Sunday, February 24, 2008

O ocidente e o oriente casados e felizes. Cascatas, piscinas, cúpulas, ladrilhos, tons, cores e sabores: Hilton Vilamoura Cascatas Resort Golf & Spa

A chegada ao hotel Hilton em Vilamoura é triunfante. Do exterior, as cúpulas fazem lembrar as ousadias da arquitectura árabe e deixam antever uma grandiosidadeque logo ao entrar nos deixa cheios de orgulho pela espectacular obra e requinte arquitectónico que é o lobby do hotel. Tem um pé alto de vários metros de altura, encimado por uma cúpula de vidro descentrada, (da qual pende uma obra de arte constituida por um conjunto de longos fios que seguram pequenas flores em tons de branco e azul) e ladeado por pequenas janelas rectangulares. A pendente da cúpula transforma-se à noite num grandioso candeeiro que deixa correr a luz ao longo dos fios e recebe-a nas suas pontas. O mobiliário é simples mas coerente.

Num lobby gigantesco as peças fazem lembrar um puzzle, pois estão organizadas em núcloes separados a distâncias consideráveis que deixam os clientes em perfeita reserva como se estivessem na sua própria sala, e afinal estamos na entrada de um hotel. A recepção é deliciosa. Somos recebidos com um “bem vindo ao Hilton” e um cocktail de boas vindas. O carro é arrumado no parque e as bagagens são mais tarde entregues no quarto. O quarto é muito confortável. Óptimos colchões, excelentes almofadas. A decoração é simples mas harmoniosa. Os pequenos detalhes são o mini-bar com leitor de código de barras que debita o produto sempre que é retirado da sua posição original. As casas de banho em vidro são reservadas com um cortinado que por sinal, não gostámos particularmente. Qualquer sistema de estores fica sempre mais elegante. Outra curiosidade que me deixou fascinado foi uma faixa de azulejos atrás do lavatório, composta por uma mistura de cores e padrões que mais fazem lembrar restos de vários lotes que se foram terminando ali naquelas paredes. A cabine de duche separada é já habitual nos resorts mais recentes. Da varanda do quarto tem-se uma panorâmica completa dos jardins, das cascatas, das piscinas. Estas são de água tépida pelo que tomar banho em pleno inverno não é muito penoso. Encontramos piscina de adultos de crianças, de adolescentes e uma piscina romântica, que em plena invernia permite nadar e ser massajado por um gigante jacuzzi. O conceito de piscina interior a 28 graus é interessante mas pouco confortável, pois é coberta apenas parcialmente com meias paredes de vidro, sendo depois desprovida das restantes paredes. O ginásio é completo, elegante e funcional, senti-me “em casa” como se já conhecesse todo aquele espaço e todos os equipamentos.
O pequeno almoço é principesco. Somos recebidos à entrada da sala por uma simpática funcionária que nos acarinha com um sorriso que, apesar da obrigação profissional, é sincero e bonito. Explica-nos o funcionamento do serviço, escolhe-nos uma mesa e convida-nos a disfrutar de um verdadeiro banquete. É irrepreensível a organização do serviço. O buffet é mesmo de 5 estrelas. Não falta nada, senti apenas a falta do champagne. Recomendo que provem o sumo de maracujá e a calda de banana, iguarias desta unidade que não encontrei em nenhuma outra. A sala é totalmente coberta por ladrilhos azul-turquesa que, quando tocados pelo sol, brilham, emitindo espectros de tons suaves daquelas cores. Ficaram por explorar algumas zonas nobres do hotel, nomeadamente o Seven SPA, que prometia ser uma verdadeira aventura para os sentidos, mas, quando se viaja com crianças, outras prioridades se levantam. Senti ainda a falta uma sala de estar, com televisão ou sem ela, onde se pudesse estar para além do bar. Não entendi esta lacuna, pois não parecia ser por falta de espaço, mas este parece ser um conceito que está a desaparecer nas novas unidades. A impressão com que fico é de que este novo espírito da arquitéctura,está a alcancar o limiar da perfeição e que, para que haja harmonia, tem que existir um casamento perfeito entre o arquitecto, o designer e o decorador. Quer o conceito seja minimalista ou elegantemente neo-clássico, a fórmula parece estar na mistura de conceitos entre o ocidental e o oriental, entre o clássico e o moderno, entre o calor confortável dos tecidos e padrões de outrora ou os cabedais e as texturas mais modernas. As riscas misturam-se com as cores, sem que para isso tenha que haver conjugação de géneros. Tudo fica perfeito quando pensado para um determinado local. Encontrei no lobby do hotel, candeeiros como não conhecia em nenhum outro local. Imaginem suportes de pé alto com abajours prateados e dentro destes, candeeiros reflectindo rostos de bebés. Uma verdadeira obra artística, de grande bom gosto. Uma outra zona de nobre elegância, são os elevadores panorâmicos que percorrem todos os pisos do resort dando uma arrasadora panorâmica dos jardins.

Tuesday, February 5, 2008

Requinte e luxo à italiana, aqui tão perto… em Cascais (Grande Real Villa Itália Hotel & Spa)

E o prometido é devido! Cumpriu-se, no último Dezembro, mais um aniversário da minha querida mulher. Como este ano não foi oportuno a saída surpresa na própria data, decidimos adiar, e no último fim de semana de Janeiro, lá fomos nós rumo ao desconhecido. Desconhecido, o hotel, apenas por dentro, pois por fora já nos era muito familiar, conheciamo-lo desde que era ruinas da mansão do Rei Humberto II, também conhedico por “Rei de Maio”, assim chamado por ter reinado apenas naquele mês. Após a instauração da Republica em Itália, em Junho de 1946, o Rei e a sua familia exilam-se em Portugal, onde viveu 36 anos. Portugal era um país neutral durante a II Guerra Mundial e, pelo facto, foi escolhido por muitos exilados devido à sua situação de paz e à sua localização estratégica. O local mais procurado era a Costa do Estoril, também conhecida como a Riviera Portuguesa. Humberto II, sobrinho da Rainha Maria Pia de Saboia, Rainha D. Maria Pia de Portugal, chegou a Portugal em 1946. Ficou primeiro numa casa da Marquesa Olga do Cadaval em Colares para depois viver na casa do Conde de Montreal em Cascais. Depois conheceu a familia Pinto Basto que desponibilizou a sua residência de Cascais- actual Villa D’este- para que o Rei e a sua família se instalassem. Mais tarde e financiada por um grupo de monárquicos, veio a surgir neste terreno a “Villa Italia”, residência definitiva do Rei Humberto II e onde hoje está instalado o hotel Grande Real Villa Itália. As obras de reconstrução foram acompanhadas por nós em cada fim de semana que passeávamos por aqueles lados. A cada semana os restauros faziam antevêr que dali iria saír um edifício de grande riqueza e educação arquitectónica; claro que na altura era impossível prevêr os recantos e os detalhes do seu interior. Para isso, era necessário entrar, pisar, sentir, tocar. Foi este o presente que nos oferecemos pelo 42º aniversário da minha Maria. O quarto era decorado com materiais simples mas de bom gosto. As paredes, pintada de azul -cinzento, traziam à lembrança o mar que se espelhava na frente da janela. Por aqui e por ali encontravam-se espelhos (do tecto ao chão) simples, sem molduras, dando projecção e continuidade ao espaço do quarto já de si muito generoso. Alcatifa no chão, imaculadamente limpa e mobiliário branco tamponado por mármores de tons castanhos e dourados. Cortinas electrícas e luz de presença, bem como luzes indicadoras de disponibilidade de quarto, no exterior deste (qual semáforo luminoso que substitui os indicadores em papel que tradicionalmente penduramos no puxador exterior da porta para que não nos incomodem ou, por outro lado, dando a indicação de que o quarto se encontra livre para arrumação), completavam as novidades deste belíssimo local de alojamento. Almofadas fantástica! Voltaram os cetins nas bandas da cama e a enquadrar superiomente as cortinas. O mini-bar merece aqui um tratamento especial pois o seu conteúdo era exclusiva e totalmente gourmet. É o primeiro hotel onde encontro tal novidade. Para quem se quizer deliciar pode dar-se ao prazer de saborear pinhões com chocolate e limão (Zotter Balleros), chocolate de maracujá ou com sabor a vinho da madeira, bolachas de cerveja (loja Haro &Santos, na Rua da Industria Muscifal-Sintra), entre outros produtos, nomeadamente licores feito em Portugal (de figo, de bolota, de canela). O quatro de banho foi desenhado e pensado para 3 áreas distintas: cabine de duche, zona de banheira e lavatórios e sanita e bidé separados por uma porta de vidro fosco até meia altura. Tudo forrado com mármore lindíssimo em tons de castanho-dourado. O lobby do hotel é esmagador. Aqui sentimo-nos todos um pouco monarcas. O mobiliário tem um design clássico e nos tecidos predominam as cores escuras e douradas num misto inteligentemente pensado para dar conforto e classe. Por cada canto encontram-se quadros em pastel emoldurados em “talha dourada”, alguns ladeados por colunas marmoradas.
O SPA (salute per aqua) faz lembrar uma gruta egipcia. Para entrar, descem-se umas escadas suavemente declinadas e ladeadas por reachos de água que produzem som ao descerem cada degrau. Soberba a experiência. Lá em baixo e depois de nos trocarmos em balneários luxuosos, encontramos uma piscina de talassoterapia harmoniosamente desenhada com um espelho de água que reflecte a cor dourada dos seus ladrilhos. Depois de encher a alma com estes pequenos quadros idealizados e projectados pelo homem, aguardamos pelos nossos terapêutas num sofá em forma de meia lua onde até nos podemos deitar. Aí, sentimos ainda mais o conforto dos fabulosos roupões que nos envolvem, bebemos uma limonada e, finalmente, entregamo-nos aos prazeres divinos dos tratamentos. Entre circuitos de Talasso, Duche Vichy ou massagem localizada ou Craneo-facial, é só escolher, relaxar, entregarmo-nos e sentir os momentos de beleza que a vida nos oferece.
Dormir neste hotel, é sentir o toque suave e leve do edredon, o cheiro e o conforto das almofadas, é deixar o corpo adaptar-se a maciêz do colchão onde está devidamente entreposto um sobre-colchão. Acordar aqui é sentir que o mundo lá fora parou por umas horas. Aliás, durante a estadia dentro do hotel conseguimos mesmo esquecer a rotina, a casa, o emprego, as chatices, tudo. O pequeno almoço é muito requintado. O salão é grandioso e o mobiliário de cores claras contrasta com as cores pretas dos moveis de apoio e os castanhos de algumas zonas dos tectos e com o espelhos estrategicamente colocados em cada uma das paredes laterais da sala dando a falsa ilusão que ela triplica de tamanho. Em termos de iguarias passo a destacar o shot de arroz doce (sim, de arroz doce) e o shot de doce de abóbora com requeijão. Para brindar a mais este pequeno momento delicioso das nossas vidas, 2 fluttes de Petalo: Al Vino del Amore, um moscato engarrafado na Adega Algarvia em Almancil, de sabor adocicado e com um suave fundo de boca. E viva el amore.