Descansar
pode significar tantas coisas. Pode significar a interrupção de uma actividade
rotineira, por momentos curtos ou mais longos, pode significar responder ao
chamamento do corpo e atribui-lhe o necessário tempo de
repouso para que as funções orgânicas continuem a processar os complexos mecanismos do metabolismo. Mas descansar também significa quebrar com as rotinas, fugir e viver experiências novas, conhecer locais do mundo que esperam por serem descobertos. Neste sentido mais amplo, descansar é um bom sinónimo para férias. Este conceito, o de oferecer ao corpo e à alma novos inputs é nos tempos modernos uma necessidade cada vez mais premente pois o envolvimento, o desgaste e o empenho que as vidas profissionais e familiares exigem envolvem-nos numa espiral de temas, atividades, assuntos e preocupações
repouso para que as funções orgânicas continuem a processar os complexos mecanismos do metabolismo. Mas descansar também significa quebrar com as rotinas, fugir e viver experiências novas, conhecer locais do mundo que esperam por serem descobertos. Neste sentido mais amplo, descansar é um bom sinónimo para férias. Este conceito, o de oferecer ao corpo e à alma novos inputs é nos tempos modernos uma necessidade cada vez mais premente pois o envolvimento, o desgaste e o empenho que as vidas profissionais e familiares exigem envolvem-nos numa espiral de temas, atividades, assuntos e preocupações
e outras tantas responsabilidades
que fazem do tempo uma bússola acelerada onde os dias parecem minutos e os anos apenas alguns dias. Quantos de nós não experimentam esta sensação da rápida
passagem do tempo. Esta noção de velocidade do tempo é diferente ao longo das
fases da vida. Quando ainda somos jovens desejamos entrar numa máquina do tempo
que nos transporte para o futuro e nos torne adultos para que possamos aceder
com todo o direito à nossa liberdade plena. Quando crescemos desejamos que essa
máquina
aceleradora do tempo tenha um bom sistema de travagem e trave a tempo o
tempo que vemos esgotar-se. Viver a esta velocidade por vezes vertiginosa
roubando horas de descanso contra a vontade de todos os alarmes do nosso corpo
obriga a procurar formas de equilíbrio. Por outro lado, as exigências em que
foram colocados os nossos deveres profissionais roubam a muitos esta importante
parcela de liberdade que é poder estar ausente e preencher o nosso cérebro com
novos valores que, de
acordo com a minha opinião deverão ser diversificados e
intensos. Estes dias de mobilidade quer seja programada ou simplesmente à
deriva contribuem hoje como autenticas instituições de formação paralela
atribuindo-nos valiosos diplomas com certificação garantida. Como sempre fui
organizado, pensar, planear e detalhar estes dias de pura descontração são para mim fontes de
ocupação prazerosa e contribuem para a descoberta e consolidação de muitos
assuntos que vão desde a revisão da
geografia à exploração das formas de
funcionamento das companhias aéreas ou ainda à avaliação detalhada da quase
infinita ofertas de alojamentos que vão desde os tradicionais hotéis ou resorts
e mais modernamente a imensa e diversificada oferta de moradias, apartamentos ou quartos partilhados
de proprietários privados. Este novo conceito de alojamento permite a quem
procura locais alternativos aos hotéis
encontrar uma ampla oferta de alojamentos
e serviços a preços muitos competitivos e com condições de conforto próximas,
algumas por ventura superiores e muito mais personalizadas, em relação ao que
habitualmente se encontra no formato de hotel. Existem hoje online sites
fidedignos que permitem reservas e negociações claras e seguras, deixo como
exemplos os sites www.homeaway.com ou o www.airbnb.com. No momento em que escrevo este
post voamos a caminho de Ponta Delgada a bordo de um Boing 737-800 com
conceito low-cost onde na frente dos olhos tenho colado para além do
folheto de segurança, fotos
com snacks & drinks. Na bela ilha de S.Miguel
espera-nos um alojamento reservado num dos sites acima por um valor
quase inacreditável em plena época alta. Voltarei a este tema mais tarde pois os
nossos dias de descanso tiveram início com uma viagem a Marrocos, país pelo
qual continuamos apaixonados, eu diria cada vez mais. Há algo de místico e
intenso naquele país. Podem ser tantas coisas, todas nos estimulam os sentidos
e nos apelam à descoberta. O clima é sempre fantástico, a cultura é
magnificamente diferente, cheia de magia, cor, tradição e mistério. Iniciamos
a nossa pesquisa com a reserva de um hotel de charme a sul de Mogador à beira de
uma praia, Para lá chegar teríamos que voar para Marraquexe e daí seguir 380 km
de carro. Ainda não estávamos preparados, eu diária, formatados para esta
aventura sem primeiro explorar um pouco mais do país num formato mais
organizado e seguro. E como para todas estas dinâmicas são necessários fazer
cálculos sérios e muito ponderados, o preço desta viagem por conta própria ou
ter uma experiência de uma viagem programada sem preocupações mas isenta de
aventuras era similar pelo que optamos por adquirir um pacote de uma semana num
resort em regime de
tudo incluído (TI). O ano foi difícil, com dias muito
preenchidos e muitos momentos de muito stress e desgaste intenso pelo
que, ao contrário do que é habitual em nós, que é passar os dias de descanso a
cansar o corpo mas a reabilitar a alma em viagens de exploração intensa, este
ano quisemos mudar o conceito. Assim a primeira semana de férias foi passada na
estância balnear marroquina de Saidia, num resort, em formato de
dormir, praia, piscina, sol, comer e muitos cocktails. Elegemos os hotel Be
Live Collection que ganhou na nossa escolha em relação ao Iberostar por
apresentar melhores críticas e por ter uma arquitetura mais próxima daquilo que
desejamos encontrar em Marrocos. Foi uma escola acertada pois o hotel,
tendo algum tempo, é relativamente novo e todos os espaços estão muito bem
cuidados e conservados. Eu diria que os quartos necessitam de alguma manutenção
pontual mas são coisas que em nada beliscam a estadia. As férias no hotel Be
Live fizeram-nos regressão alguns anos atrás quando fizemos, pela primeira vez
na vida, umas férias com este formato mas nas Caraíbas. Eu diria que estes dias
de férias em Saidia foram
muito próximas dessas outras embora sem o requinte
que as caraíbas oferecem e claro, sem a surpresa e a novidade que na altura nos
enchia a alma. Foram no entanto dias de excelência à beira do mar mediterrânico
com água tépida onde não faltavam os desportos motorizados ou os camelos como
marca oficial do país. O hotel Be Live é enorme, parecendo-se com uma mini
cidade, com uma arquitetura distribuída por 3 blocos onde se situam a maioria
dos alojamentos, unidos com um bloco frontal que alberga desde o lobby aos bares e restaurantes. As piscinas encontram-se entre os blocos de alojamentos e
ocupam áreas
generosas, com direito a ilhas e pontes que transportam o cenário
para o que é próximo de um ambiente em climas mais tropicais. Os jardins estão
ornamentados com catos e árvores de pequeno porte, num tapete verde de relva
imaculadamente tratada. A equipa de animação constituída por colaboradores da
Republica Dominicana e marroquinos, tratava de criar programas para colocar
toda a gente a mexer e numa diversão permanente, quer seja com coreografias
aquáticas quer com danças ou jogos divertidos onde o espírito era de
descontração mas também de alguma competição animada e salutar. O restaurante buffet
tinha temáticas diárias, permitindo escolhas para todas as
exigências e gostos.
Os colaboradores, ao contrário do que por vezes se
encontra registado em alguns
comentários, são cordiais e muito profissionais. Apesar do país e todo o mundo
árabe se encontrar em plena época do Ramadão, impedindo-os de comer ou beber
antes do anoitecer, nunca encontramos em nenhum rosto ou atitude qualquer gesto
de repúdio ou desagrado aos nossos pedidos que no regime de tudo incluído, se
distribuíam pelas várias horas do dia. Encontramos ao invés, atenção, dedicação
e competência extrema. As noites foram ocupadas no teatro do complexo onde um
programa de animação diário fazia o entretinimento de todos com programas
animados onde em grande parte das peças eram utilizadas as competências
artísticas dos hóspedes. Tudo isto era acompanhado por muito cocktails…Daikiris
lemon, San Francisco ou os tão afamados e deliciosos Mojitos. No sentido de
quebrar a nossa rotina de
preguiça pura ocupamos uma das nossas manhãs com uma
viagem a Nador, a cerca de 80Km de Saidia, conhecida como a capital da contrafação.
Fomos transportados num autocarro muito confortável acompanhados pelo guia da
representação local da Abreu. O contacto com a vida real nestes países
constitui para mim o expoente máximo de uma viagem. É desta forma que se sente
a vida das pessoas, como se comportam no seu mundo, como ocupam os seus dias, o
que fazem ou como convivem. A grande atração desta cidade é o mercado da contrafação
onde se vende de tudo…de “marca”. A marca aqui não passa da inscrição do
logotipo da marca original gravada numa cópia que chega a deixar a peça
original envergonhada. É aliciante passear quer pelas ruas de
Nador quer pelo
mercado e, como é típico nestes souks nunca fechar o negócio na primeira
oferta. É fundamental regatear o preço e essa é a parte que mais me diverte.
Sinto que tenho algum jeito para este tipo de negociação e diverti-me imenso a
fazer contrapropostas divertidas e a sentir a pulsação da conversa perscrutando
as reações corporais e faciais dos meus vendedores. Chega-se quase sempre a um
acordo que serve a ambas as partes e fazem-se compras e negócios muito
agradáveis. Desta forma de contacto muito intenso com as gentes desta terra
terminaram os nossos dias em Marrocos pois a viagem de regresso estava marcada
muito cedo no dia seguinte. O tempo de voo até Lisboa é de 1h30min. Como se
tratava de um voo charter operado por uma companhia aérea ibérica (Privilege),
completamente desconhecida para nós, o básico a que estamos habituados a bordo
ficou longe dos requisitos mínimos, um airbus A 320 com o aspeto de uma bus
aéreo sem bancos reclináveis e com um catering onde um queque e uma bebida
constituíram o menu mais requintado a que todos tivemos direito. A estrutura
das férias deste ano, tal como já referi, sempre com a presença de espírito
baseada no descanso máximo, obrigou-nos apesar de tudo a algumas horas de cedo
erguer. Como
é prática habitual nos nossos dias de lazer e com o muito que há
ainda por descobrir, conseguimos mesmo assim dividir estes dias de descanso em
3 blocos distintos. Cumpridos os primeiros dias no esplendido sol de Marrocos,
era tempo de rumar à magnífica ilha de São Miguel nos Açores. Esta
transferência obrigou-nos a uma rápida passagem por Lisboa, uma noite dormida a
correr pois aguardava-nos um voo da Ryanair, outra estreia para nós, no
terminal 2 da Portela. O Boing 737 desta companhia irlandesa mais parecia
restaurante voador. O avião completamente apinhado
de clientes que se entalavam
entre os bancos apertados e não reclináveis e as bagagens de cabine que quase
todos transportam por serem grátis dentre dos padrões definidos ao invés do
preço elevado da bagagem de porão. As nossas acabam por ir no porão mesmo no
momento do embarque porque afinal apenas havia espaço para 90 malas dentro dos
compartimentos sobre os bancos. Achei uma redundância tanto alarido com as
dimensões das bagagens e depois esta mudança de estratégia porque afinal a
Rayanair não tem como controlar aquilo que é fácil de contabilizar, que é a
quantidade de bagagens de mão, uma vez que cada passageiro tem
direito apenas a
transportar uma mala e uma pequena mochila.A
viagem até Ponta Delgada foi tranquila apenas acelerando a adrenalina apenas
àqueles que não se esquecem que estão a bordo de uma aeronave sobre o mar e que
a pista de aterragem é finita. À chegada esperava-nos um micaelence simpático,
representante da Atlas Choice, a rent-a-car onde reservamos o
nosso carro. Após as formalidades habituais fomos prendados com um upgrade
inesperado que nos deixou deslumbrados. Havíamos reservado um pequeno carro
citadino dos mais baratos que o site oferecia, quando o Miguel nos convidou a
colocar as
bagagens num belo Audi A3 a diesel. A viagem até ao nosso alojamento
local na localidade de Pico da Pedra foi fácil, pois foi necessário
apenas prosseguir a via rápida que tem início no aeroporto e seguir no sentido
da Ribeira Grande. Na saída que assinalava a nosso destino abandonamos a via
rápida e entramos na localidade em busca da rua do Foral. As orientações
anteriormente solicitadas aos proprietários Catarina e João foram
preciosas e o nosso GPS fez o resto do trabalho. O problema surgiu quando as
orientações foram atraiçoadas pelos muitos
sentidos proibidos entretanto
instalados pelas autoridades locais. Após voltas e tempo perdido conseguimos
orientar-nos e encontrar a casa que havíamos reservado no Homeaway e que
tinha sido amor à primeira vista. Tratava-se de uma casa de aldeia projetada,
construída e estruturada por alguém com grande sensibilidade para a estética e
para a harmonia. Esperava-nos a Catarina que nos recebeu com um sorriso e um
conjunto de informações e orientações. A casa é composta por uma grande
sala
interrompida por 3 degraus que funcionam como separadores de espaço entre a
zona de estar e de jantar. No fundo da sala e devidamente enquadrada
encontra-se a cozinha totalmente equipada. Os dois quartos que nascem à direita
da entrada têm, como as restantes divisões vigas de madeira a ornamentar os tetos
e portas de correr que funcionam como poupadoras de espaço. Na parede oposta
dos quartos encontra-se uma estrutura discreta com degraus que une o piso
térreo a uma mesanine que foi projetada por cima da primeira metade da sala.
Trata-se de um espaço muito amplo que funciona como um terceiro quarto,
permitindo
desta forma uma ocupação total para 6 pessoas. A casa cresce para a zona
traseira com um espaço exterior em socalcos luxuosamente construído em pedra
ornamental de uma beleza rústica fascinante. Neste espaço encontra-se
mobiliário de exterior e grelhador permitindo refeições ao ar livre. No último
socalco existe ainda um estendal. Voltando para o interior da habitação é
preciso deixar registado um apontamento para referir a estética e o padrão de todos
os materiais interiores que foram selecionados por conjugação de padrões, cor e
textura. O WC está
enriquecido com uma magnífica cabine e duche multifunções
que faz as delícias de quem aprecia luz, som e vários tipos de jatos de água
durante os momentos do prazer do duche. Feito o reconhecimento às instalações e
ouvidas as orientações da Catarina partimos para a descoberta da ilha. Como a
hora do almoço já ia pela tarde fora aceitamos a sugestão da Catarina e a nossa
primeira paragem foi na Associação Agrícola afamada pela qualidade da sua carne
onde os bifes de vaca são o
melhor cartão-de-visita. A escolha foi certeira
pois desde o bolo lêvedo até aos suculentos bifes, a refeição deixou-nos
estasiados pela qualidade e pelo sabor. Eu solicitei apoio para voltar a
deliciar-me com um néctar divino com sabor a maracujá. Fui abençoado com um
Kima de fabrico na ilha que saboreie com todos os sentidos. A sobremesa foi
outra delícia que bem merece um prémio mundial, um delicado pudim de maracujá
cuja aroma e sabor não se conseguem expor apenas com palavras. A nossa viagem
prosseguiu em direção às Caldeiras da Ribeira grande onde nascentes termais com
água em ebulição emanam vapores com cheiro forte a enxofre. Aí experimentei um
banho de pernas em fontes aquecidas com temperaturas pertos dos 40ºC.
Continuamos em direção âs Lombadas por caminhos que
tinham tanto de estreitos
como de belos. Eram caminhos que mais pareciam
trilhos pedestres onde apenas
passa um carro e sempre ladeados de hortenses de dimensões e cores que encantam
quem passa. A ilha encontra-se repleta destas flores de folha larga e de flor
de grande porte. A cor das pétalas e o verde das folhas parecem obra de um
trabalho de jardineiro profissional que aqui terá certamente, pela dimensão do
jardim, que é toda a ilha, a mão da mãe natureza. O nosso percurso levou-nos
até uma zona remota onde a água corre por uma ribeira deixando um rasto de
ferro por onde passa, A marca é tão intensa que vista à distância parecem
laivos de sangue num fundo cristalino enquadrado por diversas tonalidades de
verde, O dia estava, como é habitual nesta ilha, meio encoberto na zona
montanhosa com o sol a tentar romper por entre as nuvens e nas zonas litorais
predominava o céu azul. Numa paragem das Caldeiras onde se pode cozinhar
diretamente nos vapores da terra alguém nos aconselhou a visitar o salto do
cabrito no caminho da caldeira velha e logo a
seguir à central geotérmica. Foi
uma experiência muito agradável pois aqui pode-se observar uma cascata dupla
que nasce nas profundezas da montanha e tem dos fluxos de água distintos. A
zona encontra-se equipada com trilhos, escadarias e passadiços metálicos, pois
a zona integra os percursos pedestres, por onde se pode subir e acompanhar a
estrutura da cascata. Apesar das nuvens e da advertência de que a Lagoa do
fogo
estaria “fechada”, termo local para quando as nuvens não deixam ver a lagoa,
arriscamos. Este percurso pela Ribeira Grande permite-nos passar pela Caldeira
Velha, onde não paramos, pois pela quantidade de carros estacionados, deveria
estar repleta de pessoas. Com sorte de estreantes conseguimos ver a Lagoa do
Fogo, ainda meio cinzenta, com as nuvens a levantar e a destapar uma beleza
única. Deste ponto conseguem-se ver em simultâneo a costa sul e norte da ilha.
O nosso segundo acordou brilhante, sem nuvens e com uns gloriosos 25ºC.
Traçamos a nossa rota para visitar a Lagoa azul e verde (Sete Cidades) e
percorrer a região até à Cumeada, Mosteiros e Ferraria. Aquilo que os olhos alcançam
a partir do miradouro
sobranceiro à lagoa, permite uma das melhores vistas e é de uma beleza fascinante. Por momento
surgiu-nos no pensamento os cenários dos lagos austríacos. A lagoa, como que
dividida em duas, apresenta duas tonalidades distintas, ma verde e outra azul.
A ladeá-la o verde imaculado das encostas fazem um cenário belo que apetece
olhar uma e outra vez, olhar para sempre. Apesar da contemplação alimentar a
alma, o corpo tem outras necessidades e como a hora do almoço estava já para
além
do relógio biológico, tentamos almoçar nas Sete Cidades mas os
restaurantes tinham uma procura imensa o que nos fez prolongar a viagem até aos
Mosteiros. Na descida para esta localidade anunciavam o restaurante Gascidla
mas, por conveniência de parqueamento optamos por almoçar no restaurante o Chico.
Lapas grelhadas, tinha que ser, aqui temperadas com pimentão malagueta,
um sabor arrojado, diferente mas muito conveniente. Com o repasto completo a
tarde estava destinada ao banho na tão afamada Ponta da Ferraria, aqui
onde uma nascente que brota
água a temperatura que não se suportam, mistura a
suas águas com as do mar. No local existe um complexo termal mas o grande
desafio é descer as rochas, aventura de dificuldade média uma vez que não
existem acessos construídos pelo Homem. Após várias peripécias na procura de
locais seguros para assentar os pés e não escorregar, todo o esforço vale a
pena para sentir literalmente em toda a pele, a fusão das temperaturas e as
diversas correntes de águas temperadas a diferentes
temperaturas em função do
local onde nos banhamos. Quanto mais afastados das margens menos quente a água
se torna e próximo à nascente as temperaturas atingem perto de 40ºC. Passam-se
horas neste vaivém de banho ao sabor das ondas. Aqui encontramos um açoriano
muito simpático, o sr. Manuel com quem partilhamos longos minutos de conversa
sobre temas tão díspares como o estado da economia, as características da ilha,
as novidades da abertura do espaço aéreo açoriano ou as opções da Grécia. O dia
três foi inteirinho dedicado à zona das Furnas.
Encontrei diferenças
acentuadas em relação à minha primeira visita ainda na adolescência. Estruturas
organizadas, com parqueamento, balneários e passadeiras em madeira que
delimitavam os locais por onde se podia caminhar e observar em segurança as
fumarolas e as águas em ebulição. Lá estavam os buracos na terra para cozinhar
o famoso cozido das Furnas. Assistimos ao “desenterrar” do cozido do
restaurante os
Tonys, sim aquele ritual parece-se com aquilo que habitualmente
se faz num enterro, com direito a enxada, terra e uma placa, desta feita a
marcar os locais pertencentes a cada um dos restaurantes. Com uma paisagem
deslumbrante para a Lagoa das Furnas estava um quiosque com um jovem que
vendia sumo de ananás que há muito procurávamos. Assistimos à sua confeção,
desde o descascar do ananás até à sua mistura com uma medida de açúcar líquido
de beterraba e as respetivas pedras de gelo. Tudo triturado num copo
liquidificador e de
pois recolocado na casca do ananás que servia de recipiente
para se degustar aquela mistura divina que nunca provamos em nenhum outro local
do mundo. A diversão que se seguiu foi visitar o Parque Terranostra com
as suas coleções internacionais de várias espécies e árvores e plantas e a tão
famosa piscina termal com água da cor da lama. Entrar nesta piscina é algo que
deve ser experimentado. Ao primeiro toque a temperatura da água incomoda e
chega a doer de que está mas
depois de alguma permanência a homeostasia do
corpo trata de nos fazer sentir bem para disfrutar daquela terapia que ali se
encontra oferecida pela natureza. O bilhete do parque tem a duração de um dia
pelo que é possível sair e voltar a entrar. O almoço não pôde fugir à tradição,
degustando o cozido cozinhado ao vapor. Provei esta confeção pela primeira vez
na primeira viagem da minha vida quando ainda era adolescente, com 17/18 anos
de idade no dia do meu aniversário. O resto da tarde foi bem
passado a
disfrutar de outros banhos desta vez nas Poças da D. Beija. Esta era uma
informação que a Catarina do nosso alojamento local nos tinha referenciado e,
tal como ela fez questão de frisar, é uma experiência a não perder. Conta a
história que um dos habitantes locais encontrou por entre a floresta uma
nascente de água, já lá vão mais de 80 ou 90 nanos. Esta drenava água quente
para um pequeno tanque que
passou a ser utilizado pelos habitantes locais para
se banharem dadas as características terapêuticas da água. No decorrer do
último mês de maio e pelas mãos de um arquite esta poça original sofreu
remodelações e sugiram ao todo 5 tanques sendo que apenas um apresenta uma
temperatura mais baixa a cerca de 28 ºC por ser alimentado em simultâneo pela
fonte quente e por uma ribeira de água fria. As outras 4, recebem água apenas
da fonte original e apresentam temperaturas da ordem dos 38/39ºC. Todo o espaço
está muito bem desenhado com decos e passadeiras de madeira, balneários e loja
de recordações. Numa das poças é habitual verem-se os utentes a cobrirem-se com
lama argilosa que escorre juntamente com a água por uma parede em forma de
cascata. Parece que para se obter o efeito mais intenso é necessário deixar
secar a lama para depois a retirar com a água das poças. O percurso do dia
seguinte seria destinado a visitar o ilheu de Vila Franca do
Campo e a Caldeira
Velha. O dia amanheceu a encobrir o sol mas nada que nos deixasse muito
preocupados pois nesta ilha jardim plantada no meio do atlântico, dito pelos
habitantes, fazem as 4 estações do ano no mesmo dia e mais uma, a 5ª que são as
4 ao mesmo tempo. Vila Franca do Campo fica a cerca de 30 km de Ponta Delgada e
é servida por uma via rápida moderna que encurta a distância. Depois de
percorrer as ruas da vila dirigimo-nos à marina para iniciar a
aventura até ao
magnífico ilheu em forma de ferradura que dista menos de 10 min de distância de
barco. O custo da viagem é de 5 euros por pessoa num barco de dimensões
moderadas, que seguiu cheio de visitantes, em todos os lugares sentados,
incluído a proa e alguns foram mesmo ao sabor do balanço das ondas,
simplesmente de pé. Esta lotação e a proximidade da água obriga os menos
habituados a estes trajetos a apurar os sentidos quando percebe que está no
meio do oceano a cortar as ondas e que, perante alguma situação menos prevista,
as consequências podem ser sérias. Mas todos os receios são compensados com o
abraço que o ilheu nos proporciona com a sua forma arredondada que incorpora
uma lagoa espetacular e falésias deslumbrantes. Os visitantes vão
ocupando os
espaços irregulares das encostas do ilheu para estenderem as
toalhas e outros
pertences e esquecerem-se do tempo entre mergulhos sem fim e a exploração dos
recantos deste pedaço de rocha que a natureza plantou ali plantou para dar
encanto à região e prazer a todos quantos o visitam. Ali naquele rochedo a
acenar a vila é disputado o campeonato de Cliff Diving onde corajosos de todo o
mundo mergulham no mar numa prancha a 27 metros de altura. A impressão com que
ficam materializa-se nas palavras em várias línguas e nas sensações que os
próprios vivem no contacto com a região e no cenário e enquadramento
onde
realizam os seus saltos artísticos. Depois de vermos vejas vermelhas à tona da
água e de percorrermos aquele mar quase interior com água pelo joelho,
regressamos e almoçamos numa esplanada virada ao mar saboreando lapas e peixe
grelhado num momento de tranquilidade que transformam os nossos dias em sabor
para a alma. A tarde foi reservada para conhecer a Caldeira Velha onde nos
esperava um cenário que mais parecia o Parque Jurássico. Fetos da altura de
pinheiros,
cascatas de águas límpidas que escorrem de encostas deixando um
rasto do elementos minerais que as incorporam. As cores, os sons e as duas
pequenas lagoas desenham naquele local um pedaço do paraíso. A lagoa alimentada
pela cascata tem água a cerca de 28ºC e mais abaixo com escorrências da
primeira lagoa mas junto de uma fonte termal mais quente, podemos banhar-nos,
no meio da natureza, numa pequena lagoa, de água tão quente que pode incomodar
os mais sensíveis. Banhar-nos nestas lagoas, no meio da natureza, faz o tempo
simplesmente parar e esquecer que
para alem daquele pedaço da terra, mais nada
existe. O cheiro a enxofre é aqui tolerável e as recentes obras de melhoramento
criaram condições como vestiários e um centro de interpretação do local. Aqui
estivemos à conversa com o simpático Nuno, com formação em turismo que nos deu
uma lição sobre geologia como se de um geólogo se tratasse. Ficamos a saber que
a ilha tem idades diferentes em função das diversas atividades vulcânicas.
Percebemos que a Caldeira Velha tem relação geológica com a Lagoa do Fogo e que
a última atividade vulcânica na região teve uma ascensão de magma até 15km da
superfície, conduzindo a um
aumento de temperaturas das águas da lagoa e à
morte de alguns peixes. A lição permitiu perceber ainda que no início a ilha
eram duas ilhas e que múltiplos vulcões monogenéticos permitiram a união
naquilo em que hoje se tornou. O nosso percurso pela ilha terminou com a
visita ao nordeste, o ponto mais afastado de tudo mas que na realidade está a
cerca de 40 Km da Ribeira Grande. Uma moderna via rápida serve esta região tornando
o percurso muito atraente. A recomendação era seguir a estrada nacional até
chegar à zona das plantações de chá. Existem aqui duas empresas, os chás
Gorreana e os chás de Porto Formoso.
Visitamos a fábrica dos chás Gorreana
pois tínhamos a recomendação que aí poderíamos provar chá de gelado.
Infelizmente estava em processo de fabrico. A fábrica faz-nos recuar no tempo
pois toda a maquinaria ainda trabalha com sistema de roldanas e correias. No
percurso a caminho da vila do Nordeste era obrigatório para nos miradouros de
Ponta da Madrugada e Ponta do Sossego. Os locais estão soberbamente arranjados
com jardins tratados, balneários, zonas para
piqueniques e grelhadores. A
paisagem que se avista destes locais é indescritível, a brisa que sopra numa
mistura de verde da montanha e do azul da visão do oceano tornam estes locais
únicos e de rara beleza. Com esta visão alimentamos os últimos momentos deste
jardim único no mundo, onde as pessoas ainda cultivam os valores, para além das
terras, onde o clima mostra que é a natureza que dita a regras e onde as cores,
os aromas e os sabores se fundem numa simbiose perfeita que os torna como
elementos terapêuticos da alma.
Revisitar S.Miguel foi para mim como se lá
tivesse ido pela primeira vez. Para além da inestimável companhia da família,
visitei a ilha com base em planos prévios estabelecidos em casa permitindo a
distribuição dos roteiros em função da distância e dos dias disponíveis. Como o
nosso ponto de partida estava estrategicamente localizado no Pico da Pedra,
próximo da Ribeira Grande, tínhamos o privilégio de ter quer a região nordeste
quer a sudeste a distâncias favoráveis, bem como Ponta Delgada a poucos
minutos. Esta base fez-nos ganhar algum tempo nos roteiros e não repetir
caminhos permitindo explorar pormenores da ilha que nunca tinha tido o prazer
de
conhecer apesar de ser a 3ª vez que visitei nesta ilha repleta de beleza
natural, com ambientes tanto bucólicos quando modernos e organizados,
convivendo lado a lado com os habitantes puros de alma e coração. Ousando
repetir as palavras que deixei num bilhete à Catarina e ao João, os nossos hosts
no Pico da Pedra, vimos belezas naturais únicas, natureza em estado selvagem,
gentes genuínas e sabores e aromas que guardaremos para sempre connosco.
O voo de regresso a Lisboa foi tranquilo,
transportando-nos de volta a casa para o nosso último destino de férias deste
verão. Mesmo apostando numas férias com uma rotina muito diferente das
anteriores apostamos numas férias em três locais
distintos com rotinas
totalmente distintas. O voo chegou tarde a Lisboa pelo que a manhã do dia
seguinte foi longa com um sono reparador sobre os encantos da ilha jardim. A
viagem até ao sul do país onde programamos os últimos dias de férias era longa
mas decidimos encarar a distância com tranquilidade. Naturalmente que a
distância se torna mais acessível utilizando as vias pagas, sendo essa a opção
assumida para
tentar não fazer do dia um longo aborrecimento na estrada. Entre
as várias opções para chegarmos à costa sudoeste optámos por um desconhecido
que atravessaria o Alentejo na diagonal ao invés de percorremos a via até a
autoestrada 2 até ao Algarve e depois a Via do Infante até à simpática Vila do
Bispo. O caminho escolhido, por Aljustrel, passaria por Messejana e outras
pequenas terriolas até Odemira, permitindo depois a acesso à costa sudoeste por
S.Teotónio, Odeceixe, Rogil, Aljezur, Vila do Bispo e depois na Raposeira
haveríamos de encontrar a indicação para o nosso alojamento local em Hortas do
Tabual. Apesar da distância a
viagem lá foi correndo tranquila depois de uma
paragem para almoçar em Messejana. Messejana é um local único, correndo
o risco de me contradizer, referindo como muitos outros únicos locais deste
nosso país. O sol aquecia a terra a 35ºC projetando o calor acumulado nas
paredes das casas e no asfalto sobre os nossos corpos ao passar nas ruas
desertas mas cheias de encanto desta bela vila alentejana. Aqui impera a paz, a
tranquilidade absoluta e não fossem as dificuldades na procura de condições de
vida com a dignidade que todos desejamos ter, seria um local
para se viver com
qualidade de vida, sem poluição, stress e todos os fatores negativos que
encontramos nas grandes cidades. O sabor das carnes de porco preto que provamos
foram sublimes, o pão é digno de candidatura a património imaterial da
humanidade. Lembrei-me em conversa de circunstância da história trocista que
tem estado associada a esta localidade com a designação da praia da Messejana.
Com a localização geográfica da localidade entre o Alentejo e o Algarve o
autarca dignificaria ainda mais esta região se ousasse construir um parque
aquático que poderia
perfeitamente fazer nascer a praia artificial, como outra
que extem no país (Mangualde e Castanheira de Pera) que tanta fama trocista tem
trazido à terra mas desta vez com o proveito próprio para as populações locais
e das regiões próximas, funcionando ao mesmo tempo como um polo de
desenvolvimento turístico para a região. Não foi difícil encontrar o nosso
alojamento local pois o GPS e as orientações solicitadas previamente à Neuza, a
nossa host. O combinado seria chegar até à praia do Zavial e lá
ser-nos-ia entregue a chave da nossa casinha azul. Conhecemos a Neuza,
uma jovem muito simpática com um ar doce e tranquilo. Após as
apresentações e
explicadas as pequenas formalidades rumamos às Hortas do Tabual. O local
não podia ser mais encantado. Trata-se de uma aldeia a 1,5 km da praia do
Zavial com meia dúzia de casas e ruas tão estreitas que não permitem grandes
aventuras automobilísticas. Da estrada identificamos logo a 3 casinhas azuis
onde uma delas nos estava destinada. O estacionamento do carro teve que ser no
largo da aldeia e depois, um pouco por tentativa/erro procuramos o rumo certo
por entre as várias ruelas por meio de curvas e lombas até chegarmos ao local.
Conhecemos logo uma simpática e prestável senhora que estava na sua lida a
lavar o chão com uma mangueira. Alguns dedos de conversa permitiram perceber
que se tratava da proprietária, a D. Maria Lucília e mãe da
Neuza. Foi tão amável e carinhosa como o ambiente que nos rodeou naquele local
único de uma beleza perdida no meio do campo a espreitar o mar. A nossa casinha
azul com a letra B tinha pertencido à sua mãe e agora encontrava-se totalmente
recuperada e a funcionar, em conjunto com outras duas a A e a C como unidades
de alojamento local.
Trata-se de casinhas típicas de aldeia com tetos em
madeira e mobiliário ajustado ao ambiente rural mas com o conforto e o requinte
que hoje não se dispensam. A D. Lucília mostrou-nos a casinha C, cuja
construção e decoração interior é totalmente nova. É simplesmente uma suite de
luxo com um quarto em mesanine, uma cozinha ultra moderna e uma cabine de duche
de fazer inveja a muitos hotéis de várias estrelas. Quando voltarmos a esta
região não temos dúvidas de que queremos usufruir da instalações da casa C. Estes
dias pelo Parque Natural do Sudoeste alentejano que ocupa
uma extensão que vai
deste S.Torpes até à praia do Burgau, tinha como objetivo conhecer algumas das
belezas únicas entre Sagres e Vila do Bispo mas também na linha de costa
ocidental na região de Aljezur. No nosso primeiro dia e após um sono tranquilo
e silencioso a manhã acordou ventosa. No quintal que se estende para lá da
enorme zona de barbecue em frente às casinhas azuis estava o Sr.
Ernesto, pai da Neuza, com que partilhamos a nossa satisfação e a alegria
de quem se encontra feliz por estar rodeado de gente prestável e num ambiente
que permite recuperar de meses de intenso e desgastante trabalho. Do quintal
deu-nos a provar
umas bagas cujo nome já não consigo lembrar-me mas recordo-me
que eram oriundas de Israel e são hoje utilizadas na alta cozinha. Deu-nos
ainda pistas preciosas sobre que praia frequentar em função da orientação do vento.
Seguimos os seus conselhos à risca e, tal como um bom mestre e sábio na forma
de ensinar, não se enganou. Optamos pela praia do Castelejo logo à saída de
Vila do Bispo. Uma paisagem de cortar a respiração com escola de surf e apoio
de praia…sem vento. Depois de muitas fotografias e outros tantos mergulhos
voltamos ao nosso alojamento para nos especializarmos em grelhadores no barbecue
do alojamento. Acendalhas, madeira, carvão e um toque de modernidade que foi um
maçarico a gás cujas instruções nos foram explicadas pelo Sr. Ernesto.
As coisas não correram nada mal e os nossos grelhados degustados ao ar livre
fizeram as delícias de todos pois são pequenos luxos que não se podem ter num
apartamento de cidade. A praia que se seguiu foi a da Ingrina. Trata-se de uma
pequena baía de águas rasas e translucidas de uma beleza fascinante. No sentido
de captar ângulos para imagens que ficam para a vida, percorri as falésias em
redor. Encontrei rochedos e baias para além de vegetação e aromas que
arriscaria dizer serem dos mais belos da
Europa. O nosso 3º dia estava destinado
a conhecer a famosa praia do Amado. Tratava-se de um desejo antigo pois
já tínhamos ouvido falar dela em reportagens em revistas da especialidade onde
se dão a conhecer praias de rara beleza e roteiros alternativos ao turismo de massas. Diferente das outras que havíamos visitado, esta é uma praia de grande
extensão onde o surf é rei e onde os acessos e os apoios marcam presença
como elementos de vida e de conforto desta janela para o mar. O tempo estava
excelente com um sol radiante e uma areia quase escaldante.
Após um passeio de
ponta a ponta pela linha de água, no regresso vimos surgir do nada um intenso
nevoeiro que nos impedia de ver o local de onde havíamos partido. Foi tão
súbito que achamos fascinante a força e a intensidade com que toda a praia se
cobriu de um manto branco. O último dia levou-nos a tentar descobrir uma praia
que já havíamos conhecido no passado mas cuja experiência foi tão intensa que
prometemos repetir. Estávamos com alguma dificuldade em perceber como voltar a
encontrar a praia da Carrapateira porque quando no primeiro dia
percorremos o caminho a partir de Aljezur, encontramos a localidade da Bordeira
com a indicação da
respetiva praia e alguns quilómetros à frente a localidade
da Carrapateira mas sem nenhuma referência a nenhuma praia. Em conversa com a
>Neuza ela elucidou-nos sobre esta dificuldade esclarecendo que a praia da
Bordeira é afinal a praia da Carrapateira. Rumo a este pequeno paraíso, tivemos
a sorte de o descobrir à primeira tentativa. Ficamos estupefatos quando
avistamos a praia cá em cima na falésia. É uma extensão de areia a perder de
vista, recortada por falésias altas e com águas pouco profundas. À chegada
visitamos o apoio de paria pata degustar um café no meio daquele paraíso e
partilhamos alguns minutos com o simpático André.
Ele ajudou-nos a perceber a
confusão dos nomes da praia referindo que aquela onde estávamos era mesmo a
praia da Carrapateira e a seguir à primeira rocha a praia tomava o nome de praia
da Bordeira. À esquerda da barraca corria um rio que não nos recordávamos de
ter visto na nossa primeira visita. Após percorrer o extenso areal ate chegar à
primeira formação rochosa literalmente da cor do vinho, percebi que afinal não
estávamos enganados. Percebi que na primeira vez que havíamos estado naquele local,
o acesso à praia foi feito por caminhos alter nativos onde
apenas as Pickups
conseguem passar e a descida até ao extenso areal foi rigorosamente naquela
formação rochosa. Recorde-me da gruta em forma de túnel que pode ser
atravessada e permite ver o areal e o mar do outro lado até ao horizonte quase
infinito. É quase viciante apontar a máquina fotográfica pois casa centímetro
daquele paraíso é merecedor de registo para toda a eternidade. Por indicação do
simpático André almoçamos um delicioso arroz de peixe no restaurante Sitio do
Rio logo ali próximo da praia e do rio. Provamos ainda um pudim de ovos com
vinho do Porto que veio a mostrar-se uma experiência gastronómica daquelas que
se
levam no cantinho das nossas recordações. Quando regressamos do almoço
assistimos ao mesmo fenómeno que vimos acontecer na praia do Amado. Um manto
enorme de nevoeiro cobriu toda a praia impedindo de ver para além de alguns
metros à frente do nariz. A temperatura no entanto manteve-se alta e o ambiente
abafado convidando a fazer a digestão no areal. Com este dia encerramos os
nossos dias neste parque natural de onde levamos experiências marcantes e
paisagens deslumbrantes.
2 comments:
Boa tarde,
vou também aos Açores e queria saber a sua opinião sobre a AtlasChoise, pois pelo que vejo na internet muito gente queixa-se de pedirem mais dinheiro no levantamento do carro e o seguro que fizeram com a AtlasChoise não funciona em nada.
Fez o seguro deles? Qual é a rent a car que lhe deram lá em Ponta Delgada?
Cumprimentos,
Rui Sousa
Dicas de decoração, viagens e também se arriscam em outras areas ligadas, por isso amo esse blog! Tudo que a gente precisa de forma rápida.
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