A minha viagem à Noruega foi rodeada de grande expectativa, pois queria participar na Oitava Conferência Internacional do Conselho Europeu de Ressucitação, que se realizou de 09 a 14 de Maio deste ano. Como era uma viagem de índole científico e de avultadas despezas tentei a todo o custo encontrar apoios e patrocínios para que o meu sonho se concretizasse. Lá fui conseguindo! Mas depois surgiu outro contratempo: não conseguia alojamento num raio de 50 Km do local da conferência, até que, uma grande amiga me referenciou para a TopAtlântic

O dia que se seguia era prometedor pois , para conseguir uma melhor tarifa aérea fui um dia mais cedo o que me permitiu apanhar um ferry boat (transporte comum por aquelas paragens) e começar a explorar aquele pedacinho de terra esculpida pelas á
guas. Soberbo! Paisagens de sonho, natureza, céu e luz. Durante 3,5 horas naveguei por um dos muito fjords apreciando as paisagens aqui e ali recortadas por montanhas e polvilhadas por pequenas ilhas, a maioria habitadas, com gentes que saíam e entravam do ferry.

Depois seguiram-se os dias da conferência, o encontro com os amigos e conhecidos que foram chegando. Com excepção da alimentação (só salmão, saladinha e pão integral), tudo correu muito bem. As sessões científicas foram espectaculares. Aquela gente produz ciência no intervalo das conferências, isto é, reuniam-
se numa abadi
a lindíssima a reflectir e a produzir conhecimento para apresentar no da seguinte. Nunca vi nada assim! No último dia estava previsto um passeio final ao Pulpit Rock. Tratava-se de uma excursão organizada por uma das empresas patrocinadoras do evento.

E lá fomos nós (p
ara cima de 400) montanha acima durante cerca de 2 horas, com mochila às costas para, bem lá no alto, apreciar a mais bela paisagem que os meus olhos já viram a norte deste mundo, um precipício que se erguia das águas profundas do fjord e que descia verticalmente mesmo em baixo dos nosso pés, numa pendente com 600 metros de altura. O percurso foi difícil para muitos, pois o piso era mutio irregular e com inclina
ções acentudas (mas sempre acompanhado por técnicos da empresa organizadora que iam munidos, entre outra coisas, de desfibrilhadores automáticos externo para alguma eventualidade). Mas valeu a pena, pois para além da baixa temperatura que teimava em fazer-nos tremer de frio, a chegada lá acima foi abençoada com substâncias
nutritivas e por um artista a solo que tocava Jazz, cuja sonoridade era projectada contra as paredes daquele rochedo, produzindo efeitos acústicos inesquecíveis. Para além disso, a imagem arrebatadora produzida por aquele fjord outrora escavado pelos glaciares, levava-nos o pensamento para a eternidade. Obrigado mãe-natureza.
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