Sunday, April 30, 2017

O oriente da nossa vida (Hong Kong-Macau-Shanghai)

Há muito que queríamos visitar a Ásia. Temos em nós uma vontade enorme de conhecer o mundo, uma vontade incessante de não parar, de ir simplesmente sem data para regressar. Teremos herdado no nosso património genético alguns genes de Júlio Verne? Seremos descendentes de alguns dos grandes navegadores e exploradores dos nossos tempos áureos dos descobrimentos? Não tenho dúvida que sim, somos.
A única dificuldade sentida para esta aventura para lá do continente Europeu foi conseguir o período de férias para viajar para este destino do mundo numa época em que as condições atmosféricas permitissem uns dias sem grandes sobressaltos atmosféricos. Para esta zona do globo a melhor época do ano para viajar é entre abril e novembro. A época das chuvas está mais controlada, as temperaturas mais adequadas e o volume turístico ainda permite visitas e passeios sem tumultos incontrolados. A imensidão do continente asiático torna difícil a escolha dos locais a visitar em 2 semanas, o tempo que tínhamos para esta aventura. Decidimo-nos por Hong Kong, Macau e Shanghai não sem antes termos projetado a visita via Pequim para conhecer a cidade e as suas principais atrações. Mas, a distância do voo de Pequim a Hong Kong, cerca de 5 horas, depois de 9 horas de voo para Shanghai a partir de Frankfurt, demoveu-nos dessa decisão. No
sentido de aproveitarmos adequadamente os dias e as rotas, voamos de Frankfurt para Shanghai a bordo de um avião confortável e completamente lotado. A maioria dos nossos companheiros viajantes eram asiáticos com tradições e costumes naturalmente diferentes. Foi tão agradável, por ser tão distinto, ver a constante ida ao spots da água do avião (sim este tipo de aviões que fazem estas rotas têm estes upgrades) para alimentar os termos de chá. Outro aspeto atrativo foi vê-los retirar das bagagens os sapatinhos de quarto e confortar os pés com aqueles que são os companheiros dos pés dos serões lá de casa. Estes voos de longo curso, apesar de demorados são mesmo assim minimamente confortáveis, naquilo que é possível classificar de agradável na classe turística. O serviço a bordo é bom e a maioria dos passageiros aproveita para
descansar. A meio da noite foi solicitado um pedido de ajuda médica para uma passageira necessitada. Depois de perceber que ninguém respondia ao pedido de ajuda fui ao encontro da equipa de bordo no sentido de saber o que se passava e que tipo de apoio  necessitariam. Fui gentilmente recebido pelo chefe de cabine que, de Ipad em punho já tinha o registo de dados da anamnese da senhora chinesa. Tratava-se de uma mulher jovem que estava indisposta, encontrando-se deitada no chão da cabine e que havia tomado fármacos anti-hipertensores às 9h da manhã e aparentemente não respondia a estímulos, (inconsciente, pensei. Por esta altura eu ainda não tinah chegado perto da senhora porque o chefe fazia questão de me transmitir cada detalhe, cada pormenor. Perguntei se respirava tendo o comissário de bordo respondido que sim. Aproximei-me dela tendo por companheira uma hospedeira oriental que de joelhos no chão fazia de tradutora e confortava a passageira. Tentei fazer
um possível diagnóstico. Tinha colocada uma máscara de O2 de alta concentração, coloração normal, frequência e ritmo cardíacos adequados, apenas com hipotensão. Deduzi que fosse um quadro vagal e que a elevação dos membros inferiores reverteria o quadro e foi o que veio a acontecer.
Após a chegada ao aeroporto de Pudong em Shanghai, esperava-nos a formalidades da emigração que são sempre um desânimo em termos de tempos de espera. Como estávamos em transferência para Hong Kong, pois tínhamos adquirido um visto de apenas uma entrada, tínhamos um espaço próprio no atendimento do controle de passaportes mas mesmo esse revelou-se muito demorado e pouco funcional obrigando-nos a perder praticamente 1 hora quando tínhamos menos que 2 horas para o voo de ligação. Um stress que me elevou a adverter o funcionário que fazia o duplo controlo dos passaportes, sim porque após passamos na primeira inspeção ele fazia
questão de olhar de novo e muito atentamente para cada um dos passaportes e só passados alguns segundos que pareciam uma eternidade, la entregava finalmente os passaportes. O voo para Hong Kong foi a bordo de um avião da companhia aérea da Eastern Airlines e decorreu sem dificuldades. Chegamos a Hong Kong já passavam das 22h e optamos por ir de táxi para o nosso alojamento reservado no AirBnB. Interessante foi ver a funcionalidade do sistema de táxis, que nesta cidade são por cores: vermelhos, verdes ou azuis e a escolha da cor depende da região da cidade para onde se prentende ir. Existem filas organizadas e colaboradores das empresas de táxi a orientar os clientes, entregando logo um senha com a estimativa aproximada do preço. Tudo muito prático e funcional. Seguimos num táxi vermelho até ao nosso destino que ficava na zona de Hung Hom na
zona residencial de Metropolis. O nosso anfitrião, com quem estabelecemos contacto sempre virtual e online era o Yan e tinha-nos assessorado de tal forma que aquilo que pareciam ser dificuldades nas explicações e nos contactos transformaram-se em tarefas fluentes e facilidades. O apartamento situava-se no 20º andar de uma torre de habitação junto a um enorme centro comercial e à estação de metro (MTR) de Hung Hom. Para ultrapassar cada uma das portas seriam necessários múltiplos códigos de acesso pois o acesso ao check-in não era feito pelo Yan em pessoa mas sim em modo de self check in. Código digital para a porta principal e código digital para a porta do apartamento. O primeiro não fez falta pois no imenso e cuidado lobby do edifício esteve sempre um competente funcionário que nos cumprimentava e abria e fechava a porta. O apartamento não dececionou, era tal como a descrição do AirBnB. Simples, impecavelmente limpo e funcional para 3 pessoas. O código
de acesso funcionou à primeira numa fechadura eletrónica topo de gama da Samsung. Ainda conseguimos na noite da chegada adquirir alguns produtos para o pequeno-almoço e depois, após mais de 15 horas de voos apenas nos apetecia refrescar e descansar. No dia seguinte sentimos que pisamos verdadeiramente solo asiático. O primeiro dia, o primeiro contacto é sempre um momento mágico. Sentir a temperatura, a humidade, os aromas, o timbre e a melodia da voz das pessoas e tudo o que estimula os órgãos dos sentidos, é algo que não se explica, é preciso verdadeiramente sentir. Sentimos que somos cidadãos do mundo, mesmo sem termos raízes históricas ou culturais com a terra que pisamos pertencemos a cada lugar com o direito biológico de vivermos neste mundo. Esta sensação que é verdadeira porque é sentida e vivida contraria o rumo que o mundo segue de erguer barreiras,
redefinir fronteiras e desresponsabilizar-se por todos aqueles que por várias razões não têm pátria.
Estudados que estavam os percursos para cada dia, adquirimos o cartão dos transportes da cidade, o octopus card que funciona como cartão recarregável e serve para utilizar em toda a rede de transportes e também em compras. É prático e muito funcional e se ficar um valor excedentário ele será devolvido contra a devolução do cartão. A rede de metro é fácil de interpretar e segue a mesma filosofia das outras redes que já conhecemos (depois de frequentar o metro de Moscovo, mais nenhum metro nos atormenta). As nossas primeiras horas foram consumidas a sentir o pulsar cidade na ilha de Kowlonn, zona onde estávamos alojados. Hong Kong tem 3 zonas distintas, a ilha de Kowlonn, Lantau e a ilha de Hong Kong. O rio Pearl separa Lantau e Kowlonn de Hong Kong sendo a ilha de Hong Kong considerada a centro financeiro da cidade e a mostra da
beleza arquitetónica, um dos mais autênticos cartões-de-visita da cidade. Percorremos as artérias comerciais mas também o Lady’s Marquet onde ao modo verdadeiramente oriental se vende de tudo. Para negociar é necessário regatear até ao limite para se conseguirem bons preços. Essa é uma das partes muito engraçadas destes mercados. Percebemos também que as ruas ou as zonas pareciam estar organizadas por temas de produtos, a região dos gadgets eletrónicos, das lojas de cosmética, dos sapatos de marca, das joalharias, como por exemplo. Escolher um lugar para comer e o que comer não foi tarefa fácil pois as nossas papilas gustativas habituadas aos pitéus ocidentais, repugnavam-se quando olhávamos para os pratos expostos nas montras ou para aquilo que víamos suspenso nos “restaurantes” de rua. Interpretar os conteúdos de cada prato era outra tarefa difícil pois muitos não tinham tradução em inglês. Todos à nossa volta comiam tranquilamente e os aromas do que nos
chegava ao nariz até era atrativo. Enganem-se os que pensam que aqui nesta Ásia onde estávamos, nomeadamente na zona de Hong Kong vão encontrar os menus chineses servidos nos restaurantes chineses de Portugal. Soubemos mais tarde, já em Macau que esse tipo de gastronomia é predominantemente cantonesa da região da cidade de Cantão de onde são oriundos muitos dos chineses que vivem na Europa. Terminamos o nosso dia junto ao rio para observar o perfilar dos arranha-céus e a dança dos barcos que cruzam o rio. À medida que anoitecia os neons intensificavam-se e mostravam um verdadeiro espetáculo de luz e cor. Ficamos até às 20 horas para observar o famoso espetáculo de luz considerado um dos mais atrativos e de maior dimensão do mundo. Hoje somos capazes de contrariar estes títulos pois o show nada tem de especial, apenas uns laser em
alguns edifícios e neons nas fachadas de outros aparentemente programados. Foi muito mais interessante ver o perfil global dos arranha-céus iluminados à noite. Percorremos ainda a avenida das artes onde estão as esculturas dos famosos atores de cinema, sendo o Bruce Lee um dos mais conhecidos. Nesta zona da cidade encontra-se ainda um museu e à sua volta uma magnífica invenção que permite aproveitar a cidade num espaço verde artificial construído em cima de uma carroça com rodas para se poder mobilizar para zonas onde escasseiam os jardins, com direito a relva artificial e uma árvore bem no meio da estrutura. Depois de percorremos horas de caminhos e nos deixarmos impregnar pelo estilo de vida asiático regressamos a casa para retemperar forças e continuar a exploração no dia seguinte. A visita programada no 2º dia era visitar o Victoria Peak. Para lá chegar é preciso percorrer a linha de metro azul escura, a Island Line e sair na estação Central. Logo nos enormes corredores de
acesso às diversas saídas existem orientações para perceber qual a melhor saída para, uma vez à superfície, alcançarmos a zona de acesso ao trem que nos leva encosta acima. É a saída J2. Esta percorre o parque Vitória, nome atribuído em homenagem à rainha Vitória. É o maior parque urbano da cidade, um espaço verde e nobre a norte da cidade, imaculadamente cuidado com plantas, fontes de água, complexos desportivos, piscinas e lagos que permitem relaxar e apreciar com calma toda a envolvência num silêncio que contrasta com o ruido da cidade. Dentro do parque os percursos estão assinalados pelo que não é difícil encontrar a orientação até ao trem. Como este é um dos passeios mais concorridos da cidade é preciso ir com paciência para aguardas nas grandes filas que, sendo grandes, são ordenadas e apoiadas por funcionários locais. Acabamos por não esperar assim
tanto tempo, menos de 1 hora até chegarmos à bilheteira e depois mais um pouco até estarmos sentados na carruagem que nos coloca no ponto mais alto da cidade. Lá de cima, depois de percorrer a escadaria de uma magnífico centro comercial, tem-se uma vista deslumbrante sobre a cidade. É mesmo uma vista única de cortar a respiração. As fotografias são as rainhas daquele pedaço de tempo que ficamos a apreciar os arranha-céus da cidade vistos de cima. As fotos acabam por ser todas idênticas mas parece que mais uma foto fica diferente da anterior, porque enquadra melhor este ou aquele ângulo com maior ou menor proximidade. Mas o que verdadeiramente fica impresso é a imagem gravada na nossa alma para sempre. Almoçamos por lá e decidimos descer a encosta a pé em busca de um templo Man Mo que havíamos lido nas nossas pesquisas. A descida ingreme fez-se com calma apreciando a vegetação e o silêncio. Depois de perguntarmos várias vezes pela melhor forma de chegar ao templo, nunca o encontramos. Parecia fácil: - descer a colina pela Holywood street e seguir a escadaria pela Ladder street. Nunca encontramos nenhuma das 2. Uma vez cá em baixo pudemos apreciar os luxuosos arranha-céus numa zona de condomínios de luxo onde não faltavam carros de gama elevada como Bentleys, Jaguares e Ferraris. Depois de percorrermos o jardim botânico finalmente entramos na zona numa zona mais movimentada da cidade onde pudemos apreciar um pouco da vida daquele lado, no centro económico da cidade. Percorremos uma área onde muitos assistiam de forma descontraída sentados e deitados em pufs, a um jogo de futebol numa tela gigante dentro de uma tenda. Ao redor desta havia pequenos comércios que vendiam petiscos e bebidas. Mais à frente uma zona de pequenos lagos com mesas onde muitos pareciam descansar e petiscar, a maioria eram mulheres, seriam as tais empregadas tailandesas que se juntam para confraternizar em determinados locais da cidade? Não tínhamos a certeza, embora tivéssemos lido sobre isso. Andamos quilómetros neste dia e estávamos exaustos mas completamente rendidos a esta beleza. O dia seguinte estava reservado para ir conhecer o buda gigante. Para lá chegar é necessário percorrer a linha de metro laranja e sair na estação de Tung Chung. Logo à saída da estação encontram-se
indicações com a numeração dos vários autocarros que se destinam a diversos locais. Uma outra forma atrativa de chegar ao complexo de Po Lin é de teleférico que sabíamos estar desativado. Essa foi a nossa pedra no sapato pois queríamos muito fazer este percurso numa cabine de teleférico que pode até ter o chão de vidro e que percorre um trajeto de mais de 6 km. Foi uma experiência que não pudemos ter pois este serviço estava em manutenção. O autocarro que segue para o buda é o 21. Desesperamos quando vimos a fila de gente da qual não conseguíamos vislumbrar o fim. Era domingo e parecia que o mundo tinha encontro marcado naquela zona. Só depois de percorrermos algumas centenas de metros é que percebemos que as filas eram distintas para os vários autocarros mas a do 21 continuava-se pelo passeio fora junto à estrada ultrapassando em muitos metros a zona das paragens. Mesmo assim decidimos ficar pois vir a Hong Kong e não ver o buda, não era o nosso propósito. A fila escoo mesmo assim relativamente rápido pois dada a afluência de publico a empresa fazia transportes sucessivos em vez de optar por respeitar os horários. O percurso de autocarro ainda é cerca de 30 minutos. O tempo nesse dia não estava convidativo pelo que estávamos apreensivos sobre o que as nuvens nos deixavam ver do gigante buda com mais de 34 metros de altura no cimo de uma montanha e 268 degrau depois. Com o nevoeiro a avançar a cabeça do buda escondia-se mas a sua majestosa dimensão permitia apreciar a imponência daquela obra que teve o seu início em 1906 mas só foi inaugurada 90 anos depois. Tudo começou quando 3 monges vindos da China ficaram encantados com uma ilha montanhosa na região de Hong Kong. O buda feito em bronze está sentado e com a mão direita levantada em sentido de cumprimento a todos quantos o visitam. Tem uma cruz suástica no peito o que deixa perplexos todos aqueles que não se prepararam para esta visita. Nós fizemos algumas pesquisas mas o verdadeiro significado da cruz não foi algo que tivéssemos retido. Hoje percebemos que a cruz está ao contrário e que por estes lados ela significa sorte. O mosteiro Po Lin que se encontra perto, merece uma visita atenta, pois é magnífico. É importante despirmo-nos de preconceitos de toda a espécie e respeitar os costumes e as tradições para sentir tudo aquilo de forma sensível e o mais pura possível. No jardim em frente encontra-se uma área enorme com queimadores de incenso, idêntico ao que encontramos nos santuários religiosos da religião cristã onde se acendem e queimam velas. Em redor do mosteiro principal podemos observar pequenos mosteiros com altares budistas magníficos. No mosteiro principal decorria uma celebração que mereceu toda a nossa atenção pela magnífica composição de entoações de sons emanados pelos cânticos, pela linguagem e gestos corporais dos participantes e pela riqueza da ornamentação e decoração do mosteiro, um verdadeiro deslumbramento para os olhos. A estrada de ida e volta faz-se por meio de caminhos montanhosos e curvos permitindo ver um pouco da zona litoral e campestre. Junto à estação de metro encontrava-se um grande mall outlet, o CityGate, muito do género do que visitamos em NY, com lojas de marca e com descontos, que se encontrava cheio de gente que parecia estar a comprar de forma descontrolada. Havia lojas em que quase não era possível entrar. Os preços não eram assim tão atrativos para o nosso poder económico. De alma cheia com aquela riqueza cultural tão diferente do que estamos habituados regressamos a casa. Percebemos que a estação de metro anterior àquela onde saímos para visitar o buda dava acesso ao grande parque Disney do oriente mas nenhum de nós já tinha grande apetência para passar horas a percorrer as atrações. Preferimos recuperar forças para aproveitar o último dia nesta metrópole pois, sendo impossível ver tudo, é importante não deixar de ver as atrações que os roteiros turísticos promovem como locais imperdíveis. Escolhemos para visitar no ultimo dia o templo dos 10000 budas. Tínhamos encontrado nas nossas pesquisas algumas descrições bem interessantes sobre este local começando logo pela incongruência em relação ao numero de budas que por lá se encontravam, ficamos curiosos. Depois de percorrer a linha de metro bem para fora da cidade, descemos na estação de Sha Tin (linha de metro azul no sentido de Lo Wu ou Lok Ma). No percurso da plataforma fomos apreciando as áreas comerciais que se encontravam por todo o lado. Uma das lojas prendeu-nos a atenção pela sua elegância e aspeto cuidado. Aproximamo-nos e pudemos perceber que as roupas tinham muito boa qualidade e os preços eram, curiosamente atrativos. O André apaixonou-se por uns polos que por acaso eram giros e ficavam-lhe lindamente. Decidimos fazer essas compras no regresso para não carregarmos com os sacos. Uma vez à superfície seguimos o caminho que nos levaria ao templo dos budas. Não é difícil de encontrar pois encontra-se bem assinalado. A única confusão é a zona de entrada logo a seguir ao contorno dos edifícios modernos e espelhados que se encontram no enquadramento daquela rua: bancos, shoppings, edifícios de escritórios e serviços. Existe uma placa a indicar a entrada passando por debaixo de um arco mas um porteiro disse-nos que não era por ali mas sim percorrendo um caminho estreito junto a uma vedação. O início do caminho parecia ir ter a uma qualquer zona feia e degradada mas logo ao virar da primeira curva lá estavam a estatuas dos budas dourados, de porte elegante, uns sentados outros de pé, todos dourados exibindo expressões faciais tão realista que pareciam querer dialogar connosco. Agora percebemos a incongruência dos números em relação ao numero de budas. Não faz nenhum sentido conta-los, seria ocupar a mente com uma sequência numérica quando importante ali é apreciar, fotografar, imitar algumas expressões dos budas e fotografar. Os budas encontram-se por uma colina acima, onde leves dregraus, ocasionalmente apoiados por algumas rampas nos levam até ao cimo onde se encontra o mosteiro principal. Durante a nossa subida fomos prendados com a visitar de 3 macacos que com a sua irreverência natural nos olharam e seguiram o seu percurso. Com o calor e a humidade que se faziam sentir, chegamos ao topo da colina completamente encharcados em suor. Mas todo o esforço estava mais que justificado pois aquele percurso é magnífico e absorvente. No parque bem lá em cima visitamos vários mosteiros lindíssimos, todos decorados com estátuas enormes e altares ricamente ornamentados. Alguns percebemos serem locais de deposição de cinzas, pois eram forrados de cima a baixo por pequenas gavetas douradas onde constavam nomes e fotografia daqueles que ali jazem. Este mosteiro foi criado em 1950. É considerado uma obra de amor construída pelo monge Yuet Kai, que era muito dedicado à sua fé e reuniu quase 13 000 budas. O local não é um mosteiro em funcionamento mas é um espaço onde é possível estar próximo das imagens físicas dos budas e do espírito budista. Dentro de alguns dos mosteiros existem budas que ao contrário dos que encontramos na escadaria, enorme e em tamanho real, tinham a dimensão de um dedo. No largo principal existe uma torre que se vê à distância e várias estátuas ricamente decoradas e vestidas com ornamentos e penteados ricos. Todo este espaço é digno de ser apreciado com calma, absorvendo os detalhes e tentando entender um pouco do espírito de quem por amor à fé conseguiu erguer um santuário tão rico que perdura preservado para todos os que têm o privilégio de o visitar e conhecer. Descemos a encosta por outra escadaria que segue encosta abaixo por entre as casas dos que por ali habitam. São habitações simples e humilde, algumas evidenciando até alguns toques de pobreza. Foi uma experiência absolutamente rica. No regresso decidimos entrar num shopping que ficava mesmo junto à estação de metro. Foi obrigatório ir até ao wc para tentar refrescarmo-nos um pouco pois as roupas encontravam-se coladas ao corpo. Percebemos que era um espaço comercial dedicado só a lojas de artigos para a casa e percebemos que no último piso existia também um IKEA. Juntamos as ideias e decidimos ir até ao restaurante do IKEA para almoçar. Foi uma bela experiência pois conseguimos comer bem e pagar muito pouco, tudo nos moldes do que conhecemos por cá. De regresso à estação de metro decidimos voltar à tal loja onde adquirimos os polos e ficamos com mais algumas peças em vista. Num balcão próximo compramos uma tarde de leite com um sabor delicioso para nos consolar. Mais tarde percebemos que a marca da loja existia em vários outros locais e voltamos a comprar umas peças na loja do aeroporto de Hong Kong no regresso a Shanghai. Hong-Kong encheu-nos a alma com o seu perfil moderno e internacional. Não sei como se descreve a sensação de ter cumprido uma imensa vontade que nos tinha acompanhado a vida toda, no meu caso desde criança, a de conhecer um pouco da Ásia e pisar o chão de Honk-Kong que é maravilhoso com saía da boca de Mirrele Mathieu quando cantava nas década de 70 “Honk-Kong du bist wunderbar”. O nosso próximo destino era Macau. Estar em Honk-kong e não ir a Macau é um autêntico desperdício pois dista apenas a 60 minutos de barco. Em Honk-kong existem vários portos marítimos de onde saem ferrys diários para
Macau. Como o nosso hotel em Macau se situava na ilha de Taipa decidimos apanhar o ferry no porto de Hong-kong. Como prevenidos que somos, fomos procurar o local de embarque no dia anterior e a coisa foi muito complexa. Tinhamos percebido a estação de metro mais próxima mas esta veio a
revelar-se muito distante do terminal marítimo. Andamos quilómetros pergunto aqui e ali sobre o local de embarque para os ferrys de Macau. Percorremos um gigante e luxuoso centro comercial, do qual não encontrávamos o final. Percorridos quilómetros de lojas, todas de luxo, chegamos a uma porta que dava acesso ao exterior e que seguia na direção do terminal. Já exaustos e desesperados por perceber o que nos esperava no dia seguinte com malas a reboque, lá encontramos um edifício gigante com 2 entradas para carros e peões como se fosse um parque de estacionamento. Fomos andando até encontramos sinalética que nos orientasse para a zona de embarque. Esta assim como as bilheteiras encontravam-se dentro de outro imenso centro comercial. Como havíamos comprado os bilhetes online decidimos levantá-los logo na bilheteira com a informação que me tinha chegado por mail. Mostrei a informação ao funcionário, diretamente do telefone mas este disse que aquilo que eu tinha não correspondia a um documento válido pois teria que ter recebido um anexo. Fiquei corado de pânico pois não sabia como resolver a situação. Teria sido burlado online? Mas em casa já tinha estado no mesmo site da empresa marítima e tudo parecia normal. O funcionário disse que a informação que eu tinha não era sequer daquela empresa e nunca tinha visto uma informação igual. No meu melhor inglês mas com as palavras a saltarem-me da boca com timbre de aflição refiz o meu discurso e disse que tinha recebido de facto anexo mas apenas para os bilhetes de regresso mas não para os de ida e que o documento que eu tinha, tinha numero de reserva portante tinha que estar correto. O funcionário lá entendeu a questão do numero de reserva e percebeu-se que ele não tinha entendido claramente a minha informação. Não ganhamos para o susto. Passado o momento de enorme preocupação, acabou tudo de forma normal com os bilhetes para cruzar o mar. Percebemos ainda que seria mais fácil chegar ao terminal por outra estação de metro que não tinha sido inicialmente percetivel para nós, bastando percorrer um percurso de cerca de 15 minutos para alcançar o terminal. A viagem foi tranquila e cerca de 60 minutos depois estávamos a pisar terras de Macau. Aqui sente-se outra vez algo profundo e gratificante que é ver a sinalética na nossa língua e o calor humano desta gente. O transfer para o nosso hotel estava mesmo em frente ao terminal
marítimo que é junto ao aeroporto de Macau. Escolhemos para ficar em Macau um hotel de 5 estrelas, era a nossa extravagância por terras orientais. Há imensa oferta em Macau para todos os preços e exigências. O nosso não foi barato mas queríamos dar-nos a esse luxo uma vez que optamos por alojamentos mais económicos nas outras cidades. Logo de dentro do autocarro pudemos observar e absorver a grandiosidade do hotel Galaxy onde nos alojamos. Edifícios com mais de 30 andares de altura todos dourados e a brilhar. Entrar naquele hotel foi algo inimaginável. Fomos recebidos por magníficas mulheres árabe elegantemente vestidas que nos convidara a sentar numa zona destinada à receção dos clientes e onde nos foram oferecidas garrafas de água e explicado, através de 1 mapa, todas as funcionalidades e localizações dos diversos serviços do resort. Enquanto decorria este admirável mundo de novidades, uma reunião para perceber como andar e utilizar os serviços do
resort, tinha início bem no centro do lobby um espetáculo de luz, água, musica e cor projetado através do movimento de um diamante que descia do tecto. Fomos logo informados dos timings e regularidade daquele epetaculo que decorria ao longo do dia e da noite em intervalos de 20 e 30 minutos e que à noite seria mais calmo para filmar dado o menor afluxo de pessoas em redor do diamante. Só depois fomos fazer o check-in ao balcão. Percebido o local dos elevadores que nos levariam ao 31º andar, rapidamente percebemos que do hotel fazia parte um luxuoso centro comercial onde tudo era de marca e brilhava. Tinhamos muito por onde explorar. Subimos aos nossos aposentos num elevador de alta velocidade. Um quarto magnífico, cheio de conforto e com uma vista deslumbrante sobre o resort e sobre uma parte da cidade. Como se esperava tempo chuvoso para a nossa curta
permanência em Macau aproveitamos e fizemos nessa tarde um primeiro reconhecimento à vila de Taipa que ficava mesmo em frente ao hotel. Vimos que ao nosso lado estava o grandioso hotel Venetian onde as famosos canais de gôndolas de Veneza faziam o magnífico cartão-de-visita daquela unidade hoteleira. Foi tão bom ver um pouco de Portugal em Macau. A vila de Taipa não é muito grande e encontra-se repleta de restaurantes, muitos deles portugueses, com ementas em português. Tentamos procurar um que vimos numa recomendação mas estava encerrado pelo que optamos pela tasca do Luis. Comemos uma refeição portuguesa depois dos dias desesperados da gastronomia chinesa de Hong-kong. Sopa de legumes e bacalhau à lagareiro, cerveja super bock e café delta. Soube-nos pela vida. A meio da nossa refeição surgiu da cozinha um senhor que nos cumprimentou em português,
perguntei se era o Luis, ele respondeu que era o irmão e que o Luis tinha ido uns dias à Tailândia. O José Carlos conversou connosco como se nos conhecemos desde sempre. Falou sobre a sua vida, que era de Braga e que havia trabalhado nos correios. Explicou-nos funcionalidades administrativas e políticas do território de Macau, nomeadamente o pagamento de impostos e regalias socias. Uma provocação para o desgraçado do povo português que deixou este pedaço do mundo. Apoios do estado para que tem mais de 65 anos no que respeita a transportes e medicação, subsídios de residência e apoio habitacional entre outros. Agradecemos a amável conversa e despedimo-nos logo com saudade daquele homem e da gastronomia portuguesa. Disse-nos quais os autocarros que iam para Macau e onde os devíamos apanhar. Quando chegamos à paragem vimo-lo de novo a aproximar-se referindo que também ia para Macau e que seria um gosto acompanhar-nos. Já sabíamos que nos autocarros de Macau não há troco do valor que se paga, tem que se ter a quantia certa. Correu-nos logo mal a entrada pois julgávamos que o preço por pessoa era de 3.6 patacas mas afinal era 4,20. Eu já havia selecionado a quantia certa que se coloca num mealheiro mas depois percebi que não chegava, ao José estava atento e colocou de imediato a diferença pelo mealheiro dentro e deixou-me sem palavras. Atravessamos uma das 3
pontes de Macau e chegamos ao centro de Macau rapidamente. Da ponte onde passamos avistamos outra que tem um túnel por onde está a ser construído o metro e que tem 2 faixas de rodagem dentro, para cada lado, por onde os carros passam na época dos tufões pois os ventos chegam a atingir os 250 km/h. Descemos em frente ao casino/hotel Lisboa, o primeiro e mais antigo do território. O edifício destaca-se por toda a cidade e é visível de quase todos os pontos, pela sua enorme dimensão, cor dourada e forma que parece de “as de espadas”. Explicou-nos que o sr. Stanley Ho, o homem mais rico do continente asiático, agora já com 94 anos e  acamado foi quem tudo começou na área dos casinos e do investimento. O hotel tem um busto do sr. Stanley, peças em marfim feitas a partir de um único dente ou corno de rinoceronte, 2 pedras de diamante em exposição, entre outras preciosidades. Percorremos com o José Caros parte da avenida que iria ao encontro da praça central e das ruas típicas que nos levariam às ruinas de São Paulo e à muralha da cidade. Foi um guia turístico e amigo fantástico de quem nos despedimos com um abraço de saudades. Percorremos a ruelas do centro histórico de Macau com a sua arquitetura característica. O fluxo humano era tanto que era quase impossível progredir. As
lojas serviam de local de paragem para se apreciarem e provarem muitos dos produtos que os
ocidentais não conhecem, como são as placas de porco doce, bolinhos dos mais variados tipos e sabores desde amendoim a amêndoa. Subimos a escadaria das ruinas, fizemos fotos e subimos à muralha por dentro do museu para apreciar a cidade vista de cima. À noite jantamos num restaurante japonês especializado em grelhados no shopping center do hotel e passamos o tempo do serão a apreciar o luxuoso centro comercial do resort, o Banain Tree Spa, os diversos teatros à moda da Broadway as lojas de roupa, de tecnologias, de sapatos cujas montras e corpo interior dos próprios espaços eram dignos de um olhar atento. Subimos aos nossos aposentos luxuosos mas antes assistimos ao espetáculo do diamante, agora sim menos concorrido para poder apreciar a grandiosidade e a orquestração, filmar e fotografar. O casino que ocupa toda a área central do Shopping acompanha-nos sempre em qualquer
percurso pelas avenidas este e oeste, com a suas múltiplas entradas que convidam a entrar mesmo aqueles que não têm relações de proximidade com o jogos. Tivemos apenas 2 noites em Macau pelo que o segundo dia foi aproveitado para fazer o tour dos luxuosos hotéis que compõem esta zona da cidade. O dia amanheceu muito cinzento com grandes perspetivas de chuva pelo que, depois de um pequeno-almoço completo num salão rico e soberbamente composto lá fomos conhecer o mundo fantástico da cidade de hotéis à boa maneira de Holywood, mas na outra ponta do mundo. O mais próximo de nós, como já referi, era o Venetian cuja visita é obrigatória. Na entrada a sinalética orienta os visitantes para o grande canal que fica no 2º andar do hotel. Ao subir as escadas rolantes de acesso tem-se uma panorâmica do maior casino do mundo. A chegada à Veneza artificialmente construída dentro do
hotel deixa qualquer um perplexo, pois à nossa frente encontra-se uma réplica da Praça de S. Marcos e o grande canal da cidade de Veneza com gôndolas e gondoleiros que passeiam os turistas ao som de um belo “O sole mio”. É magnífico e arrepiante! Todo o espaço é fechado por debaixo de um céu artificial que foi construído com uma técnica que permite ter a sensação do movimento das nuvens enquanto nos movimentamos. Do Venetian seguimos para o Parisiense que nos presenteia com o glamouroso ambiente de Paris e o seu grande ex-libris é nada mais que uma réplica da Torre Eiffel. É igual apenas com menos altura. Mais à frente encontrava-se o hotel XXXX que tinha para nos oferecer o ambiente dos estúdios de Hollywood sendo as zonas de acesso decoradas com se estivéssemos a passear dentro de estúdios. Numa das praças centrais tivemos direito a um espetáculo em realidade virtual com a protagonista projetada 3 dimensões dentro de uma estrutura de vidro. No regresso ainda fomos de shutlle para a cidade das artes que nos deixou à porta de mais uma mega estrutura de hotéis que uniam o Hyatt com outro hotel. Na frente destes encontrava-se o famoso Wynn. Este acabei por visitar sozinho pois o resto da equipa estava cansada e com frio e o tempo tinha piorado bastante. O magnífico hotel Wynn, todo espelhado, ficava do outro lado da rua e era preciso percorrer mais algumas centenas de metros ao frio e ao vento. A propósito do Wynn que tínhamos avistado em Macau, o José Carlos tinha-nos falado de um espetáculo de dança aquática que valeria a pena ver mas o tempo que estivemos em Macau não foi compatível com esta observação. Como existia outro Wynn em Taipa fui tentar saber onde iri decorrer esse espetáculo imperdível mas sem sucesso. Valeu mesmo assim muito a pena pois o hotel é colossal. A atração exterior é um enorme lago com repuxos programados para fazer uma orquestra de água e numa das pontas do lago, um corpo de um enorme dragão dourado sustenta os cabos de um teleférico que circunda. O interior é indescritível, completamente diferentes de todos os outros que vimos, este em vez de pedra brilhante a espelhar o chão era todo alcatifado com cores deslumbrantes. Era quente e confortável e um dos lobbys por onde entrei tinha uma decoração absolutamente rica que apetecia ficar a admirar sem tempo com um enorme moinho que rodava, rodeado de milhares de flores todas construidas em papel colorido. De regresso ao nosso Galaxy queríamos apesar do tempo feio aproveitar a maior piscina de ondas artificiais do mundo.  Antes de trocarmos de roupa fomos fazer o reconhecimento dos espaços exteriores com jardins e piscinas a perder de vista, umas com ondas, outras a 38ºc e jacuzzis a 48º c.  Já chovia um pouco por esta altura. Trocamos de roupa mas quando chegamos de novo ao 2º andar, zona de entrada do espaço exterior, todo o espaço havia acabado de encerrar porque se aproximava uma tempestade com relâmpagos e trovões e não havia condições para se permanecer dentro de água. Ficamos desolados reconhecendo a necessidade de tais precauções. Fomos advertidos para a possibilidade de reabertura caso as condições atmosféricas assim o permitissem. Debaixo de chuva decidimos ir vila de Taipa procurar de novo sabores que nos confortassem o estomago já com saudades dos paladares de casa. Encontramos um pequeno restaurante chino-português que servia sopa, caldo verde e bifanas. Foi esse o nosso almoço nesse dia, terminando a refeição com um pastel de nata. De volta ao quarto vimos de novo movimentação nas piscinas pelo que voltamos para tentar a nossa sorte e pouco tempo depois estávamos literalmente a cozer e a borbulhar dentro de um jacuzzy gigante a uma temperatura fantástica. Alternamos entre este e a piscina aquecida retemperando com a temperatura exterior que convidava a mergulhar nas águas quentes daquele deslumbrante balneário rodeado de palmeiras e jardins. Só não conseguimos mesmo experimentar a piscina de ondas que entretanto havia encerrado. Despedimo-nos de Macau com uma sensação de profunda gratidão por termos tido o privilégio de conhecer este novo mundo rico e deslumbrante. O ferry da empresa turbojet trouxe-nos de volta diretamente para o aeroporto de Hong Kong. O serviço é excelente e o preço acessível, cerca de 30 euros por pessoa a partir do porto de Macau pois os ferrys do porto marítimo de Taipa não vão diretamente para o aeroporto. A viagem é agradável e relativamente rápida, cerca de 60 minutos. Ao longo da maior parte da viagem avista-se a ponte gigante, ainda em construção mas quase em fase de acabamento e que vai ligar Macau a Honk Kong, ficando como terceira alternativa de conexão, a terrestre, para além das duas já existentes, ar e mar. Tem cerca de 90 km de cumprimento e está a ser construída dentro do mar. No terminal marítimo de Macau é possível fazer o check-in das bagagens, ficando com essa parte resolvida. O sistema é seguro e nós já havíamos pesquisado sobre o assunto. Toda a nossa bagagem foi ter diretamente ao avião, tendo sido necessário apenas recolher os cartões de embarque no aeroporto. O aeroporto de Hong Kong é um dos maiores do mundo mas é organizado apesar de muito frequentado. Chegamos já em cima da hora de fazer uma refeição pelo que procuramos a zona da restauração que estava repleta de gente. A dificuldade surgiu apenas na escolha das ementas pois nada estava traduzido em inglês. Os restaurantes que tinham os pratos em forma de imagem já não nos consolavam pois ansiávamos por uma sopa ou algo que matasse as saudades da comida portuguesa aos nossos estômagos. A ajuda estava ao alcance da nossa ousadia pelo que logo que vimos alguém com a sopa que nos parecia aquela sopa especial, perguntamos como se designava o piteu na ementa e assim comemos uma deliciosa sopa de carne. Por esta altura já o nosso voo para Shanghai estava com 1h de atraso. Gastamos os últimos dólares de Hong Kong em produto de circunstância e a hora de embarque, pelas 15h foi cumprida. Mal sabíamos o que nos esperava. Depois de terem embarcado todos os passageiros, fomos informados que devido ao tráfego aéreo teríamos que aguardar autorização para descolar. E o tempo foi passando e o desespero foi-se instalando mais por não sabermos bem o que se estava a passar do que por outros motivos de força maior, afinal estávamos de férias. O que tínhamos para fazer em Shanghai era penas um check-in. Sem informações concretas do comandante, iniciaram o serviço de catering, sinal mais que vidente que a hora de descolar não estava sequer prevista. Enquanto durou a hora da refeição as coisas acalmaram a bordo, entretanto já tinha passado cerca de 2h. As más notícias vinham a seguir quando fomos informados que a nossa hora prevista de descolar seria pelas 20h. Todos os passageiros reagiram com exaltação. Nós não entendíamos as informações em chinês nem a tradução em inglês que saia pelas colunas do avião, pois a entoação das palavras inglesas pela voz de uma hospedeira chinesa eram impercetíveis. A maioria das hospedeiras de bordo não entendia o suficiente de inglês para nos explicar a situação até que consegui intercetar a chefe de cabine que se safava bem a entender e a falar inglês. Lá nos disse mais do mesmo que não havia hora prevista de partida mas talvez pelas 20h e que estavam a contactar o staff em  terra para perceber se os passageiros poderiam desembarcar e esperar no aeroporto. Alguns dos passageiros decidiram abandonar o avião. Nós nada tínhamos a perder pois tivemos receio de sair e depois o avião descolar e nós ficarmos retidos no aeroporto. Felizmente tudo acabou bem e levantamos voo cerca das 20h. Este atraso de 5h fez com que chegássemos a Shanghay já passava das 22h. Corremos para a estação de metro mas esta já estava encerrada. Ficamos sem chão mas a funcionaria disse que poderíamos ir de Meglev, o comboio rápido que circula sobre carris magnéticos e se desloca a 300km/h. Não o tínhamos colocado como opção porque nas nossas pesquisas vimos referido que este sim, encerrava às 21h mas felizmente essa informação não estava atualizada. Corremos de novo para a bilheteira do Meglev que estava a partir para não termos que ficar a aguardar o próximo mais de meia hora. Com o percurso do metro estudado até ao nosso alojamento rapidamente compramos os passes de 3 dias e fomos para a linha 2 do metro. Algumas estações depois trocamos para a linha 7 mas quando chegamos à zona da entrada nessa linha, esta já havia encerrado. Uma sensação de desespero percorreu-nos sem saber o que fazer pois era 23h e nós não conseguíamos chegar ao alojamento. A alternativa foi vir à superfície na primeira saída que encontramos e o nosso primeiro contacto com Shanghai foi numa rua mal iluminada, cheia de nada onde tudo era desconhecido. Tentamos procurar um táxi mas não percebíamos onde estávamos nem víamos carro algum com aspeto de táxi. Encontrei um carro de polícia e bati no vidro 2 vezes. À 2ª vez o polícia, sem levantar a cabeça, apenas os olhos, olhou-me e aproveitei para pedir ajuda para chamar um taxi. Tive que dizer duas vezes para ele se mexer e reagir. Então muito lentamente lá tirou o telemóvel iniciando a busca de numero de telefone. Nestes segundos que demorou esta minha experiência com o polícia com ar sinistro e nada amigável, o resto da família viu passar um táxi e mandou parar o veículo. Lá nos safamos! Por sorte, pura sorte, eu tinha o endereço do hotel em caracteres chineses no meu voucher senão teria sido impossível ter encontrado a morada. O taxista, para mim, ao primeiro olhar, tinha segundo a minha leitura facial ar de mau e tinha saído de um qualquer filme das máfias chinesas. Confesso que estava com receio. Ele lá decifrou os caracteres chineses e respondia em chinês às minhas poucas palavras inglesas. Ele não falava uma palavra de inglês. Percorreu ruas e ruas e o meu olhar concentrava-se em todas as placas da estrada que felizmente estão também traduzidas em inglês para perceber que ruas percorríamos pois tinha de cor o nome da rua do hotel. Mais de 15 minutos depois vislumbrei ao fundo o nome do hotel e suspirei de alívio. Pagamos uma miséria, menos de 5 euros. Os táxis em Shanghai são muito baratos. Conseguimos fazer o check-in no hotel antes da meia-noite. Exaustos, recuperamos com uma boa noite de sono pois o apart-hotel era de muito boa qualidade. Para o preço versus qualidade em relação ao que havíamos pesquisado antes da reserva a surpresa foi muito agradável. Um apartamento em duplex, muito limpo e confortável num edifício que parecia recente. O lobby era muito atrativo e moderno com decoração adequada tal como os apartamentos. Estávamos mesmo ao lado e em frente ao hotel Renaissence e ao lado de um shopping com um supermercado e por onde se tem acesso à estação de metro de Langoa Road. É um alojamento que recomendamos para quem visitar Shanghai pois é muito económico, situado a 2 minuto do metro, muito higiénico, com arrumação e limpeza diária. Designa-se de Modena by Froser e deve integrar uma cadeia de outros hotéis e apartamentos pois víamos referência a outras unidade hoteleiras nos écrans de divulgação nomeadamente nos elevadores. No dia seguinte era tempo de explorar esta magnífica cidade e o nosso primeiro destino foi a Nothing road, a rua pedestre mais famosa da cidade onde o comércio é rei. Esta artéria termina na margem do riu Huangpu para nos presentear com o horizonte financeiro da cidade embelezado com magníficos arranha-céus. Depois das fotos da praxe, até fomos abordados por pessoas que se passeavam pela cidade e nos convidavam para fazer fotos com eles. É habitual por cá. De regresso percorremos a avenida em sentido contrário, bebendo com os olhos tudo o que por ali se faz e se vende. Roupas, sapatos, lojas que vendem de tudo. Aqui consomem-se muitos produtos empacotados. Vimos milhares de saquinhos e pacotes de tudo, não entendendo em muitos casos o que tinham dentro. Vimos mexilhões e carapaus desidratados, rebuçados e frutos secos de toda a espécie e milhares de bolos de todos as cores e formatos. Terminamos o percurso na praça do povo e regressamos a casa para descansar. À noite fomos visitar o centro financeiro que é um deslumbramento de luz, tecnologia e cor. Os edifícios são todos iluminados e são um autêntico festival de luz e cor. Depois de fotografarmos de todos os ângulos e de enchermos a alma com tanta beleza, subimos a world financial center, ao 87º andar onde se situa um dos bares do hotel Hyatt. Este truque permite ver Shanghai lá de bem alto sem pagar pois como o bar é à média luz entramos sem grande stress e fizemos as fotos sem ter consumido nada e assim poupamos mais de 3 centenas de yuans. No regresso procuramos o bund (pequena carruagem teleguiada) que faz a travessia do riu por um túnel ao mesmo tempo que nos presentei com um festival de luz. Foi uma experiência gira e bastante acessível (50 yuans/pessoa). O 2º dia em Shanghai foi reservado para visitar o Yu Garden, uma zona da cidade onde a China antiga se mistura com os edifícios modernos. É um oásis dentro da cidade com palácios antigos, lagos e jardins que são unidos por caminhos e túneis labirínticos em pedra que segundo a lendas antigas trazem a sorte. A entrada é acessível, 40 yuans por pessoa. Mas apreciamos mais ainda o pulsar do que se passava fora e à volta do jardim, com milhares de pessoas a passear pelas ruas típicas a comprar souvenirs, artesanato ou a comer. Decidimos provar uma espetada de caranguejo panado que era uma delícia e o André comeu um panado que nos parecia ser de lula mas também poderia ser de frango. Passamos mais algum tempo a visitar as lojinhas onde se vende de tudo, todas elas implantadas em edifícios históricos com arquitetura da China antiga. Os produtos aqui são muito mais em conta que no centro da cidade. No regresso aproveitamos para visitar o bairro chique de Xintiandi repleto de restaurantes e esplanadas fantásticas, onde a arquitetura do oriente se fundo com a do ocidente. A fome fez-nos parar numa Bierhaus igual às que se encontram na Baviera. Deliciamo-nos com uma magnífica Bratwurst, Bratzel e cerveja alemã. Nesta zona é possível apreciar a extravagância de algumas pessoas que frequentam este bairro. Para quem conhece é possível avistar por vezes celebridades da zona. No regresso para a estação de metro avistamos ferraris e porches e visitamos um concessionário que estava a promover um novo modelo da marca Tesla (modelo x) todo elétrico com as portas a abrir no sentido ascendente e um display no tablie que mais parecia uma TV de sala. Em conversa com o vendedor pude perceber que custava 120 000 dólares e que demora apenas 1 h a carregar a totalidade da bateria, podendo alcançar os 250 km/h. Na porta do lado assistimos a uma dronemania que parece ser febril por cá. No final da noite ainda conseguimos apreciar danças orientais em plena rua na frente do shopping que ficava ao virar da esquina do nosso hotel. O nosso último dia em Shanghai ficou reservado para visitar o Jing’an Temple. Estavamos orientados em relação à linha do metro. Ainda não falei aqui do metro de Shanghai. É considerado um dos maiores do mundo e serve uma metrópole com cerca de 20 milhões de pessoas. Para que tudo funcione existem um conjunto de regras que passam por vídeos que informam as pessoas sobre a conduta a tomar nas escadas rolantes ou para entrar nas carruagens. Estão mesmo marcadas no chão, assinaladas com setas, as posições a assumir de quem entra e por onde deve seguir quem sai. As composições têm uma frequência de cerca de 3/4 minutos mas mesmo assim é difícil, diria quase impossível conseguir um lugar sentado em muitas das linhas por onde circulamos. Estávamos na linha laranja (nº7) e a partir dela percorríamos os interfaces que são de uma dimensão inimaginável. Muitas vezes percorríamos centenas de metros por corredores e galerias para nos conectarmos com outra linha. Muitas das estações estão repletas de lojas com muitos tipos de comércios e muitas outras têm saídas para dentro de centros comerciais que proliferam quer nas estações de metro quer por toda a cidade. Uma estação de metro pode ter até 14 saídas diferentes. Voltando ao templo. Este encontra-se na saída de metro da linha com o mesmo nome Jing’na Temple na linha verde. É nesta linha que situam a maior parte das atrações que os visitantes de Shanghai não devem perder. O tempo fica dentro de um magnífico jardim. Estava um dia belo de sol e muito calor pelo que percorrer o jardim foi um momento agradável e cheio de surpresas. Ouviam-se cânticos chineses, crianças a correr e num canto à sombra, um parque de merendas onde muitos petiscavam. Num dos momentos em que fotografava a estátua de um enorme rinoceronte, fui assolado por um conjunto de mulheres chinesas que queriam por tudo fotografar-se comigo. Foi um momento divertido a que já me tinha habituado por os ocidentais por cá são a novidade. Lá nos rimos e disparamos umas fotos e umas selfies. Ficarão para a recordação de ambos os lados do mundo. Num coreto num plano mais elevado do jardim uma senhora cantava uma canção oriental que foi para nós tão novidade quanto a minha cara de ocidental para as moças chinesas. Acompanhava-a um violino e ao lado do violinista uma figura com ar fantasmagórico que por vezes se elevava da cadeira e fazia movimentos que representariam dança misturados com amplos movimentos de braços qual maestro que domina a sua batuta. Já no final do jardim um grupo de 4 senhoras praticava um género de dança com movimentos de artes marciais que mereceram a nossa atenção pela sincronia e beleza da atuação e pela leveza dos gestos e concentração naqueles rostos. O templo é fabuloso, todo dourado com arquitetura da China antiga. É enorme e tal como o que vimos nos arredores de Honk-Kong, tem enormes queimadores de incenso espalhados pelo imenso pátio antes da escadaria principal. Antes do templo principal encontram-se nas suas zonas laterais pequenos altares ricamente decorados e ornamentados com oferendas à base de flores e de frutas. No templo principal decorria uma celebração budista que me deixou preso ao chão pela comovente participação de todos aqueles monges concentrados em celebração a união. Era domingo de Páscoa pelo que considerei que aquela seria a nossa celebração do dia Pascal. Filmei e assisti durante alguns longos minutos. Como se aproximava a hora de fazer uma refeição dirigimo-nos a um enorme centro comercial na zona. Quando demos por nós estávamos dentro de um enorme supermercado belo e sofisticado que nos fez lembrar, o que de mais parecido temos em lisboa, o El Corte Inglês, mas de longo muito mais completo, brilhante e maior. Por ali percorremos os corredores de milhares de produtos que muitos não conseguimos sequer perceber o que seriam. Os chineses vendem tudo muito empacotado, como já tinha referido, desde os rebuçados, aos bolos, frutos secos, ervas e sementes, de tudo mesmo. Foi uma visita muito atrativa e de contemplação e também muito participativa pois por cada corredor existia uma funcionária que oferecia provas do produto que comercializava. Provamos imensas coisas com cores, aromas e paladares magníficos que nunca havíamos sentido. Num dos momentos fomos atraídos por um senhor que queria forçosamente mas com delicadeza que fossemos fotografados ao lado da colaboradora vestida como japonesa e que promovia o arroz japonês. Então lá ficamos nas fotos a promover o belo arroz japonês. Tudo decorrer assim com normalidade e simplicidade nesta metrópole de gente magnífica. Almoçamos num dos restaurantes do shopping: salada, espetada de moelas e corações, perninhas de polvo crocantes e carne grelhada. Foram muito diferentes as iguarias da nossa Páscoa este ano. No seguimento da nossa exploração procuramos o bairro de concessão francesa para onde os franceses vieram viver quando chegaram a Shanghai mas a tarefa não foi fácil. No nosso percurso encontramos um posto de informação turística mas a nossa dificuldade em explicar o que queríamos saber associada à incapacidade da menina perceber inglês fez com que andássemos algum tempo num percurso sem objetivo sem ter encontrado o tal bairro embora nos fizesse sentido ser o local onde estávamos pela arquitetura de alguns dos prédios. Outro ponto forte do nosso dia era ir ao mercado XXXXX que fica na estação de metro XXX e que é meca da contrafação. É conhecido por vender tudo mas mesmo tudo. É muito difícil perceber se se tratam de produtos originais ou de cópias tal é a qualidade dos produtos que por lá se vendem. Fez-me lembrar os souks muçulmanos pela forma como se negoceia por lá, regateando. Eles começam sempre por pedir um preço alto, por vezes exurbitante para ver se algum comprador mais tímido cai na cantiga mas o objetivo é iniciar a negociação. A máquina de calcular é a rainha deste local pois anda sempre de mão em mão num sobe e desde de preços que tem muita piada. Compramos alguns produtos pois é difícil não comprar. Por vezes é preciso mesmo abandonar o local e dizer que não estamos interessado na mercadoria, isto acontece quanto o vendedor se torna mais irredutível e não quer chegar ao preço que o cliente propôs, porque eles pedem ao cliente para fazer o preço. Foram momentos muito bem passados. Numa das alas do mercado existe uma zona só de alfaiataria onde se pode escolher o tecido, e mandar fazer roupa por medida. Este espaço tem uma dimensão enorme com quase tudo em Shanghai. Abandonamos aquele local de enorme febre comercial com a carteira mais magra mas a mala de viagem que lá compramos quase cheia. Terminamos a nossa visita neste último dia percorrendo ao anoitecer e com calma a Nothing road para apreciar a multidão de gente que tal como de dia percorre a avenida mais comercial da cidade e que liga o bairro Bund à Praça do Povo. As lojas apregoam os seus produtos, algumas mesmo com megafones para atrair os clientes que se empurram para entrar e para comprar numa febre consumista que é difícil de explicar. O brilho e cor dos neons fazem o resto do enquadramento fazendo Nova York parecer apenas uma pequena terriola que brilha apenas porque tem a Time Square. O dia da partida amanheceu chuvoso mas como a sorte protege os viajantes audazes, lá deu tréguas para chegarmos à estação de metro secos para seguir viagem. Do local onde nos encontravamos, Langoa Road até ao aeroporto de Pudong era 24 estações de metro. Foi mais um momento de aventura pois na carruagem que passou à nossa chegada nem sequer conseguimos entrar muito menos com malas. Esperamos e seguimos viagem na próxima, literalmente empacotados, pois era dia de semana e hora de ponta. Para chegar ao aeroporto tivemos que trocar de metro 3 vezes e nada disto tinha sido explorado previamente. A linha verde que bem conhecíamos apenas referia que uma das estações terminais era o aeroporto mas depois de percorrermos mais de 10 estações surgiu uma informação que aquela carruagem onde seguíamos terminaria a sua marcha e seria necessário trocar para outra. Valeu-nos um senhor muito gentil que falava um inglês que se percebia bem que nos orientou e até pediu para o seguirmos. Também essa carruagem ficou a 2 estações do aeroporto sendo necessário trocar uma terceira vez. O resto das formalidades foram as habituais. Como havíamos feito o check-in online não tivemos que esperar numa fila enorme de gente e despachamos a bagagem e dirigimo-nos para o controle de passaportes e logo para o Rx. O nosso voo seria a bordo de um Airbus A380-800 da Lufthansa pelo que estávamos empolgados. Feitas as fotos da praxe do exterior de um dos maiores aviões do mundo foi procurar ocupar o tempo a bordo, sendo este por dentro apenas mais um avião, sem nada que faça enormes diferenças em relação aos demais. Neste momento que escrevo, ainda estamos a sobrevoar espaço aéreo Russo na esperança de o nosso voo de ligação para Lisboa em Frankfurt nos leve de regresso a casa pois temos apenas 1 hora para desembarcar e procurar a outra porta de embarque, hora essa que foi consumida logo em Shanghai por razões que se prenderam com a posição do avião no aeroporto, que estava estacionado a mais de 20 minutos de autocarro da porta de embarque aparentemente por falta de espaço. Conseguimos não perder o voo de ligação em Frankfurt mas foi necessário percorrer a correr uma parte enorme do aeroporto de Frankfurt. Conseguimos mesmo assim não ser os últimos a entrar no avião. Penso que teremos não entendido bem as informações que nos aguardavam na zona de saída do voo de Shanghai pois nem todas as pessoas conseguem realizar o percurso que fizemos àquela velocidade. Foi mais uma aventura a somar às outras que vivemos e que fazem as viagens terem mais corpo e mais robustez. São peripécias que nos poem à prova e nos mostram a destreza e a flexibilidade que é preciso ter para resolver questões e situações que fazem parte integrante deste mundos dos viajantes, mesmo daqueles que são previdentes e se preocupam com o planeamento. Que venham outras viagens com mais ou menos peripécias para nos alimentarem a alma e echer os corações de gratidão.





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