Diz a história que Santo António,
de seu nome original Fernando de Bulhões, nasceu há 700 anos na cidade de
Lisboa e que se tornou frade franciscano. A sua vontade de correr o mundo levou-o
até França,
Marrocos e Itália onde veio a falecer aos 36 anos na cidade de
Pádua. A este homem santo são atribuídos os amores bem sucedidos e casamentos
abençoados e duradouros. Mesmo para os não crentes, esta imensa tradição
religiosa e cultural é bem recebida pois a participação nas comemorações tornam
as festas bonitas e a integração das pessoas numa confraternização que não
conhece opções políticas, escolhas religiosas ou tons de pele. Todos gostam e reúnem-se
em convívio nos típicos bairros da cidade de Lisboa. Esta forte presença da
cultural religiosa deste Santo eleva a cidade de Lisboa a capital da festa tradicional,
unindo as pessoas, os bairristas e os passeantes numa confraternização pela
madrugada fora que se inicia logo na noite de 12 de Junho com o ponto alto no
desfile das marchas dos bairros na avenida da Liberdade. Gastam-se milhares de
euros mesmo em tempos de dificuldade pois o orgulho dos bairros e o
envolvimento das gentes que com fervor e dedicação se envolvem nesta causa não
pode sair beliscado por qualquer questão, seja ela climática ou económica.
Há
um nome a defender, um cortejo para preparar e muitos participantes para
engalanar, pois ao júri atento e exigente é preciso mostrar os trajes, as
letras das musicas e dos pregões, os passos de dança tantas vezes treinados.
Afinal é um orgulho participar na marcha e desfilar na avenida. Nesta noite os
bairros históricos da capital vestem-se a rigor, decorando janelas, varandas e
ruas. Um verdadeiro cartão-de-visita para os turistas que nos visitam nesta
altura e uma noite de negócio e de convívio para os moradores do bairro. Este
ano o 1º lugar foi arrecadado pelo bairro de Alfama. Como as marchas se
prolongam pela noite fora e o tempo é de cansaço e de merecido descanso,
aproveitamos para visitar Lisboa no feriado, fazendo turismo na nossa cidade
que se mostra como uma das mais belas da Europa.
Começámos a visita pela zona do
Beato onde um voucher nos levou até ao restaurante Prazeres do Beato sito na
Caçada Duque de Lafões. Um espaço recente, limpo e acolhedor com um serviço
agradável e uma ementa simples, cuidada e muito saborosa. A nossa escolha
recaiu sobre as carnes de porco preto (pianinho e secretos) que muito
apreciamos. Estava divinal! Saindo do beato em direção a Stª Apolónia,
encontramos sem querer o bairro de Alfama. Tem um enquadramento estratégico a
seguir à Graça e por cima do museu Militar. Percorrendo as ruas os nossos olhos
são convidados a apreciar os pormenores da decoração das ruas e varandas, os
chavões das roulottes de comes e bebes, das ruelas e arcos que aqui e ali
enquadram o Tejo, como só Lisboa sabe
fazer.
As ruelas são percorridas por gentes de todas as nacionalidades que de
máquinas em punho, documentam esta mostra tradicional, provavelmente única no
mundo. A nossa próxima paragem foi em frente à Casa dos Bicos onde foi possível
estacionar sem dificuldade. A grande homenagem ao nosso prémio Nobel da
Literatura, José Saramago, encontra nesta casa um museu com todo o espólio do
escritor. Pelas ruas fora chegámos à Praça do Comércio. Antes uma fachada
meticulosamente trabalhada despertou-nos a atenção. Sítio de culto em plena
baixa de Lisboa, onde vale a pena visitar. Trata-se da igreja de Nossa Senhora
da Conceição Velha, que foi destruída pelo terramoto de 1755, restando
unicamente o portal ricamente decorado com
pormenores manuelinos com destaque para anjos, flores, esferas armilares e a cruz da Ordem de Cristo.Logo no virar da esquina a seguir à igreja abre-se a monumental Praça do Comércio, residência típica da maioria dos nossos ministérios. Ao contrário das outras praças de outras cidades da Europa que são completamente fechadas, a nossa praça oferece-se às pessoas e abre-se ao rio, entregando a margem sul numa estreita relação visual. Do lado esquerdo da praça quando se desce para o rio, encontram-se agora magníficos restaurantes e esplanadas convidativas, deixando para trás o peso da política ministerial e oferecendo a quem passa, sol, qualidade e qualidade gastronómica. Todos os espaços que visitámos são de grande qualidade arquitectónica pois estão instalados em edifícios emblemáticos com arcadas e magníficos pés de altura.
Percorrendo cada um deles, encontrámos o restaurante Museu da Cerveja, o italiano Nossolo, o Ministerium
pormenores manuelinos com destaque para anjos, flores, esferas armilares e a cruz da Ordem de Cristo.Logo no virar da esquina a seguir à igreja abre-se a monumental Praça do Comércio, residência típica da maioria dos nossos ministérios. Ao contrário das outras praças de outras cidades da Europa que são completamente fechadas, a nossa praça oferece-se às pessoas e abre-se ao rio, entregando a margem sul numa estreita relação visual. Do lado esquerdo da praça quando se desce para o rio, encontram-se agora magníficos restaurantes e esplanadas convidativas, deixando para trás o peso da política ministerial e oferecendo a quem passa, sol, qualidade e qualidade gastronómica. Todos os espaços que visitámos são de grande qualidade arquitectónica pois estão instalados em edifícios emblemáticos com arcadas e magníficos pés de altura.
Percorrendo cada um deles, encontrámos o restaurante Museu da Cerveja, o italiano Nossolo, o Ministerium
e o irreverente Can the Can. Neste último fomos
convidados a entrar para apreciar a loja gourmet. Neste espaço reina a simpatia
e a originalidade. Procurou-se re-inventar os produtos portugueses enlatados dos
tempos dos nosso avós. Assim, a decorar as paredes no acesso à sala instalada
numa mesanine, é fácil encontrar todo o tipo de latas com todo o tipo de
produtos que fazem as delícias de que não conhece e de quem quer matar saudades
do velhos tempos. Por lá estão as conservas de sardinha, as filletes de cavala,
o atum Ramirez ou as latas de azeite Gallo, tudo genuína e orgulhosamente
português. A nossa visita turística à cidade terminou com um passeio à beira
rio no novíssimo e ainda inacabado Passeio das Naus que liga a Praça do
Comércio
ao Cais do Sodré. Mesmo com obras a decorrer vale a pena fazer este
pedaço de caminho à beira rio.
Os mais audazes molham os pés no velho Tejo,
outros aproveitam o sol que despertou em homenagem ao Santo António de Lisboa.
Quando ficar terminado este passeio vai ser complementado com um lago e jardins
para deixar o Tejo à vista e a cidade com mais cor. Um verdadeiro passeio dos
amores que o Tejo convida a percorrer! Viva o Santo António! De caminho até a
casa e inspirado pela época e pelas festividades santas ainda houve inspiração
para umas quadras populares:
Não nos peçam mais paciência
Para tanta austeridade
Mas venceremos com sapiência
Tamanha dificuldade
As sardinhas são o mote
A vontade, a razão
A noite pede o dote
Para cumprir a tradição
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