Thursday, July 5, 2012

Casa de Cultura e Recreio do Pessoal do IPL (Passeios pelas águas e pelos caminhos da gastronomia)

Com o intuito de promover atividades de natureza cultural e recreativa e desta forma incentivar o convívio e aproximar as relações interpessoais entre todos os colaboradores do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), nasceu no dia 17 de Dezembro de 2003, a Casa de Cultura e Recreio do Pessoal do IPL (C.C.R.P.I.P.L.). Desde a publicação da sua natureza e princípios em Diário da Republica (III Série nº 76 de 30 de Março de 2004) esta casa tem conseguido, com o louvável esforço de um grupo de pessoas que se dedicam carinhosa e cuidadosamente a esta causa, promover diversas iniciativas que até então eram inexistentes na instituição. Merecem destaque a dedicada e sempre presente Engª Maria da Graça, a doce D. Fátima, a carinhosa e talentosa Vanessa e a  simpática Clara, entre outros. O acesso a esta associação é feito através de inscrição como sócio com uma quota mensal simbólica que é deduzida no vencimento. Desde então passou a comemorar-se o Natal com uma festa muito animada onde crianças e adultos interagem no frenesim próprio da época. Tem havido uma grande colaboração das diversas unidades orgânicas no sentido de facilicar o acesso a espaços, salas e anfiteatros para a comemoração dos diversos eventos. A festa de Natal tem trazido ano após ano colaboradores de todas as escolas com os seus familiares enchendo cada vez mais o grande auditório da Escola Superior de Comunicação Social no Campus de Benfica. Após um caloroso cumprimento da Engª Maria da Graça e habitualmente também do Sr. Presidente do IPL, o Engº. Vicente Ferreira, dá-se início à festa com momentos de magia, teatro e canções. Grandes e pequenos vibram com o espetáculo mas o grande momento para as crianças é sem dúvida aquele em que levantam os presentes de Natal e os lanchinhos (este muitas vezes é entregue logo no início do espetáculo e devorado logo no início da manhã) que têm sido um apanágio  desta associação mesmo nos tempos de dificuldades que vivemos. Juntamente com as prendas é habitual existirem balões e pinturas faciais para que a pequenada se entregue ao espírito da festa. Para além desta iniciativa a Casa do Pessoal tem mantido a tradição de organizar um almoço anual, sem custos para os sócios e que já adquiriu o carinhoso estatuto de encontro anual cada vez mais frequentado e participado. Estes encontros revestem-se sempre de grande expetativa pelo conjunto que em si representam entre o destino, o tipo de passeio, o grupo de participantes e naturalmente a gastronomia que nos espera. Por esta altura e como acontece um pouco com outras associações e grupos, já existe o grupo daqueles que participam sempre, muitas vezes levando consigo um ou outro elemento novo e aqueles que são iniciantes ou que por alguma razão não se fazem sempre representar. Ao longo destes anos de existência a Casa do Pessoal tem sabido manter e promover a agregação de novos sócios que habitualmente têm honras de boas vindas ouvindo a proclamação do seu nome seguido de um caloroso aplauso. As iniciativas e os encontros são sempre divulgado através do site do IPL http://www.ipl.pt/index.php/ccrpipl para que todos possam saber a data e o tema do convívio anual. Todo este trabalho fica a cargo de uma magnífica equipa de designers que contacta, pesquisa e dá forma ao programa e ao grafismo final habitualmente em forma de cartaz, enfatizando os diversos pormenores, para que o produto final seja claro e apelativo. Ao longo destes anos tem-se assistido a uma diversificação, sempre que possível dos locais e da forma como o encontro é organizado de modo a que resulte numa atividade do agrado de todos. Locais como o Badoca Park, a Lezíria Ribatejana e a costa de Sesimbra, já fazem parte do historial dos passeios organizados pela Casa do Pessal. No entanto, nos últimos anos e porque é preciso atender às distâncias e cada vez mais aos custos finais, tem-se mantido a tradição de se fazer o almoço a bordo de uma embarcação. Com este formato já se percorreu a costa da Sesimbra (em Maio de 2010) com um barco com fundo de fibra que encantou os mais curiosos. A paisagem era magnífica quer por baixo quer por cima da água. O almoço acabou por ser num hotel em Sesimbra. Foi uma refeição requintada em jeito de serviço gourmet. Degustámos uma entrada elaborada com fiambre sobre uma cama verde de alface acompanhada por tomate fresco e laranja. O prato era constituido por filete de peixe com puré e legumes. Para quem ia preparado e equipado, após o digníssimo repasto,  havia ainda piscina e sombras para descansar.
O convívio do ano passado (Maio de 2011) foi agradavelmente vivido a bordo do barco panorâmico S.Cristóvão que nos levou a descobrir os encantos e as maravilhas da Lagoa Azul na Barragem de Castelo  de Bode. Para lá chegar fomos de autocarro seguindo a auto-estrada A1 até Torres Novas e depois a A23 até à saída de Tomar. De seguida percorremos a estrada IC 3 até Ferreira do Zêzere, encontrando facilmente a partir daqui o local de embarque. Depois de percorrermos uma boa parte do Lago e como apetite é coisa que não falta aos passeantes, foi servido um excelente almoço em forma de buffet. Como até aqui já havíamos percorrido mares e lagos a bordo de embarcações, este ano estava no altura de "provarmos" o sabor de navegar pelo belo Tejo que tem encantado poetas e escritores.  No dia 1 de Julho e com partida de Vila Franca de Xira, partimos Tejo acima a bordo da embarcação Castro Junior. O percurso estava pensado para subirmos até à zona de Valada do Ribatejo, bem acima do Carregado e depois começar a rota descendente. O Castro Junior é um barco antigo, muito típico com um único mastro. Já serviu em tempos para carregar outros produtos, nomeadamente sal a granel das salinas da margem sul do Tejo para Lisboa, na altura em que as margens do Tejo estavam repletas de atividade industrial. Nele também se transportou bacalhau, lenha e caruma. O modelo tem a designação de Varino do Tejo e é muito semelhante a uma fragata e já conta com mais de 70 anos de existência e foi construido em Almada. Grande parte do ferro da ponte Marechal Carmona foi transportada pelo Castro Júnior. É feito de madeira de pinho bravo, manso e mogno, pesa 140 toneladas e terão sido necessárias mil árvores para a sua construção.
Quando o passeio já ia longo começaram por surgir os aperitivos em forma de rodelas chouriço e moscatel. Como o apetite já era muito os marinheiros a bordo depressa fizeram um assalto ao pitéu que voou das travessas. Quando o grelhador começou a funcionar os participantes já tinham o apetite no máximo pelo que esperar pelos grelhados depois de sentir os fortes e saborosos aromas que o vento teimava em espalhar, não foi coisa fácil. Assim que se concluiram os grelhados, diversificados entre feveras, entremeada de porco e uma novidade, uma deliciosa e suculenta entremeada de vaca, iniciou-se a dança das travessas pelas mesas corridas cheias de apreciadores de boa gasgtronomia. Sem ninguém quase se aperceber, o velho Júnior parou no meio das águas do Tejo. Os que perceberam, acharam natural, talvez natural. Porquê pensar o contrário? Mas o que fariamos nós ali parados com tanto Tejo para percorrer. Mas não, algo de estranho aconteceu! Estávamos de facto encalhados num banco de areia e esta era a verdade! Todos mantiveram a compostura, afinal uma das margens não era assim tão longe e ao que parece as águas não eram mito profundas. Lá fomos informados pelos sr. Carlos, o homem que assumiu o comando do microfone que se tratava de um acontecimento pouco habitual mas que por vezes ocorria e que tudo estava controlado havia apenas que esperar pela maré cheia para que o belo Júnior se fizesse de novo ao rio. Depois de sermos abordados por uma lancha e de surgir um helicóptero nas proximidades, alguns de nós pensaram que a coisa poderia ser mais séria. Ninguém entrou em pânico, afinal havia um almoço para apreciar e mesmo encalhados estavamos rodeados de uma paisagem que nos tranquilizava a alma. De súbito o Castro Júnior começou a rodar e fez-se de novo ao caminho que nos contemplava com belas casas escondidas aqui e ali por entre a vegetação. De uma margem à outra havia praias fluviais paradisíacas, pequenas ilhotas e cavalos no seu habitat natural. Uma autêntica dádiva da natureza! Já no regresso cruzamo-nos com outras embarcações de recreio, pequenas lanchas rápidas que desfrutavam do belo dia e da paisagem que está ainda no seu estado muito natural. Pudemos ver numa das margens os ninhos dos Milharocos e Papa-figos que fazem os seus ninhos em pequenos buracos escavados pelos próprios nas pequenas enconsas arenosas do rio.
O passeio terminou mais tarde que o previsto, mas devidamente compensado com a oferta de cafés e licores por parte da tripulação que foi agradável e muito prestável. Apesar dos ventos e marés a maioria ficou muito satisfeito a julgar pelos sorrisos que espelhavam o quão agradável foi o dia. Esperamos que esta tradição se continue a perpetuar cada vez com mais participantes para que não se perca este agradável encontro anual. (Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

No comments: