Wednesday, August 18, 2010

Monte do Vale, fuga e plenitude.

O contacto com o Monte do Vale veio através de uma amiga que ao descrevê-lo enfatizou em cada palavra aquilo que a propriedade lhe transmitiu: a paz, a plenitude, os sabores, a confiança e tantas outras características. A vontade de viver tudo isto ganhou importância e a experiência concretizou-se num fim-de-semana de Agosto. Para lá se chegar é só seguir a Auto-Estrada para Évora (A6) e sair, ou em Borba ou na saída de Elvas Oeste. Depois, segue-se em direcção a Terrugem atravessando esta típica aldeia alentejana. A estrada para o monte encontra-se um pouco mais à frente a cerca de 4 km, do lado esquerdo. Após cerca de 3km de terra batida e algum pó (estamos no campo) que não nos incomoda pois vamos absorvidos com toda aquela terra torrada pelo sol e pincelada de verde pelos chaparros e oliveiras, encontramos o monte. Parece que estas figuras vivas da natureza descrevem alinhamentos e configurações que brincam ao nosso redor à medida que nos deslocamos. À frente, o monte, o Sr. Joaquim Cordeiro (seu proprietário) e o cão. Pelo caminho ficaram as 83 cabeças de gado que habitam esta propriedade e que fazem parte integrante na decoração deste cenário bucólico e paradisíaco. Somos recebidos com cortesia e com a simplicidade que caracteriza os habitantes locais. Somos encaminhados aos nossos quartos e a nossa amiga fez as honras da casa guiando-nos pelos recantos deste monte tipicamente alentejano. Com 34 graus de temperatura era urgente saltar para aquela piscina de água fresca, qual oásis neste deserto de stress, magia, luz e cor. Após um banho refrescante numa piscina com sabor a mar é tempo de interiorizar que este é um local de puro refúgio onde o stress, o barulho e as preocupações estão proibidos de entrar. Aqui saboreia-se o tempo, o sol, o azul do céu, ouve-se o barulho do silêncio, ouve-se o mugir de alguma vaca em hora de menos conforto. Quando o apetite surge as opções são variadas, podendo o jantar ser servido ali mesmo, no monte, em pitéus saídos das mãos experientes do Sr. (chefe de cozinha) Joaquim. Ali janta-se à luz da lua e das estrelas com vista para a paisagem que nos conforta com a sua desorganizada geometria. Outras opções se podem colocar como visitar Terrugem e petiscar no restaurante sociedade (uma espécie de sociedade recreativa onde os habitantes se juntam para conviver, jogar às cartas, bilhar, snooker…). Recomendo bifinhos com cogumelos ou espinafres com gambas. Para os mais enérgicos e exigentes, para aqueles que procuram outras experiências e que não se importam de apreciar sensações gourmet e sabores de outros tempos a preços de agora, jantar ou almoçar no restaurante “A Bolota”, também e Terrugem, é outra experiência a não perder. O serviço é de cortesia, as vestes são tradicionais e os sabores, de outros tempos. Como entradas experimentámos bolsitas de verdura com vichissoise quente de maça e salada de perdiz em escabeche que estava soberba. Para além disso todos os patés, particularmente o de azeitona e de chouriço enchiam o paladar e impregnavam na memória mais uma experiência comensal. Depois decidimo-nos pelas sugestões da casa escolhendo arroz de pato à portuguesa com vinho tinto, assado do Norte Alentejano com arroz de coentros e passas e lombinhos de javali com molho de ameixa e puré de castanha. Num cantinho do estômago ainda estava reservado lugar para um sortido de deliciosas sobremesas que nesta região não se podem perdoar: sortido de doces conventuais e pudim de queijo fresco com mel e nozes foram as escolhas acertadas.
De regresso ao nosso refúgio é tempo para dois dedos de conversa animada e de repousar no silêncio e no calor da noite. De manhã ao levantar e mesmo antes do pequeno-almoço pode-se optar por ir temperar a pele na água da piscina ou simplesmente cumprimentar o dia que vem azul e bem quente como tem sido característica deste Verão, ou avançar um pouco mais na leitura. Entre tantas outras características deste lugar onde impera a calma absoluta, uma delas é perceber que qualquer cliente tem à sua disposição praticamente o monte inteiro para usufruir quer seja de um pequeno-almoço onde há lugar de destaque para os produtos locais, sumo de laranja natural e pão acabado de cozer, quer seja para nos sentarmos em qualquer dos cantos ou salas a ler, ver televisão ou simplesmente desfolhar uma revista, beber um copo de água, tomar um café, preguiçar, adormecer, sonhar, viver.
Trata-se de uma propriedade que sempre pertenceu à família do Sr. Joaquim Cordeiro e que há cerca de 6 anos ele transformou em turismo rural. Tem 106 hectares de terreno e o sobre o nome não se sabe bem as origens, talvez venha do facto de se situar num vale de azinheiras. Tem 7 quartos distribuídos por dentro da casa principal e outros directamente com acesso à piscina. Todos têm uma decoração simples cumprindo a rigor as tradições da terra e desta região. Os tectos, de pé alto considerável, são em madeira, alguma ainda original. Existem muitas razões para apreciar este santuário de tranquilidade, mas sem dúvida que o elemento mais apreciado neste local é a piscina de dimensões generosas. Por aqui se passam os dias num verdadeiro “dolce fare niente” entre mergulhos, leituras, conversas e brincadeiras. Um aspecto que não poderia deixar de registar e que me marcou enquanto pessoa e cliente daquele lugar foi o convívio que se estabelece com os demais hóspedes que já lá estão ou que vão chegando. Chegou a parecer um grande grupo de amigos que já se conheciam e que conversavam, jogavam e cuidavam dos miúdos uns dos outros. À volta do oásis que é a piscina existem cadeiras, mesas, camas e espreguiçadeiras para que todos possam encontrar o seu lugar e gastar o tempo de acordo com a vontade. Ainda é possível passear pela propriedade em jipe, fazer um piquenique à beira de um charco, ou, no monte dos primos do Sr. Joaquim, experimentar uma sessão de equitação. Motivos para visitar este local são quase inumeráveis. Os ângulos fotográficos encontram-se e escondem-se à medida da imaginação de cada um. O pôr-do-sol, esse é igual para todos, primeiro amarelo pálido, depois carregado de tons laranjas e por fim, já bem baixinho e misturado com os verdes das azinheiras despede-se de nós com a certeza de que teremos a lua por companhia e mais um magnífico dia de sol pela frente. Ele há lugares assim!

1 comment:

tiger shrof said...

Bordering on vaporware for the majority of 2010, I finally got my hands on a copy of Gran Turismo 5 on November 24th. Unfortunately for me I could not afford the Logitech G27 race wheel I so desired, so a gamepad had to suffice for my review. Polophony Digital delivered their promised features, and this is the best Gran Turismo to date, but how much one will enjoy the game depends primarily on patience.
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