Thursday, December 29, 2011

Malta, Gozo e Comino

Malta é a principal ilha do pequeno arquipélago maltês situado entre a Europa e a África, em pleno mar mediterrâneo. Foi desde sempre cobiçado pela sua posição estratégica por vários povos e civilizações que foram deixando a sua marca cultural transformando a principal ilha do arquipélago, Malta, num magnífico agregado de palácios e fortalezas. Valetta, a capital de Malta é ela própria um misto cultural único onde convivem lado a lado cabines telefónicas vermelhas deixadas pelos britânicos com extraordinários monumentos e palácios deixados pelos Cavaleiros de S.João de Jerusalém.
A viagem até Malta requer alguma paciência, pois não existem voos directo para aquela ilha, fazendo-se o transporte, a partir de Lisboa, via uma das capitais da Europa, Frankfurt ou Milão. Este aspecto torna a ilha mais distante e a viagem demorada. O povo maltêz é muito cortêz. Apresentam traços muçulmanos e a pacatez típica dos povos da bacia mediterrânea. A ilha de Malta é toda ela em tons amarelo-ocre fazendo lembrar as influências da vizinha África. A arquitectura dos palácios é soberba e a preocupação com a sua manutenção é um garante. Toda a zona da ilha desde o centro até aos subúrbios é rodeada de marinas intermináveis onde repousam, entram e saem iates, barcos de recreio e de passeio a toda a hora. De diversos locais da ilha partem embarcações turísticas para as outras duas ilhas vizinhas, Comino e Gozo.
O propósito desta viagem foi a Conferência intercalar do Conselho europeu de Ressuscitação que decorreu no magnífico Mediterranean Conference Center, um dos mais imponente edifício da ilha. Encontra-se localizado adjacente ao Forte de S.Elmo, de frente para o grande porto de onde se avista a mais bela das paisagens com o Forte de . S Ângelo a dominar pela grandeza da sua fortaleza.
Os dias da conferência foram passados a assistir ao que de mais recente se vai fazendo em matéria de ressuscitação cardiopulmonar. A viagem desde a paragem do autocarro até ao centro de conferência fazia-se a pé, pois os autocarros não entram no centro histórico. O percurso é muito bonito e permite o contacto próximo com as rua comerciais, os cafés e tabernas. Todo o percurso é feito por ruas com casas apalaçadas com características típicas que se diferenciam pelas belas varandas trabalhadas, muitas em madeira e de corres garridas no meio do tom predominante que é o amarelo-ocre. Após o fim do congresso instalou-se mau tempo mas, como a estádia estava prevista com mais um dia e o tempo aliviou ainda houve tempo para dar um salto a Gozo a 20min de barco de Malta. Gozo é a segunda maior ilha do arquipélago. Na viagem avista-se muito de perto a irmã mais pequena, Comino, pelo seu aroma a cominhos e transformada em atracção mundial pela mágica lagoa azul. No centro de Gozo fica a Cidadela, trata-se de uma capital miniatura desta ilha. A ilha Goza de inúmeras atracções que vão desde os monumentos e templos, alguns completamente isolados no meio da paisagem, até às deslumbrantes vistas para o mediterrâneo. A costa da ilha é de cortar a respiração e merece uma visita demorada e a pé. Como não tinha muito tempo contratei um daqueles serviços de bus turístico que fazia o percurso à volta de toda a ilha mostrando os pontos mais importantes, podendo descer-se em qualquer lado e depois retornar a viagem. Acabou por ser a escolha acertada, deixando no entanto por ver alguns pontos interessantes e que mereceriam mais tempo e detalhe. Um local de paragem e visita obrigatória era em Dwejra. Trata-se de poderoso promontório no ponto mais ocident da costa dramática de Gozo. É uma zona rochosa perfurada pelanatureza que forma um arco com quase 100 metros de altura,desginado de janela azul. É talvez um dos fenómenos naturais mais espectaculares das ilhas maltesas. Do outro lado do rochedo enconra-se o mar interior. É uma lagoa pouco profunda, muito popular para nadar. Este mar interior encontra-se ligado ao mar aberto por uma única abertura na rocha, que forma um túnel que se pode atravessar de barco e que serve de negócio para os pescadores locais, que vendem passeios de barco a razar as paredes d túvel para nos deslumbrar no outro lado com um imenso oceano azul com penhascos recortados por fantásticas grutas cuja escuridão e arquitectura natual contrasta com o rebordo vermelho na linha de água, formado por fungos vermelhos. Outro local de visita obrigatória em Gozo é Victoria, a sua capital. Esta é coroada pela cidade antiga designada de Cidadela, que coros o topo de uma colina toda muralhada e e servia de protecção para os habitantes locais nos tempos dos corsários e sarracenos que levavam as pessoas para a escravatura. Era obrigatório por lei as pessoas passar a noite na protecção das muralhas. O dia passou depressa e logo chegou a hora de voltar. De regresso a Malta, as poucas horas que me restavam deitaram por terra quaisquer planos para visitar outros locais da ilha que é recheada de história e lugares encantadores. Fiquei com muita pena de não ter conseguido chegar a Mdina eRabat. Trata-se da zona de Malta com mais beleza sentimental. Antigamente estas duas povoações faziam parte da mesma povoação, mas o árabes muralharam Mdina e tornaram-na uma cidade-fortaleza. O pouco tempo que me restva foi passado a tentar observar e absorver pormenores da vida local e curiosodades gastronómicas. Descobri o famoso petisco dos malteses. Tratam-se de pasteis, uns em forma de empadas e outros em losangulos, confeccionados em massa folhada e recheados com queijo ricotta e outros com um preparado de ervilhas. Localmente estas delicias gastronómicas designam-se de qassatat. Muito locais da ilha ficaram por visitar, nomeadamente a zona norte da ilha onde existem praias de areia dourada e atracções para criaças, nomeadamente a aldia do Popeye, figura que preencheu o imaginário da minha infância. Chegada a hora de regresso apanhei o autocarro que demorou cerca de 1 hora a chegar ao aeroporto. Este é pequeno mas muito organizado. A julgar pelas filas de alguns balcões de check-in percebe-se quem são os visitantes e turistas favoritos da ilha, são o escocêses e ingleses que têm direito a balcões de check-in próprios e voos directos para os seus locais de destino. Aproveitei o tempo que me restava para deliciar de novo com um qassatat e aproveitar a net do aeroporto para terminar alguns trabalhos pendentes. O regresso deste belo local deixou vontade de voltar pois muitos foram os locais por explorar e que merecem uma outra visita.

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