar a vida nesta pequena localidade montando o seu restaurante à beira de uma praia banhada pelo mar jónico de águas azuis turquesa. A decoração refletia a sua passagem pela América com quadros e posters dos maiores
musicais de todos os tempos. Como não nos foi apresentada a ementa o preço também foi calculado ao jeito americano, ou seja, bastante caro. De volta à estrada percorremos dezenas de quilómetros por uma estrada infinitamente em obras. Já no google maps havíamos percebido que chegaria uma altura em que a estrada continuava entre duas margens de mar e certamente só poderia ser através de uma ponte. Ao avistarmos tamanha obra de arte ficamos surpreendidos pela elegância da construção de uma magnífica ponte sobre o que nos pareceu ser o mar mas dias mais tarde encontramos a mesma estrutura em postais com a designação de ponte sobre o rio Antírio… ficamos baralhados. A meio da tarde chegamos a destino desse dia, hotel Africa em Elaionas. Desta vez tivemos que nos socorrer das coordenadas do nosso GPS em vez
dos nomes das localidades pois parece que aqui na Grécia, existem listas de regiões e de terras com a mesma toponímica. Lá encontramos o hotel no meio dos quintais, que era simples, mas bem cuidado, com uma piscina limpa e perto do mar, claro. A praia não era atrativa por ser de seixos como a maioria como viemos a constatar mais tarde. As águas essas sim, sempre mornas e transparentes convidando a estar sempre literalmente de molho. Seguimos viagem rumo ao norte da Grécia no dia seguinte, pois o objetivo era chegar à ilha de Corfu, ou melhor, ao porto de embarque para esta ilha que não sendo a mais turística nem a mais conhecida, parece esconder verdadeiras raridades de beleza. Como nas férias a ideia e conhecer mas também descansar e como os dias em Atenas haviam sido intensos, dividimos o trajeto em 2 dias e o próximo
destino para pernoitar foi a região de Kanali a 70 km do porto de Igomenitza (porto de partida dos ferrys para Corfu). O hotel escolhido foi o Ionian Theoxenia, uma unidade de 4 estrelas com uma tarifa acima da média mas que nos fez recuperar dos imensos quilómetros percorridos. A suite era magnífica e a piscina fez as delícias de todos mas especialmente do André. Ainda fomos espreitar a praia onde tínhamos direito a uma palhota e a espreguiçadeiras mas como estava vento trocamos o mar por bons momentos de mergulhos na piscina. Na receção solicitamos orientações para jantar e trocamos alguma conversa com a jovem e simpática colaboradora que nos revelou ser professora mas como não tem lugar de quadro, tem que trabalhar nos meses de verão para equilibrar as contas. Nada diferentes do que acontece com muitos professores do nosso país. Recomendou-nos alguns restaurantes em função das especialidades que ofereciam. Por esta altura já sabíamos dizer efxaristo
(obrigado em grego) pelo que agradecemos a ajuda. Sempre que posso tento aprender o máximo de palavras da língua de origem, pois tenho uma grande paixão por idiomas. Também já sabíamos dizer kalimera (bom dia). Dos restaurantes recomendados escolhemos um de comida caseira onde a dona tinha sido emigrante na Alemanha pelo que a comunicação se tornou fácil para mim pois ainda mantenho sólidos conhecimentos de língua alemã. Seguimos os conselhos da senhora que tinha como pratos do dia vitela estufada e cabrito também estufado com um molho de tomate que estava delicioso. Estes pratos fazem-me sempre lembrar os cozinhados da minha mãe pois estavam do ponto de vista da confeção e do tempero iguais ao que ela ainda hoje faz. Também aqui não ouve nenhuma conta
elaborada, muito menos escrita. Quando pedi a conta a senhora abeirou-se da mesa e disse: - isso tudo junto são 26,5 euros…e pronto, nada de fatura, impostos ou qualquer regra fiscal. Parece que por aqui as coisas estão mais feias que em Portugal no que diz respeito à cultura social e à máxima agora tão apregoada em Portugal e sempre cumprida nos países nórdicos, de que se todos pagarmos impostos o país talvez um dia se endireite. De volta ao hotel houve toda a noite para planear e tentar perceber as regras de embarque no porto de Igomentiza para tentar chegar a Corfu. Entre um copo de uzo (bebida típica da Grécia com forte sabor a anis) que havia trazido de Atenas e que me fez de novo voltar à infância quando escorria para a boca todas as pingas dos copos de anis que os adultos deixavam. Em troca de mails com o responsável
pelo alojamento em Corfu ficamos mais orientados com os procedimentos a tomar no porto. Sem nada sabermos sobre os horários dos ferrys mas também sem grandes preocupações para chegar, para além de querermos evitar a noite, na estrada a caminho do porto de Igomenitza era imperioso fazer um desvio para ir conhecer Parga. Os desvios das estradas principais são sempre penosos do ponto de vista da morfologia das estradas pois como a região tem uma geomorfologia fortemente acidentada, as estradas secundárias até à linha de costa seguem a morfologia do relevo e fazem durante largos trajetos curvas com orientações de 180 graus. Como havíamos consultado alguma informação sobre os pontos de interesse no hotel, Parga era um local a não perder. Depois das inúmeras curvas que até perturbam o nosso companheiro de viagem, o GPS, a gratificação não poderia ser melhor, uma localidade na encosta de uma pequena falésia com um
centro turístico a fervilhar de gente e claro, um mar verde-esmeralda e uma pequena ilha até onde se podia nadar a partir da praia, sempre com o fundo transparente do fundo do mar como companhia. Uma bênção para a alma. Chegamos a Igomeniza e com as indicações do sr. Kostas do alojamento de Corfu não foi difícil encontrar o porto doméstico que está bem sinalizado e separado do porto internacional que segue rotas para outros países da Europa. As tarifas praticadas são pesadas, mas, férias são férias. O ferry com muito boas condições permite uma viagem agradável e cerca de 2 horas depois, chegamos à capital da ilha, que para os gregos se designa de Kerkira mas para todos os outros é simplesmente Corfu, o nome da ilha. A aproximação é magnífica pois permite fotografar a costa da Albânia, uma pequena ilha próxima da cidade e
claro, a cidade em tons amarelo e castanho com a sua muralha e o que resta do castelo, o que faz desta ilha uma pérola do mar jónico. Após o desembarque fizemos uma autêntica caça ao lugar para tentar estacionar o carro, fazendo um curto reconhecimento à cidade. Estavam mais de 30º C pelo que a tarefa se revelou difícil mas não impossível. As ruas da cidade são estreitas e completamente preenchidas com lojas de produto locais e regionais e restaurantes com esplanadas bem apelativas. As opções nas ementas e após alguns dias longe da melhor cozinha do mundo, a portuguesa, começam a ser repetitivas, pelo que é necessário um esforço adicional entre a escolha, a variedade e o preço. Estava fora de questão vistar a cidade, o calor abrasador não  permitia tal proeza. Apenas queríamos chegar ao destino e mergulhar na
primeira praia que nos surgisse. A chegada ao nosso destino, após o desembarque permitiu-nos perceber logo o que nos esperava em termos de estradas a percorrer, curvas e curvas e curvas. Roda, a localidade onde nos instalamos fica no norte da ilha. A opção por este local deveu-se à qualidade do alojamento que aqui encontramos e a curta distância a algumas das atrações imperdíveis que havíamos pesquisado. Encontrámos facilmente o Paradise Village e fomos recebidos com uma simpatia transbordante pelo sr. George (pronuncia-se Giorguie…em grego ou em romeno, não percebi bem pois o sr. era natural da Roménia). Ele e a mulher, percebemos que eram as pessoas que estavam permanentemente no aldeamento e na receção. O sr. Kostas nunca conhecemos. Durante os dias no aldeamento fomos sempre muito acarinhados pelos senhores e houve um dia que até lhes pedimos para colocar as nossas pizzas no forno na cozinha deles visto que a nossa apenas dispunha de placa vitro-cerâmica. O André encontrou logo um companheiro que era o filho do casal para o futebol e os vídeo jogos. Os 4 dias na ilha foram preenchidos a percorrer a mais bela das ilhas da Grécia. Como chegamos ao fim do dia apenas fomos até à praia mais próxima de casa, que não tinha
grande beleza, não fossem as suas águas mornas. Uma intensa luta de cães selvagens fez-nos abandonar o local e apreciar o silêncio da nossa villa no meio de palmeiras, jardins e árvores de fruto. A primeira vista obrigatória era a Sidari, a pouco quilómetros de Roda onde se situa o canal do amor. Diz a lenda que quem se banhar nas suas águas terá amor eterno. A paisagem é deslumbrante mas o canal é um recorte entre duas rochas que me pareceram calcárias mas com sobreposição de arenitos consolidados (não posso precisar esta informação geológica pois, apesar de ter estudado geologia, nunca exerci a profissão) com águas profunda e revoltas que assustam. Dezenas de fotografias depois e após observar alguns corajosos a fazerem-se às
águas descende ao canal por meio de uma corda, era tempo de mergulhar mas na água transparente mas fria na praia perto do canal. Para delícia do André alugamos uma gaivota e percorremos a costa nas proximidades descobrindo, ai sim, autênticos canais e grutas que furam as rochas de um ao outro lado, simplesmente magnífico. No segundo dia fizemos o trajeto junto à costa para chegar a Paleokastritsa. Este trajeto, para Este de Roda é deslumbrante pois percorre a morfologia da costa, sempre com o mar azul-turquesa por companhia assim como as montanhas da costa da Albânia, permitindo paragens sempre que, atrás de uma curva ou encosta surge uma baía de águas transparentes convidativas a um mergulho. A vontade era parar e mergulhar em todas… Optamos pela praia de Nissaki onde o concessionário local disponibilizava, para
além de um bom restaurante, uma piscina e chapéus-de-sol com espreguiçadeiras junto ao mar ou à beira da piscina. A praia, como a maioria das praias da ilha é de seixos rolados o que é perturbador para os pés dos portugueses habituados a areias finas e macias. Mas depois de entrar na água tépida e mantendo-nos a flutuar o prazer é total e quase infinito. De costas para o mar tínhamos por companhia uma gigantesca montanha transmitindo à paisagem, proteção e beleza. Continuando até Paleokastritsa, fomos parando e fotografando os belos recantos da ilha. Numa das pausas da viagem paramos no café-restaurante Verandas, entre Lakones e Makrades, na localidade de Kiperi. O quadro não podia ser mais belo. Uma das mais deslumbrantes paisagens da ilha. Ao sabor de um Fredo Capuccino (bebida muito consumida na Grécia
(café frio, açúcar, gelo e natas, tudo batido e delicioso) apreciamos aquela paisagem que nos faz pensar na beleza de estarmos vivos e saudáveis e sempre gratos por poder viver estes momentos. A senhora do restaurante era de uma simpatia contagiante e o espaço decorado de forma irrepreensível. Ao fundo desta encosta estava Paleokastritsa, uma localidade cheia de charme com uma pequena praia de água fria mas absolutamente translúcida onde nos refrescamos e nos deliciamos com tanta beleza. Em frente à praia ergue-se uma elevação com vegetação abundante e onde se encontra um mosteiro do séc. XII, o Monastitaki. Não fizemos questão de entrar porque a beleza da paisagem lá de cima não deixa lugar para ocupar a mente com aspetos históricos. Depois de estasiados com tantos novos upgrades para a nossa alma, regressamos
lentamente, mas sem antes tentarmos ir à região Oeste da ilha visitar pelo menos uma localidade, Glifada. Foi difícil o trajeto, perdemo-nos pois parece que a cartografia da ilha não está completa e o nosso fiel amigo GPS, por muito que tentasses não identificava algumas localidades, ou porque simplesmente não eram reconhecidas pelo satélite ou porque a forma de as escrever tornava difícil os nosso inputs uma vez que não dispúnhamos de caracteres gregos. Parar  e perguntar seria uma opção mas comunicar com a população do centro da ilha é difícil apesar de muito cordiais e prestáveis. Encontramos uma miúda de bicicleta que falava inglês e lá nos foi dizendo algumas orientações. Achamos aquilo tudo muito duvidoso pois parecia estar a
enviar para o lado contrário. Alguns metros mais à frente paramos junto de 2 bombeiros que estavam de prevenção junto à estrada e arriscamos…e claro eles mandaram-se para o lado oposto daquele que a miúda havia referido mas que para nós fazia algum sentido segundo o que podíamos observar no display do GPS. Depois de tantas insistências lá conseguimos orientar-nos. A caminho da praia de Glifada ainda nos enganamos muito por culpa de placas que consideramos mal orientadas e apenas víamos enormes montanha à nossa volta e nada de mar. Ao observar o cume da montanha mais alta mesmo ali ao nosso lado, reparamos na configuração e cor de uma nuvem que para nós, entendidos em climatologia “caseira e muito tradicional” nos fez pensar e verbalizar que aquilo anunciava chuva. Era uma nuvem em forma de disco, muito arredondada,
como se estivesse esculpida pelo vento, com dois tons de cinzento. A praia lá estava mesmo atrás da última curva, bela mas com mar batido neste lado da costa. Fotografamos e fizemo-nos ao caminho pois apesar de não estarmos muito distantes de casa, os caminhos demoram a percorrer pela sinuosidade da estrada. E assim findou mais um dia cheio de grande beleza. O último dia foi reservado a curtas distâncias para poder aproveitar de novo as águas calmas, frias e tépidas do mar jónico. A tal nuvem do dia anterior afinal estava lá para fazer na madrugada deste dia uma terrível tempestade com trovões daqueles que faziam tremer portas e janelas, a que se seguiu uma chuva diluviana, como já nos habituamos nas nossas férias de verão, pois temos assistido em
cada um dos países por onde temos viajado em pleno verão a uma destas simpáticas tempestades. Na net a Maria havia visto que este tempo extemporâneo seria só durante a manhã e que de tarde a temperatura voltaria aos 29º C. E assim foi. Perto das 11 horas saímos já com um sol radiante e quente e assim voltamos ao caminho do dia anterior onde havíamos avistado pequenas baias paradisíacas mas que no dia anterior só havíamos fotografado. Decidimos estacionar numa daquelas baias selvagens com estradas onde só passa um carro de cada vez mas onde cabem sempre dois. O céu voltou a ficar nublado pelo que o pronuncio de chuva era quase garantido. A praia tinha menos de 10 pessoas e a paisagem valia por tudo. Demos uns
mergulhos e fomos explorar alguns caminhos pela encosta que anunciava outra praia ao lado. A chuva manteve-se ao longe no mar e a nossa exploração permitiu sentir a mistura de aromas daquela vegetação selvagem. Depois seguimos caminho até Ipsos, uma praia enorme mas não das mais belas. A ideia era comer alguma coisa e como Ipsos se desenvolve totalmente junto à linha de costa foi fácil estacionar e procurar opções para procurar variedade e preços. De retorno já havíamos decidido onde parar pois já tínhamos visto esta praia mas não houve oportunidade para lá ficar. Próximo de Roda e numa placa que anunciava o restaurante Pyramide estava mais uma pérola da natureza. Uma praia, desta vez de areia macia e com água pelo joelho até quase ao “meio do mar”. A água aqui misturava correntes frias e quentes lado a lado e tinha uma envolvente magnífica. Depois de muitos mergulhos fui explorar o contorno da baia e encontrei lagoas de
criação de peixes e rochas brancas que contratavam de forma fabulosa com a água verde junto à costa e o fundo azul mais ao largo. E assim nos despedimos de Corfu pois no momento que escrevo estas últimas palavras já estamos de regresso no ferry de volta a Igomenitza para depois percorrer perto de 180 km para o interior norte da Grécia em direção a Kalambaka que também se pode designar de Kalampaka para visitar as Meteoras (que significa em grego suspensas do céu ou em cima nos céus) e é um dos mais importantes complexos de mosteiros ortodoxos orientais da Grécia, ficando apenas atrás do monte Athos. Trata-se de formações rochosas imponente que têm no seu cume mosteiros construídos no século XV sabe-se lá como. Como foi possível naquela época carregar para o cume de uma rocha sem arestas materiais de construção… As formações
rochosas são compostas do ponto de vista geológicos por arenitos e conglomerados. A localização é no bordo noroeste da planície da Telássia, perto do rio Pineios e montes Pindos na Grécia central. As formações rochosas estão todas localizadas entre as localidades de Kastrati e Kalambaka. Toda a atividade comercial se desenvolve em torno desta magnífica atração turística pelo que nas duas localidades existem inúmeros hoteis, pensões e alojamentos assim como uma saudável e desejada diversidade de restaurantes. Quando chegamos a Kastrati estavam 35º C. A estrada que liga o porto de Igomenitza até às montanhas é servida por uma boa parte de autoestrada de aspeto recente a custos muito acessíveis e
percorre paisagens sempre em quotas elevadas sendo as montanhas perfuradas por dezenas de tuneis que vão das poucas centenas de metros a vários quilómetros de cumprimento e ligadas por obras de arte. Mas não há bela sem senão. A estrada maravilha da engenharia termina ainda a cerca de 70 km das Meteoras pelo que depois é preciso paciências e muita prudência para percorrer a estrada secundária que ladeia as montanhas até chegar ao local. Com um temperatura tórrida era impossível visitar alguma coisa pelo que após um refrescante fredo cappuccino que nesta zona se passou a designar de nescaffe frappe, fomos refugiar-nos no ar condicionado do nosso quarto do hotel Spanian. Estrutura simples, com gente humilde mas limpo e confortável. Até mesmo neste local, que só é visitado por quem se interessa por conhecer a magnífica obra que a
natureza esculpio, encontrei gente que falava alemão, pois os gregos, tal como nós, foram povos emigrantes nas décadas de 60 e 70. Desta forma a conversação estava facilitada, embora o inglês seja a principal forma de comunicar em todos os locais por onde andamos. Referido pelo responsável da receção do nosso hotel, achou estranho a presença de portugueses por aquelas paragens e já não se lembrava a última vez que lá haviam estado gentes da nossa terra. Muitos italianos e gregos, claro, agora portugueses, raramente. Também ele já tinham visitado Lisboa na década de 80 e era fã do Benfica. Perto das 19 horas, ainda com forte temperatura mas já no declínio do dia, fomos então visitar as Meteoras. Com o auxílio de um mapa foi muito fácil entender a orientação. Para quem não conhece e olha o mapa a primeira vez, parece que tudo é distante, mas com as orientações do responsável do hotel percebemos que tudo distava cerca de 5 km da localidade onde estávamos. Existem 3 grandes pontes obrigatórios que são a zona do mosteiro de Roussanou, a Megalo Meteora e o mosteiro de Agio Stefanos. À hora que fomos, todos os mosteiros estavam encerrados mas o que ali nos levou foi mesmo a paisagem, embora fosse de interesse entrar num mosteiro, o que não foi possível. Percorrer aquele triângulo de estrada é fascinante e obriga a sucessivas interrupções para fotografar por todos os ângulos. Há quem faça todo o trajeto a pé e vimos algumas pessoas a fazê-lo mas seguramente com enorme sacrifício pois o calor continuava escaldante. Estariam a fazê-lo por fé ou simplesmente para cumprir os
caminhos das Meteoras? Nunca o saberemos! Jantamos numa excelente taverna grega em Kalampaka. Provamos a melhor limonada da Grécia e deliciamo-nos com suculentas costeletas de cordeiro e o André escolheu Pasticio, uma espécie de lasanha mas que aqui também tem outras massas misturadas e é servida com delicioso queijo Fetta derretido em cima e tomate grelhado. Como tínhamos o mapa da região, este pormenor deu-nos direito à oferta das sobremesas pelo que a refeição terminou com iogurte grego regado com um delicioso mel e uma fatia de pastel de sementes de Sésamo misturados com avelãs. No dia seguinte esperavam-nos mais de 230 km para rumarmos de novo ao litoral até à região de Galaxidi que fica a cerca de 200 km de Atenas (Athina em grego). Saímos cedo para ganhar tempo e tentar descansar um pouco de tarde. A viagem corria entre boas retas e várias cordilheiras de montanhas, até o nosso GPS, a cerca de
50 km do destino nos mandar virar apertado à direita e “obrigar-nos” a abandonar a estrada E65 onde vínhamos para nos enfiar literalmente numa serra com uma estrada em serpentina com subidas de inclinação vertiginosa e descidas com cuvcas em cotovelo sem qualquer proteção, onde nunca vimos um carro ou uma única pessoa e onde começámos a transpirar de stress com receio de algo poder acontecer ao carro ali no meio de uma calor sufocante encrustados numa estrada com menos de 2 metros de largura e que não tinha fim. Algum tempo depois percebemos que o mesmo trajeto se poderia ter feito pela estrada que havíamos deixado para trás e até agora não entendemos a razão daquela decisão da nossa navegação por satélite. Deixando para trás o susto da encosta ingreme, escaldante e perigosa, voltamos à estrada E65 e rapidamente
avistamos a linha de costa na primeira localidade que encontramos antes do nosso destino neste dia, Itea. Almoçamos por lá, desta vez provamos moussaka que é uma espécia de lasanha grega feita com carne moída e beringela. É muito saborosa e menos  “pesada” que a nossa lasanha portuguesa. Galaxidi, o nosso destino deste dia estava a 15 km de Itea. A localidade de Itea não é particularmente bela e isso deixou-nos um pouco desapontados com receio de que o destino por nós escolhido seguisse a mesma tendência de desilusão. As pesquisas que havíamos efetuado não deixavam antever esta falha de expetativas mas... A estrada desenvolve-se toda seguindo o contorno da costa e, do outro lado, as montanhas despidas de vegetação e castanhas cor de terra, com exceção de uma parte de terreno onde a cor mudava drasticamente para castanho oxidado e ferruginoso  e que mais não era que uma zona de exploração de minério de bauxites, um minério que contem a maior concentração de alumínio do planeta. O verde e azul das águas com o contraste castanho da
montanha desenha autênticos postais entre cada contorno da estrada que delimita baías sem conta, todas com um encanto especial. A vontade de chegar era imensa pois o cansaço já se havia instalado e o calor era simplesmente tórrido. Identificar os apartamentos Nautilos foi tarefa fácil pois as coordenadas são infalíveis. Numa ponta de Galaxidi, bem no meio das casas encontramos um pequenos apart-hotel que visto de fora fazia antever a qualidade, o conforto e o luxo que nos esperava. Fomos recebidos pela colaboradora de serviço, a Miss Vaso, que nos saudou e desejou as boas vindas. Quando nos abriu a porta nem queríamos acreditar no que os nosso olhos viam. Um apartamento absolutamente magnífico, decorado em tons de cinza e azul e uma decoração com apontamentos marinhos. Tudo estava no local certo e a harmonia das cores e dos tecidos
mostrava nitidamente o bom gosto, a qualidade e o luxo com que tudo naquela casa foi pensado. Não exagerava se dissesse que ficamos extasiados. Poucos minutos depois de entrarmos e ainda a observar a paisagem das 3 varandas que tínhamos à disposição, de onde se pode avistar o mar, logo ali, e a pequena localidade de Galaxidi também ao alcance de alguns passos a pé, estavam a bater-nos à porta com 2 licores caseiros e uma limonada como bebidas de boas vindas. Ficamos a saber que a senhora Joana, a responsável não estava no momento mas que nos haveria de vir cumprimentar. Neste entretanto foi feita a lista dos produtos que gostaríamos de ter à mesa ao pequeno-almoço que seria servido no apartamento. Pouco depois conhecemos a senhora Joana que confirmou e sugeriu alguns produtos para a pequeno-almoço, desde o
habitual pão, queijos e fiambre, sumo de laranja acabado de fazer, as compotas feitas por ela e os bolos caseiros e até o iogurte grego, claro, feito em casa. Ficamos a contar o tempo para o pequeno almoço que se antevia um banquete dos Deuses. Passamos a tarde a mergulhar na pequena enseada de seixos mesmo ali perto da porta, onde a água era cristalina e tépida e de onde se avistava a localidade que se concentra toda num pequeno aglomerado de casas, com um igreja no centro e o porto repleto de barcos de pescadores mas também de iates de luxo. Este quadro que mais parece um postal fez-nos viver sensações únicas que queremos guardar para sempre. Depois de uma noite bem passada e há hora combinada a senhora Joana chegou com uma cesta
com todos ingredientes combinados no dia anterior. Eu arriscava dizer que aquele pequeno almoço entrou na lista dos mais personalizados e deliciosos que alguma vez já tivemos. Tudo era genuíno, fresco e servido com dedicação e eu diria mesmo, amor. A senhora Joana é uma senhora de uma simpatia a amabilidade contagiantes. Agradecemos vezes sem conta e até tivemos a coragem de lhe perguntar sobre o local de compra de uma peça de mobiliário que se encontrava no apartamento e que pela funcionalidade e descrição, nos deixou apaixonados. Tratava-se de um puf, quando fechado e que servia como complemento de um sofá mas quando aberto era uma cama, tipo divã mas muito mais confortável. Era alta, de colchão espesso e revestido com uma capa com tecido com motivos alusivos a viagens. Simplesmente fascinante e útil em nossa casa com cama adicional. Após o pequeno almoço apeteceu-nos descobrir um pouco das baias ali por perto. O trajeto
sempre junto ao mar permite fotografar Galaxidi por vários ângulos. Algumas curvas depois ali estava uma praia com quase ninguém, com sombras em palhota, de utilização livre e com uma água que só entrando nela se consegue perceber a sensação e o sentido de se viajar e conhecer. Terminada a nossa estadia em Galaxidi, dirigimo-nos à receção para nos despedirmos da senhora Joana Boviatsi. Fomos recebidos com um caloroso kalos irthate, cuja tradução quer dizer, bem vindos à minha casa e refere-se a uma saudação calorosa com afeto. Conversamos alguns momentos sobre as dificuldades da vida na Grécia e sobre o modo como estava a correr o funcionamento do hotel. Despedimo-nos com um saudoso giasas (pronuncia-se iasas), cujo significado é um adeus até breve com o sentido de nos voltarmos a ver. Também se utiliza na Grécia o adio mas cujo significado é uma despedida mais longa no tempo que pode durar anos ou até mesmo um nunca mais voltar a ver a pessoa. Quem um dia os leitores de blog forem a Galaxidi a recomendação é para escolherem este hotel para terem o privilégio de sentir o amor e a dedicação de alguém que coloca no seu trabalho e nos seus hóspedes, um carinho que marca e deixa saudades para sempre. Agora a descrição em inglês desta última parte do post, tal como prometi à Joana.
Identify the Nautilus apartments was an easy task because the coordinates were infallible. Right in the middle of the houses we found a small and luxury apart-hotel that from the outside did predict the quality, comfort and luxury that awaited us. We were greeted by Miss Vaso who wished us welcome. When we opened the door we wound't believe what
our eyes saw. An absolutely wonderfull apartment, decorated in shades of gray and blue and decorated with marine notes. Everything was in the right place and the harmony of colors and tissues showed clearly good taste, quality and luxury with everything in the house was thought. I'm not exaggerating if I said we were ecstatic. A few minutes after we entered and still observe the landscape from the three balconies we had available, from where we could see the sea, right there, and the small town of Galaxidi also available to walk on a distance of a few steps, they were beating us the door with two homemade liqueurs and some lemonade as welcome drinks. We knew that Mrs. Joanna, the responsible from the hotel, was not at the time but she would come to greet us. In this mean time Mrs. Vaso had made a list of products that we would have at the table for breakfast in the next morning and that would be served in the apartment. Shortly after we met Mrs. Joanna, she confirmed and suggested some products for the breakfast, since the usual bread (differente types of delicious bread), cheese and ham, orange juice freshly made, jams made ​​by itself and the homemade cakes and even pure Greek yogurt, everything home made.
We count the time for breakfast which provided to be a banquet of gods.We spent the afternoon diving in the small pebbly cove right there by the door, where the water was crystal clear and warm, and which overlooks the entire city that focuses on a small cluster of houses, with a church in the center and the harbor filled of fishing boats but also luxury yachts. This view, looks like a postcard, made ​​us feel live and a unique sensations that we want to keep forever. After a night well spent and in the combined time Mrs. Joanna arrived with a basket with all ingredients combined on the previous day. I ventured to say that breakfast entered to our list of the most personalized and delicious we ever had. Everything was genuine, fresh and served with dedication and I would even say, love. Mrs. Joanna is a lady of a contagious sympathy and kindness. We thanks again and again and even had the courage to ask her about the place of purchase for a piece of furniture that was in the apartment and that the functionality and description, let us passionate. It was a poof when closed and which served
to complement of a couch but when opened was a bed, couch type but much more comfortable. It was high, thick and ortophedic mattress and coated with a layer fabric with motifs depicting travel reasons. Simply fascinating and useful in our home as extra bed. After breakfast we find out some of the stalls nearby. The alongside road allowed to shoot Galaxidi from different angles. After ssme curves away, there was a beach with almost anyone, with hut shadows, free to use and with a water that only entering we can talk, feel and taste the sense of experience of travel. Finished our stay in Galaxidi, we went to the reception to say goodbye to Miss Joanna Boviatsi. We were greeted with a warm irthate kalos, which translated means, welcome to my house and refers to a warm greeting with affection. We talked a few moments about the difficulties of life in Greece and about the function and operation of the hotel. We said goodbye with a wistful giasas, that means an even brief goodbye with the sense that we will come back and see us again.. In Grece, it is also used the expression adio but whose meaning is a longer farewell in time that can last for years or even a no return to see the person. Who ever go to Galaxidi should choose this hotel to feel the love and the dedication of someone that puts of its work and their guests, the affect which marks and leave miss forever. Percorremos a Grécia de Atenas à costa oeste, costa norte e sul, exploramos a ilha de Corfu, fizemos uma incursão ao interior da Grécia central onde nos esperavam formações litológicas ornamentadas com mosteiros conferindo à paisagem uma beleza de tirar o fôlego. Terminamos a nossa aventura com uns mergulhos nos mares da costa este. Banhamo-nos nos mares jónico, no golfo da corintia e no mar egeu. Experimentamos águas tépidas e transparentes que fizeram das nossas férias momentos únicos que alimentarão o corpo e a alma e o desejo de poder continuar a viver experiências únicas.


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