Monday, November 27, 2006

Viagem a Munich (Octoberfest/festa da cerveja)

Pois é, e para comemorar a data do nosso aniversário de casamento, lá fomos nós até Munich, beber umas canecas à Octoberfest (festa da cerveja na linguagem de Camões). Podem pensar que não foi um programa romântico, mas quando nos sentimos bem com quem escolhemos para passar a vida, toda e qualquer viajem ou ambiente todo e qualquer dia ou data, sabe bem em qualquer parte do mundo.
A festa é gira, mas digo-vos que não foi de encher as medidas, pois trata-se de um recinto gigantesco, com muito alegria e animação e também o maior local onde vimos a maior quantidade de bêbados por metro quadrado, bem como toneladas de vómitado.
Não deixa de ser engraçado, mas a viagem valeu pela cidade de Munich, que é fantástica bem como por todos os pitéus que provámos com os genuinos sabores da Baviera (aquela tarte de queijo é únca no mundo). Claro que só fomos uma noite jantar ao recinto da festa, pois as outras noites deleitá-mo-nos com a aventura de ir descobrir as belas cervejarias da Baviera com os seus belíssimos menús.
Os alemães são organizados e civilizados (pelo menos no que toca às regras sociais). A cidade é bonita, é servida por uma linha de metro muito eficiente (o U-bahn e o S-bahn, para viagens periféricas e mais centrais, respectivamente). Em 2 dias é difícil vêr tudo, mas com planos de passeios bem organizados e uma boa preparação física, consegue-se uma boa perpectiva da cidade. Vale a pena vêr a cidade olímpica (onde se respira tranquilidade e organização). O Oceanário tem uma publicidade apelativa, que deixa o turista cheio de vontade de visitá-lo, mas digo-vos que não vale a pena. Se puderem desloquem-se aos arredores para contemplar alguns dos mais belos castelos da Baviera.
0 Inglich Garten (Jardim do Inglês) é outro espaço verde que vale a pena visitar ou mesmo passar uma tarde. É o maior parque verde da Europa. Tem restaurantes, lagos (com patos e cisnes), trilhos para bicicletas, pistas para correr e até se fica de corpinho ao leu quando o tempo o permite.
Munich deixa-nos logo encantados pelo explendor do seu aeroporto (a cerca de 30 Km da cidade, mas com metro com linha directa até ao centro da cidade). Logo no aoeroporto compra-se o Munchen Welcome Card, que custa cerca de 70 euros mas que vale a pena, pois permite circular em todos os transportes da cidade durante 3 dias e é para 2 pessoas.

Quer o aoeroporto, quer em muitas das estações de metro por onde andei, estão munidas de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) para que o cidadão comum, possa contribuir na abordagem de alguém que fique inconsciente e deixe de ter uma ventilação eficáz. Naturalmente que estes aspectos civilizacionais requerem métodos de intervenção e aprendizagem simples ao alcande da maioria.

Natureza no seu estado perfeito (Pulpit Rock-Stavanger-Noruega)

Já se imaginaram ao norte do mundo, onde a água é dona e senhora da mãe Natureza, onde tudo parece perfeito aos olhos de quem pisa terras do norte do hemisférios pela primeira vez? Esse lugar é aqui! Isto é, é lá, em plena montanha para lá do mundo civilizado. Isto é a Noruega no seu estado puro e belo, como só a experiência do olhar pode atestar e gravar na nossa memória, (para sempre) o cheiro, a cor e a impressão de que alcançámos o paraíso. Este pedaço de rocha é o Pulpit Rock-Stavanger-Noruega.

A minha viagem à Noruega foi rodeada de grande expectativa, pois queria participar na Oitava Conferência Internacional do Conselho Europeu de Ressucitação, que se realizou de 09 a 14 de Maio deste ano. Como era uma viagem de índole científico e de avultadas despezas tentei a todo o custo encontrar apoios e patrocínios para que o meu sonho se concretizasse. Lá fui conseguindo! Mas depois surgiu outro contratempo: não conseguia alojamento num raio de 50 Km do local da conferência, até que, uma grande amiga me referenciou para a TopAtlântic
o que, com toda a qualidade e competência me encontrou um Hotel a 15 km do centro de Stavanger. Voltei a respirar de alívio. Era a minha primeira vez ao norte mais a norte deste hemisfério. Após longas horas de voos lá cheguei a Stavanger, cerca de meia-noite. Apanhei um taxi e lá cheguei ao meu hotel. Fui recebido com uma extraordinária simpatia. Foi-me feita uma introdução ao hotel, modo de funcionamento, cartões e códigos de acesso. Tudo era informatizado! Quando entrei no quarto nem queria acreditar. O Hotel tinha o nome de site www.Smarthotel.no e o quarto não fugia à regra, era verdadeiramente smart. Aquela dimensão de quarto em qualquer hotel português faria despoletar a maior decepção e, nos mais nervosos, daria mesmo para pedir o livro de reclamações. Mas digo-vos, estava lá tudo: cama, TV com internet, cabides para a roupa, secretária e um WC geometricamente desenhado. O dia já ia longo e a cama prometia uma boa noite de sono. Quando senti sobre mim aquele edredon e a suavidade da almofada, achei que tinha entrado numa nuvem. É indescritível!

O dia que se seguia era prometedor pois , para conseguir uma melhor tarifa aérea fui um dia mais cedo o que me permitiu apanhar um ferry boat (transporte comum por aquelas paragens) e começar a explorar aquele pedacinho de terra esculpida pelas águas. Soberbo! Paisagens de sonho, natureza, céu e luz. Durante 3,5 horas naveguei por um dos muito fjords apreciando as paisagens aqui e ali recortadas por montanhas e polvilhadas por pequenas ilhas, a maioria habitadas, com gentes que saíam e entravam do ferry.
Depois seguiram-se os dias da conferência, o encontro com os amigos e conhecidos que foram chegando. Com excepção da alimentação (só salmão, saladinha e pão integral), tudo correu muito bem. As sessões científicas foram espectaculares. Aquela gente produz ciência no intervalo das conferências, isto é, reuniam-se numa abadia lindíssima a reflectir e a produzir conhecimento para apresentar no da seguinte. Nunca vi nada assim! No último dia estava previsto um passeio final ao Pulpit Rock. Tratava-se de uma excursão organizada por uma das empresas patrocinadoras do evento.
E lá fomos nós (para cima de 400) montanha acima durante cerca de 2 horas, com mochila às costas para, bem lá no alto, apreciar a mais bela paisagem que os meus olhos já viram a norte deste mundo, um precipício que se erguia das águas profundas do fjord e que descia verticalmente mesmo em baixo dos nosso pés, numa pendente com 600 metros de altura. O percurso foi difícil para muitos, pois o piso era mutio irregular e com inclinações acentudas (mas sempre acompanhado por técnicos da empresa organizadora que iam munidos, entre outra coisas, de desfibrilhadores automáticos externo para alguma eventualidade). Mas valeu a pena, pois para além da baixa temperatura que teimava em fazer-nos tremer de frio, a chegada lá acima foi abençoada com substâncias nutritivas e por um artista a solo que tocava Jazz, cuja sonoridade era projectada contra as paredes daquele rochedo, produzindo efeitos acústicos inesquecíveis. Para além disso, a imagem arrebatadora produzida por aquele fjord outrora escavado pelos glaciares, levava-nos o pensamento para a eternidade. Obrigado mãe-natureza.