Monday, April 4, 2016

Douro do meu coração (parte I)

Faz tempo que não percorria a autoestrada do norte, aquela que une Lisboa ao Porto. Porque a vida 
se transforma, porque os horários como elementos que seccionam o tempo são mutáveis e para nosso conforto e orientação, ajustado ao nosso quotidiano. O tempo como elemento abstrato daquilo que nos guia pela vida fora torna-nos peões e ao mesmo tempo jogadores do jogo que não pedimos para jogar mas do qual não nos podemos manter alheados, pois é ele com ele que justificamos a passagem dos anos ou as horas consumidas nas nossas atividades. O tempo é a vida que vivemos, tentando viver as frações desse grande relógio universal que começou a sua contagem desde a origem de todas as coisas. A importância que queremos atribuir a determinados momentos, é motivo para elaborarmos 
estratégias que compensem as nossas vidas com valor acrescentado e complementam o grande arquivo da nossa memória com pequenos detalhes que sentidos através do corpo vão preencher-nos a alma. Voltando aos caminhos percorridos há anos, chegamos a Pombal para estabelecer a primeira paragem e aproveitar a presença e a disponibilidade do nosso filho André para renovar o cartão do cidadão. Esta tarefa em Lisboa é possível mas difícil e morosa. O rapaz cresceu 45 cm desde o seu último elemento de identificação há cerca de 5 anos. Há mais de 20 anos atrás Pombal marcou-nos de forma muito agradável. Por esta altura eu como formador de primeiros socorros da Cruz Vermelha Portuguesa tinha trabalho e deslocações pelos vários corpos de bombeiros do país. Numa conversa com um dos 
formandos dos bombeiros de Pombal tivemos a orientação de uma tipografia em Albergaria dos 12 para aí pedirmos a impressão do nosso convite de casamento já elaborado na nossa cabeça. Era sóbrio, diferente de tudo o que era habitual na época, um só cartão retangular sem dobras, o texto essencial numa cor cinza suave. Foi também em Pombal, já na saída da cidade para o Louriçal a caminho da F. Foz que comprámos a nossa primeiro mobília de quarto. Aquela tasquinha à beira da estrada nacional, na saída para Lisboa, ainda hoje nos deixa saudade pela sopa caseira que servia numa sala típica com toalhas de mesa aos quadrados, bancos de madeira e telhado de canas, e aquele entrecosto…Era aí que pretendíamos almoçar de novo mas a hora do almoço ainda vinha longe e optamos por avançar 
mais um pouco para satisfazer outra velha saudade. Um pouco mais à frente, logo à saída de Coimbra, aquela que me acolheu no final da década de 80, existe o que classificamos como o melhor leitão do mundo. O restaurante Rui dos Leitões é o que escolhemos sempre que passamos nesta zona a caminho seja do centro ou do norte. A iguaria é deliciosa, estaladiça e para que nos chegue assim ao prato necessita passar pelas mãos de quem o sabe, temperar e conheça a arte de o assar com a temperatura e o tempo adequado. Fizemos o resto do caminho até Castelo de Paiva pela estrada Nacional para podermos ir apreciando o país genuíno. Paga-se o preço da chegada tardia com o tempo que passamos atrás de 
camiões e de condutores que percorrem os trajetos a velocidades lentas de mais e que estão na antítese dos extremistas das velocidades que provocam acidentes com grandes índices de destruição. Tudo parecia igual aos tempos antigos mas sabemos que o mundo muda a cada segundo que passa. As gentes já não são as mesmas, as casas de outrora estão agora mais velhas, algumas com aspeto de abandono mas nem por isso foram recuperadas e demolidas, vivendo paredes meias com as novas construções. Mesmo orientados com guia por satélite, perdemo-nos várias vezes, pois devemos ter estabelecido mal as definições do GPS, entrando em aldeias perdidas seguido as linhas de estrada mostradas no ecran, que nos teimava em levar pelo caminho mais curto ou talvez pelo mais rápido. 
Na verdade as coisas correram mal e as voltas programadas foram tempo perdido até mentalmente voltarmos a orientar-nos pelas indicações que havíamos planeado previamente no Google Maps. A pouco quilómetros de Castelo de Paiva, logo a seguir a Pedorido, já na freguesia de Raiva, esperava-nos um encanto no Douro. O Eurostar Rio Douro Hotel & SPA.  Esta era uma unidade que já queríamos visitar há algum tempo mas que a gestão e a repartição das fatias do tempo nos tinha impedido de concretizar. Estudamo-lo afincadamente nas pesquisas online. Estrutura e estilo, localização e serviços, comentários e opiniões. Era tudo atrativo e prometedor e não nos desiludimos. O momento da chegada é sempre um marco pois é nele que se elabora a primeira impressão e se 
constitui uma estrutura elaborada no nosso pensamento que depois vai ser trabalhada e processada para ser guardada no nosso banco de memórias. É quase o mesmo mecanismo que utilizamos quando conhecemos alguém pela primeira vez e constituímos o nosso juízo de valor sobre as pessoas apenas por olhar para elas, muitas vezes sem termos ouvido ainda a primeira palavra. Neste caso os hotéis não falam mas dizem-nos muito pela forma como foi elaborado o projeto de construção, pela harmonia com que foram escolhidos e estabelecidos os seus elementos de construção. Aqui os xistos dispostos e sobrepostos de forma alinhada transmitem-nos ordem, inteligência e bom gosto. O Rio Douro aos 
pés do hotel é um cartão-de-visita único que não vamos esquecer. Neste momento que escrevo, estou no nosso quarto, no 4º andar a olhar pela parede de vidro o rio Douro, as margens verdes o céu azul polvilhado com farrapos de nuvens, como se estivesse a flutuar sobre estas águas deste rio de ouro que já se oferece ao mundo com o seu galardão de património da humanidade. As atrações do hotel são tantas que é difícil entrar na receção para fazer o check-in. Há tantos ângulos para fotografar, tantos pormenores que não queremos perder mas temos que entrar. A calorosa receção é outro momento de grande atração pois somos recebidos com um grande bem-vindos e convidados a estar de corpo e alma. A primeira tarde foi passada a percorrer os espaços do edifício por fora e por dentro até onde 

as atrações nos conseguiram levar. Descobrir e documentar é uma tarefa pela qual tenho uma enorme paixão e que não me cansa nunca. Apetecia-me passar os meus próximos anos a trabalhar desta forma, visitar, conhecer, documentar e partilhar. Não sou jornalista, arquiteto ou designer mas tenho uma enorme paixão pela descrição de projetos de viagens. Este blog é um pouco a prova disso. É o livro que não escrevi, é a minha forma de ver e de sentir o que tenho a oportunidade de conhecer. Sabe-me tão bem voltar a alguns dos post mais antigo e tornar a revê-los sentindo a satisfação de já ter estado naquele lugares. Consigo lembrar-me das pessoas com quem falei dos pormenores ou das 
histórias que me contaram. O Rio Douro Hotel & SPA foi construído numa zona do rio Douro, mais precisamente ao quilómetro 41, contado a partir da foz, numa zona chamada de Quinta das Fontainhas. Pelos elementos que consegui recolher foi propriedade de uma sociedade financeira com ligação à banca e que após a dissolução da mesma foi vendido, em novembro do ano passado, à Sunnyplace VII, de capitais portugueses. Tem 42 quartos e o projeto tem a assinatura do arquiteto João Pedro Serôdio. O projeto respeita as quotas do relevo tendo sido projetado em socalcos com discretos desnivelamentos 
espraiando-se pela encosta até praticamente às margens do rio. O revestimento exterior é praticamente todo em xisto conferindo ao conjunto uma cor que permite um magnífico enquadramento na paisagem toda ela em tons de verde e castanho. A forma geométrica dos edifícios conjuga-se de uma forma fluida graças à disposição da pedra ornamental. Pequenos recantos e recortes criados por escadas ou pequenos muros ou patamares, conseguem criar zonas de separação e acessos que nos enriquecem com ângulos de visão espantosos, do rio e das encostas, das janelas que permitem emoldurar as emoções que despertam quando um navegador solitário aparece a agitar a água calma 
deste caudal sereno ou um navio de cruzeiro recorta a massa de água, fazendo-nos lembrar que desta forma podemos descobrir outros segredos deste rio de ouro. A unidade é distribuída por 4 pisos encontrando-se no piso térreo o lobby, o bar e as salas com espaços comuns. Os elementos decorativos marcam a sua presença quer pela originalidade do design que pela variação cromática discreta entre os tons castanhos, beije e azul. As zonas de acesso aos diversos espaços interiores constituem-se por corredores amplos, discretamente angulados, de cores claras e totalmente minimalistas. Achei curiosa a coragem de manter estes espaços que percorremos a pé para encontra o elevador, o acesso ao spa ou uma sala de exposição ou de conferências, desprovidas de qualquer elemento decorativo. Mas percebi que eles não fazem ali falta pois aquilo que parecia ser um percurso monótono tingido pela cor branca das pareces e o cinza do soalho é enriquecido pelos ângulos de viragem que nos obrigam a despertar 
para a curiosidade de perceber o que está para lá do local onde nos encontramos. Os elevadores panorâmicos são apenas “caixas de vidro” que têm lá tudo o que necessitamos para tornar o acesso rico e poderoso. Em todo o seu percurso o rio saúda-nos numa continuação de boas vindas, iniciado logo na receção. O hotel não tendo muitos quartos tem uma área enorme permitindo, pelas paredes de vidro, o contacto permanente com o exterior. Em cada piso a fluidez dos enorme corredores de acesso apenas é interrompida por elementos decorativos solitários constituídos por 2 cadeirões e um candeeiro que convidam a sentar e apreciar de forma contemplativa o percurso calmo que o rio faz e nos oferece como convite para arrumarmos os nossos pensamentos ou projetar neles as nossas ideias. Servem ainda para deixar a nossa mente em estado de hibernação e simplesmente olhar, absorver e não pensar. Apesar de estarmos numa região de grande beleza, de gentes simples e genuínas, de gastronomia inigualável, este hotel convida a estar dentro dele, para podermos aproveitar a preservação da nossa tranquilidade 
através do conforto do seu interior, do silêncio do seu envolvimento e da beleza apaixonante da paisagem que nos oferece. Como viemos de longe fomos tentados a sair para visitar um pouco dos arredores. Na freguesia da Pedorido encontramos a tasca a Ramadinha que nos serviu um presunto da região cortado em pedaços grossos ao contrário do que estamos habituados a degustar em finas fatias. A broa da região é densa, húmida e saborosa, diferente de todas as outras que as diversas regiões fabricam e tão bem apresentam aos clientes. A quantidade daquilo que se come nesta região do país é também um marco 
digno de referência pois para as gentes de outras terras as quantidades são em abundância o que obriga a redimensionar os pedidos após a apetitosa seleção da carta de degustação emanada diretamente da boca do simpático e prestável funcionário. O carinho que dedicam aos clientes complementa os sabores dos pitéus que se provam com especial atenção. Disse-nos o responsável pelo espaço que já lá vão 16 anos de intensa labuta mas que tem valido a pena. Os primeiros anos foram de dedicação absoluta, sem férias nem folgas até que o corpo deu sinais de esgotamento. O sotaque imposto na voz deste jovem 
proprietário do norte encantou-nos com a sonoridade das suas palavras e com a utilização de vocabulários que são pouco habituais no local de onde viemos. Para justificar a saturação da sua esposa num dos momentos de maior aflição, desabafou connosco referindo-se ao dia em que esta deixou queimar o estrugido quando, em vez de adormecer os filhos caiu ela num sono profundo. Tal como nós habitantes das grandes cidades, a dedicação ao trabalho e a falta de tempo para acompanhar os filhos também se sente por estes lugares onde parece que a vida passa devagar. Preenchidos com o que de melhor aquele local 
tinha para oferecer esperava-nos um sono reparador num quarto com vista suspensa sobre o Douro. A primeira refeição do dia é servida na sala do hotel toda ela entregue às nobres águas do rio Douro que se oferece como cenário que nos atravessa com a sua magnitude e poder. O dia amanheceu esplendoroso com um sol de fazer inveja ao sul do país. O caminho que percorremos levou-nos até Castelo de Paiva. Visitamos a igreja situada num dos topos da praça principal. Eram poderosas as imagens de Jesus Cristo que faziam parte da arte sacra deste lugar de oração. A cruz, as chagas, o seu rosto de sofrimento e a forma com jaz no túmulo  eram de um realismo que nos transporta para a uma esfera 
de reflexão profunda interrogando-nos mais uma vez sobre quem foi aquele Homem, que pessoa existiria dentro dele para se entregar e si e à sua vida em nome de um povo em que simplesmente acreditava. Ao fundo das escadas da igreja visitamos uma garrafeira para tentar entender um pouco dos vinhos da região. Trocamos algumas ideias com a proprietária que nos explicou que aquela região era fértil em vinhos verdes, brancos, rosés ou tintos mas que também havia produção de vinhos maduros. Optamos por um verde Rosé e por um champanhe que não sendo da região havia sido premiado no ano de 2014. Castelo de Paiva é uma localidade genuína de gentes simples e puras com quem é um prazer partilhar momentos de convívio. A modernidade convive paredes meias com os costumes 
tradicionais. Com facilidade se veem quintais com pedaços de terra de cultivo e roupas penduradas ao vento, mesmo junto à praça central da cidade. Nas nossas deambulações procuramos a freguesia do Castelo para de lá espreitar a ilha dos amores. Um pedaço de terra isolada das margens do rio que imprime na paisagem um toque de beleza digna de uma tela natural. Os ângulos para fotografar mudam de acordo com a proximidade ou a altitude a que se está. Junto à ilha existe uma pequena praia fluvial com algum equipamento de apoio. Depois de nos encantarmos com tanta beleza descemos en direção a Entre-os-Rios para observar de perto e, em pensamento, homenagear as vítimas da tragédia 
que ocorreu em 2001 com a queda da ponte. O memorial construído é muito bonito com um anjo dourado que se ergue por metros de altura para proteger as almas daqueles que perderam as suas vidas na queda da ponte. Cada palavra, cada fotografia ou vela que se encontram por debaixo da escultura do anjo, traduzem de alguma forma a dor e a saudade dos que ainda vivos, choram aqueles que o rio engoliu. Almoçamos no restaurante Miradouro junto ao cais. Ao contrário do que eu imaginei a parede que permitiria observar o rio não tinha uma única janela o que fazia do local de miragem, uma desilusão. A única sala que permitia observar o rio, estava no andar de cima mas encontrava-se encerrada. À parte destas observações as iguarias que escolhemos para degustar estavam deliciosas. Não vamos esquecer facilmente o sabor aveludado e intenso daquele pudim de laranja. A vida é feita de pequenos momentos e existem alguns sabores que marcam esses momentos. Deixando o Douro afastar-se dos 
olhos mas bem guardado no coração, rumamos a Arouca. A estrada que liga Castelo de Paiva a Arouca é complexa e difícil de percorrer pois tem 30 km de curvas com ângulo apertado e margens que se continuam por ravinas ou intensos eucaliptais. A ideia era visitar os passadiços do Paiva, obra recentemente inaugurada e que permite contemplar a natureza na sua forma mais pura e intocável. Esta estrutura de madeira situa-se na margem esquerda do rio Paiva e permite numa extensão de cerca de 9km, observar percursos fluviais, estruturas geológicas e espécies em extinção na Europa. Arouca é uma vila muito agradável, limpa e organizada que oferece aos visitantes o que tem de 
melhor, para além da forma afável com que somos recebidos, o artesanato ou a deliciosos doces da pastelaria Rainha 3. Depois de nos saciarmos com uma saborosa trança com doce de ovos, esperavam-nos quase 18 km de estrada para chegar a uma das entradas do complexo. Após uma exploração no site percebemos que a entrada de Areinho tinha um grau de dificuldade menor e como tínhamos o tempo contado, optamos por esta em detrimento da outra. Após percorrer a estrada passamos pelo painel que anunciava a entrada sem percebermos. A atenção que é necessário dedicar ao traçado da estrada 
permite facilmente estas distrações. No final de mais um conjunto de curvas seguidas de 
uma discreta recta, lá estavam os passadiços que se erguiam montanha acima. A estrada nesta zona é estreita, cheia de curvas e perigosa, pelo que inverter a marcha é uma opção arriscada. Estávamos lá, perto, “em cima” da estrutura e queiramos muito aproveitar essa oportunidade, pois Arouca não nos é propriamente acessível. Ao questionar um vigilante, como o carro parado em plena faixa de rodagem, este informou-nos que o parque estava completo pelo que poderíamos estacionar à beira da estrada. Esta não no pareceu uma opção viável, pois para além de ser proibido, tornar-se-ia perigoso, uma vez que a visibilidade 
em toda aquela zona é limitada pelo traçado curvilíneo da estrada. Depressa percebemos que esta visita não pode ser feita sem um planeamento prévio, por isso os passadiços para nós, naquele dia, não passaram de um amargo de boca e de alguma desilusão. No nosso próximo destino esperava-nos a casa de Melgaço, um conjunto habitacional para os lados de Alfeizerão. O tempo piorou e a chuva fez-nos chegar mais tarde que o previsto. O alojamento é fácil de localizar, pois as indicações são claras, orientando adequadamente todos quantos desejarem conhecer esta mini aldeia dentro da aldeia. 
Depois de deixarmos a autoestrada na saída para Alfeizerão, toma-se o caminho em direção a Alcobaça e nesta estrada vira-se à direita para o Casal do Pardo. Na próxima localidade, a aldeia da Ramalhiça, encontra-se a casa de Melgaço. A cor cinza escura distingue-a do restante agrupamento de casas. A arquiteta Sara recebe-nos no meio de um tempo escuro e chuvoso, com um sorriso e uma atitude de satisfação que confortam. Depois de se passar o portão de entrada o mundo transforma-se e presenteia-nos com um espaço requintado onde as 4 casas se fecham e se oferecem para um relvado verde apenas interrompido pelo azul do conjunto de piscinas que complementam o quadro. A casa da vinha, aquela que nos estava destinada, recebeu-nos com a sua simplicidade e requinte. Paredes e tectos brancos 
apenas com um o outro apontamento de cor. Uma manta ou uma corrente que sustenta uma lâmpada em tom vermelho, um sofá cinzento a marcar a sua presença na sala, tapetes com formato e textura simples. A cozinha equipada e funcional, as paredes minimalistas. A salamandra como elemento de conforto e alma da casa. A cesta, cujo tipo e formato conheço desde miúdo, com todos os ingredientes necessário para o pequeno-almoço. O pão viria na manhã do dia seguinte, fresco, acompanhado de croissants e pães-de-leite. Quando o tempo o permite o saco do pão, personalizado com o nome de cada casa, fica pendurado na porta, mas quando a chuva marca presença a proteção do alpendre serve de resguardo 
 ao pão fresco e mole. O projeto foi erguido pelas mãos e pela criação do casal de arquitetos, atuais proprietários, a partir de antigas instalações do sr. Melgaço. A despedida deste doce lar fez-se visitando Alcobaça e o majestoso Mosteiro, primeira obra gótica erguida em solo português. Outra paragem obrigatória foi a pastelaria Alcôa, espaço já 
galardoado com vários prémios. Este local é uma tentação para os olhos e para a boca pois a variedade de géneros, formatos e cores, deixam qualquer pessoa presa às montras. A lista de nomes é grande, desde o torrão de abadessa ao toucinho do céu, os tachinhos do abáde, os ovos do paraíso, os segredos de D.Pedro ou os diários de D.Inês, são alguns dos muitos doces conventuais que podemos escolher e provar numa deliciosa e única experiência.