Thursday, January 11, 2007

El Ultimo Tango em Lisboa

Se pensam que neste texto vos vou deixar algumas informações sobre a minha perícia em dançar, enganam-se. Embora seja um fã incondicional das músicas latinas e das expressões corporais a que elas obrigam e provocam, o Tango aqui é outro. É o Tango dos maxilares e das papilas gustativas. Fica no bairro alto e cheira a América Latina. É um restaurante muitíssimo agradável, pequeno, com luz amarela difusa, com 2 arcos e uma cozinha à vista. A carne merece ser saboreada. É grelhada à nossa frente, é suculenta e tenta-nos para continuarmos a adulterar a linha. O «asado de tira» (entrecosto de novilho) e «bife de cuadril» (alcatra) são declicioso. A não perder a cerveja Argentina. Todos os pratos de carne são apresentados em tábua de madeira, ladeados por batata assada em papel de prata com leve recheio de manteiga, alho e salsa, e por um molhinho de agriões; à parte, o castiço molho «chimichurri». As sobremesas não são muitas, mas são seleccionadas. A pêra bêbeda é servida com gelado de limão e o contacto deste, com o vinho onde a pêra se embebedou provoca-nos na boca o mais sublime dos prazeres gustativos. Claro que para quem não quer perder pitada da cozinha Argentina, é obrigatório provar o "dulce de leche". É uma espécie de pasta com sabor aveludado a caramelo. Nas paredes encontram-se os mais diversos objectos decorativos alusivos à cultura Argentina e, do ambiente, sai o som do Tango que nos provoca e, não fosse a concentração para apreciar todo aquele mundo de sabores, o nosso corpo de certeza que estaria no ambiente próprio para balançar ao ritmo d'el tango.

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