O arco da rua Augusta olha a
cidade de Lisboa lá de cima desde 1775. A sua construção iniciou-se após o
terramoto de 1755 mas a primeira versão parece não ter sido concluída e viria a
ser demolido 2 anos mais tarde em 1777 após o início do reinado de D.Maria I e
a demissão do Marquês de Pombal. A edificação do atual arco foi reiniciada no
ano de 1873,
de acordo com o projeto do arquiteto Veríssimo José da Costa. A
obra que hoje se conhece ficou concluída em 1875. A magnífica obra que enquadra
a Rua Augusta e que põe fim a esta, oferece, a quem passeia pela grande avenida
pedonal da baixa lisboeta, uma deslumbrante vista que se abre para o Tejo dando
continuidade e enquadramento àquela que é uma das mais bonitas zonas da 4ª mais
bela cidade do mundo. Para os que gostam de apreciar ao pormenor e que não se
importam de esticar o pescoço e olhar para cima, é
possível observar esculturas de Célestin Anatole Calmels, na zona superior e no
plano inferior, escultura de Vitor Bastos. As esculturas de Calmels representam
a Glória, coroando o Génio e o Valor. As esculturas de Vítor Bastos representam
Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama e o Marquês de Pombal. Na zona
lateral esquerda está o rio Tejo e na lateral direita o rio Douro que delimitam
a região onde viviam os Lusitanos. O texto inscrito no topo do arco remete-nos
à grandiosidade portuguesa aquando dos descobrimentos
e à
descoberta de novos povos e culturas. VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS
DOCVMENTO.PPD “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento.
Dedicado a expensas públicas. Após mais de 200 anos de triunfo e de exposição
ao tempo, aquele que é uma das notáveis obras históricas da cidade teve direito
a uma profunda restauração. Para tal foram investidos mais de um milhão de
euros e sete meses de trabalho para que o novo arco pudesse voltar a brilhar.
Como forma de homenagear o “novo” arco e a sua “devolução ” à cidade, foi pensado
um espetáculo multimédia que projeta no arco com uma explosão de luz e cor,
pedaços da história de Portugal. A técnica é por videomapping e o título “Arco Luz”. O resultado é uma apaixonante projeção em três dimensões com contornos milimétricos
na fachada do monumento. Nesta remodelação foi atribuído ao arco uma nova
função, a de miradouro. Assim, acabou o tempo em que apenas era possível ver o
arco e a cidade cá de baixo. Desta feita foi integrado um elevador que permite
por 2,5 € alcançar lá de cima magníficas
paisagens em 360º da cidade luz do sul da Europa. A
viagem no elevador, que tem uma capacidade máxima para uma dezena de pessoas, dá
acesso a um “amplo terraço” e veio devolver à cidade um miradouro único. Por
razões de segurança, seguindo directivas da Autoridade Nacional de Proteção
Civil, apenas vão poder estar no topo do arco cerca de 35 pessoas em
simultâneo. As obras de restauro e limpeza do arco transformaram uma obra carregada
pelo tempo, já em tons de preto, numa obra limpa e clara onde se conseguem ver
todos os seus fantásticos pormenores. A cidade de Lisboa já tem vários
miradouros de notável beleza, mas este permite uma relação muito próxima com a
Baixa. Pelas palavras de Vitor Costa a rua Augusta é como se fosse uma
tapeçaria. E parece que estamos no primeiro balcão de uma sala de espetáculos,
que é o Terreiro do Paço”. A instalação do elevador vai permitir subir ao salão
de abóbadas, que alberga a maquinaria do relógio do arco, e ao miradouro
existente no topo. O projecto - que no total implicou um investimento de cerca
de 950 mil euros -, inclui a instalação do equipamento, substituição de
caixilharias, recepção, bilheteira e exposição sobre a história do arco. O
elevador subirá até ao piso 5, sendo necessário, para aceder à sala do relógio,
subir um lance de escadas e, para aceder ao terraço, mais um lance de escadas. Segundo
o Presidente da Autarquia “é muito
difícil ter uma vista melhor do que esta”,
no topo do Arco da Rua Augusta, mas nem todos poderão fazê-lo, já que para
subir à sala do relógio e ao miradouro é preciso vencer dois lanços de escadas.
A entrada no monumento faz-se pela Rua Augusta, através de uma pequena porta
mesmo ao lado do arco que garante o acesso ao elevador que leva os visitantes
até ao segundo piso. Depois é preciso subir quase 30 degraus para alcançar o
salão de abóbadas que alberga a maquinaria do relógio do arco. Neste espaço foi
colocado um painel, contando a história do arco. Daí até ao miradouro, de onde
se avistam o Terreiro do Paço, com a recentemente restaurada estátua equestre
de D. José I, a Baixa Pombalina, a Sé, o Castelo de São Jorge e o Tejo, há que
subir mais de 40 degraus de uma escada estreita em caracol, parece ser
compensado pela vista ímpar que o Arco da Rua Augusta oferece sobre a cidade. E
para os mais atentos e que tiveram o privilégio de assistir ao espetáculo
multimédia oferecido à cidade e a todos quantos quiseram comparecer aqui ficam
algumas imagens recuperadas dos pedaços da história deste país de navegantes aventureiros.
A projecção mostrou o mapa das rotas dos descobrimentos, os “espíritos” das
estátuas a percorrerem o edifício e a dirigirem-se par ao céu, a luta dos
lusitanos, a água a encher os edifício para depois entre as ondas do mar
surgirem as caravelas.
Seguiu-se a justa e incontornável homenagem a Pedro
Álvares Cabral e a Vasco da Gama, o desmoronamento do edifício adjacente com o
terramoto e a projeção de importantes figuras da rica história de Portugal. Um
espectáculo diferente que permitiu reviver momento de glória e a identificação
de diversas etapas importantes do passado lusitano, poi sem passado não há
futuro e neste tempos de conturbação e permanente mudança, é fundamental e
salutar recorrer à coragem e aos ensinamentos do passado para reflectir sobre
os trilhos que haveremos de percorrer no futuro.
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