Wednesday, February 8, 2012

Troia Desing Hotel… finalmente

Tróia é seguramente a região do país que tem merecido mais post neste blog. Por circunstâncias várias que vão desde a infindável beleza paisagística, à proximidade de Lisboa até à profunda paixão que me une a este lugar, escrever e partilhar experiências sobre este lugar encantado, não me é nada penoso. A última estadia foi recente no tão cobiçado Tróia Designs Hotel. Apesar deste já existir à algum tempo, as deslocações e as estadias hoje têm que ser ponderadas, aproveitando as oportunidades que estes tempos de crise fizeram emergir. Foi desta forma, através da promoção pelos voucher do sapo que consegui uma tarifa simpática que incluía estadia e um jantar. O passeio a Setúbal é sempre um privilégio e, claro está, ao fim destes anos, já seleccionámos os locais a visitar quer do ponto de vista paisagístico quer gastronómico. Almoçar no restaurante Rei do Choco é uma tentação, pois lá e para quem é apreciador, come-se o melhor choco frito do mundo. Depois do magnífico almoço a deslocação a Tróia está ao alcance de pouco minutos de feery-boat. Desta vez, pensando na economia, deixámos o carro do lado de cá e tomámos o barco catamaran para passageiros que liga Setúbal à marina de Tróia em 15minutos. São barcos muito confortáveis, limpos e equipados com TV LCD onde os passageiros podem apreciar um vídeo sobre as características turísticas da região. Quem quiser descansar pode aproveitar os 15minutos de embalação para fechar os olhos e sonhar com o que o espera na outra margem. Esta é uma tentação difícil tal é a beleza que nos rodeia em todo o trajeto. A chegada a Tróia é sempre muito agradável pois sabemos no corpo e no espírito que nos esperam algumas horas de boa vida, luxo e beleza. O check-in é amável e muito personalizado. O lobby é atrativo e discreto onde predominam os tons escuros, preto e castanho, rasgados por uma imponente escultura de Joana Vasconcelos e que ela designa de sandália, desenhado à escala a partir do numero de calçado 38. Trata-se de um sapato de salto alto todo elaborado com panelas inox e respectivas tampas, dispostos e forma harmoniosa e geométrica e com uma perfeição, que representa na perfeição uma maquete de um elegante e sofisticado sapato. A ideia por detrás da obra é a reflexão àcerca da resposta da mulher ao tratamento desigual entre géneros, nas prátias quotidianas do mundo contemporâneo. O acesso aos alojamentos faz-se através de elevadores panorâmicos que nos deixam o rio Sado e a cidade de Setúbal, lá em baixo. A sensação é de que estamos, porque realmente estamos, suspensos no ar, envolvidos por tanta beleza. O estúdio que nos estava destinado tinha uma área generosa e uma paisagem arrebatadora. O silêncio era de ouro, o sol brilhava no céu azul e o mar de Tróia recebia-nos com a sua superfície de prata que o sol fazia questão de abrilhantar. A varanda era enorme e permitiu passar a tarde ao sol a ler um jornal de forma descontraída e sem pensar em nada. Há melhores momentos que estes? O final do dia fazia antever um pôr-do-sol com uma luminosidade única. Era hora de recolher e sentir o toque suave dos roupões e apreciar sem pressas alguns programas na televisão. Chamou-nos à atenção o Travel Chanell que desvendava pequenos paraísos por esse mundo fora. A proposta era o Post Ranch in Hotel, no sul da Califórnia (http://www.postranchinn.com/). Tratava-se de um resort construído no alto de uma falésia que permitia vistas de 180º sobre o oceano pacífico. Simplesmente deslumbrante! Cada suite era única, construída com design próprio, madeiras exóticas e peças de decoração trazidas de outras partes do mundo e com histórias para contar. A relação com o meio ambiente era num conceito totalmente eco, com aproveitamento energético. O conceito era a espiritualidade, portanto para quem procure confusão ou uma simples televisão, terá de procurar outro local. Uma das suites estava equipada com um jacuzzi na varanda onde se pode relaxar com vista privilegiada sobre o pacífico. Outro hotel que nos encheu a alma foi o Ritz Carlton em Half moon Bay (http://www.ritzcarlton.com/). Trata-se de um magnífico edifício construído sobre a praia de half moon bay também na costa da Califórnia, rodeado por 2 campos de golf de 18 buracos, com instalações irrepreensíveis cheias de intimidade, conforto e exclusividade, ou não se estivesse a falar de uma das cadeias de hotéis mais sofisticadas do mundo. Após um reconfortante banho esperava-nos um jantar no restaurante B&G. Apesar de simples o menu era delicado e cheio de aromas. Iniciámos a refeição com uma entrada de moscatel de Setúbal de José Maria da Fonseca, servido fresco. A sopa era um consome de legumes onde sobressaiam os aromas e o gosto de abóbora. Os pratos principais eram compostos naquele menu por arroz de choco e peito de peru. Pedimos um de cada para saborear as duas opções. Um dos propósitos da estadia era assistir ao concerto do José Cid, sim, do José Cid. Se a idade tem algo de bom é este sentimento de poder reviver canções e memória que fizeram parte das nossas vidas. A entrada para o centro de espetáculos faz-se pela entrada principal do casino que é magnífico, todo open space com um palco central supradesnivelado onde um duo enche a sala com músicas também elas de outros tempos a lembrar os tempos áureos de Frank Sinatra. O José Cid, agora com 69 anos consegue encher a alma e a vozes de gentes de todas as idades. Já o havíamos acompanhado nos concerto do Campo Pequeno e na primeira parte do concerto do Julio Iglésias. Mantém-se semrpe igual a elel mesmo. Ele mesmo referiu que o que iria cantar em Tróia era o seu reportório normal, que as pessoas estavam à espera de ouvir e duas canções do seu novo álbum, “Coisas do amor e do mar”. Seria uma noite intimista, por isso cantaria a solo com piano. “Vou cantar as canções de toda a vida. A Cabana junto à praia, cai neve em Nova Iorque, e ser for preciso canto um fado, é essencialmente uma noite de grande improviso”, palavras do próprio. E foi um concerto à boa maneira do Cid com mais de duas horas de duração sem intervalo onde todos cantaram e ele encantou-se com aquilo que todos cantaram. O pequeno-almoço rico e variado foi no restaurante salinas. Após esta magnífica refeição sobre a qual a revista Time out escreveu: “(...) talvez o melhor pequeno-almoço do mundo! Até porque no pequeno-almoço do Tróia Design Hotel há tanta variedade entre doce, salgados, quentes e frios que uma pessoa consegue fazer as três refeições do dia numa só” era imperioso, apesar da brisa matinal que se fazia sentir, dar um passeio sobre os caminhos de madeira construídos sobre toda a zona que envolve o hotel e os acesos às praias. O dia amanheceu gelado mas com um sol magnífico. A hora da despedida aproximava-se e com ela o regresso ao nosso catamaran, ainda com tempo para as últimas fotos e para olhar aquela paisagem que nunca cansa. Em Tróia para além da natureza este é o lugar perfeito para viver, sentir e respirar.