Saturday, April 18, 2009

MONTE SANTO RESORT (Um Santuário no Barlavento)

A região do Carvoeiro, no Barlavento Algarvio, é uma região ainda rural com uma linha de costa caracterizada por zonas rochosas por entre as quais se abrem pequenas enseadas de areia fina e dourada, onde se pode gozar o sol e mar, como em nenhum outro local. Os acessos por vezes são mais complexos e chegar a estas mini-praias paradisíacas, constitui muitas vezes um desafio por entre areias e estradas de pedras batidas. O esforço compensa e, se for ao entardecer, somos presenteados pelas graças do sol que pincela as rochas espraiando-se nas areias e no mar deixando um rasgo de luz, beleza e nostalgia. Neste cenário que mais parece retirado de uma paisagem pintada em tela e saído da imaginação de um pintor de renome, surgem, aqui e ali pequenos santuários de conforto e prazer, onde se pode estar mais perto destes cenários de beleza. O Monte Santo Resort é um deles e encontra-se implantado em vários hectares de terreno à entrada da Vila do Carvoeiro, mais precisamente no Monte Carvoeiro. Este resort integra a cadeia Imocom e oferece aos seus visitantes alojamentos em villas e apartamentos apoiados por restaurante, bar, SPA, uma magnífica e generosa piscina interior, sauna, banho turco e um ginásio. O complexo encontra-se projectado em pequenas edificações distribuídas pela discreta irregularidade do terreno, envolvidas por pequenos jardins e relvado. A distância entre os núcleos arquitectónicos permite uma excelente visibilidade da maior parte do resort e a iluminação majestosa pelo sol. O elemento sempre presente e que liga todo complexo é a água. Um discreto mas marcante riacho recorta a paisagem do complexo, aproveitando o declive do terreno para se unir na zona nobre da unidade à gigantesca piscina exterior que constitui o coração do resort e permite jogos de reflexão que mudam em função da projecção do sol ou da chegada das indesejadas nuvens. Camas de água dentro de água, estrategicamente colocadas, convidam a momentos de absoluto repouso em contacto com o elemento líquido que convida à flutuação. Nesta beleza organizada respira-se tranquilidade, descanso, beleza e conforto. Os apartamentos foram-nos apresentados pelo Sr. José Boto (?) da forma mais simpática e pormenorizada a que alguma vez já assistimos. Em cada divisão foi-nos apresentada e explicada cada funcionalidade disponível, desde os interruptores que controlam a luz até ao ar condicionado e sistema de aquecimento do soalho. No final foi como se sempre tivéssemos habitado aquele espaço e nada nos parecia estranho ou desconhecido. Os espaços são cuidados, com mobiliário de qualidade, camas muito confortáveis e de decoração minimalista e clean, oferecendo índices de conforto elevados. Notam-se a escolha de materiais de qualidade em todas as divisões. As casas de banho são distintas com paredes e soalho revestidos de calcário conquifero marmoreado e uma mármore castanha líndissima a destacar a parede do lavatório. Os produtos de higiene são da L’Occitane (em provence) com um aroma penetrante, duradouro e inesquecível. Todos os pormenores descritos fazem-nos sentir bem e merecedores dos dias de descanso. No entanto, é inevitável não estabelecer comparações com outros resorts que já visitei, para perceber que já não dispenso os confortáveis roupões ou as magníficas cabines de duche, que aqui estão substituídas por banheiras com cabeças de duche multi-funcionais que vão desde o normal-champagne-massage-jet e rain. Um apontamento que, a meu ver, pode ser melhorado contribuído na plenitude para a classificação máxima que o resort já tem. Tudo o resto é irrepreensível, envolvente e confortável, permitindo boas horas de repouso. Um pormenor menos habitual e que por isso importa destacar é o soalho aquecido em todas as divisões, com controlo de temperatura autónoma, permitindo pisar o chão e sentir o toque quente da tijoleira que habitualmente nos provoca arrepios. Do ponto de vista das instalações e equipamentos de lazer, para além da piscina interior (já referida) com água límpida e bem aquecida, existe ainda um ginásio, que é modesto com pouco equipamento mas em boas condições de funcionamento. Também aqui faria falta um toque final de correcção de posicionamento dos equipamentos, que poderiam estar, ou dirigidos para a parede de espelhos com 2 ou 3 LCD’s frontais ou virados para a parede de vidro que mostra um exterior belo e natural. Existe ainda um campo desportivo para jogos diversos (ténis, futebol, etc.) bem cuidado e dimensionado e de utilização gratuita sob marcação. A unidade está equipada, por enquanto só no edifício central, com Internet Wi-Fi permitindo utilização da linha por quem tem computador próprio, sob o pagamento de 5 euros/hora. Esta é uma metodologia que ainda é muito frequente nos hotéis e resort’s em Portugal, mas que em outros países da Europa segue a política dos espaços públicos, isto é, manter o acesso livre por Wireless aos clientes portadores de PC portáteis, mesmo em hotéis que têm netpoint. A nossa estadia previa o pequeno-almoço sobre o qual não há muito a dizer. Tratando-se de um aldeamento turístico, esta refeição é apenas servida quando incluída em determinados pacotes de reserva, pelo que sentimos e muito a falta da diversidade a que estamos habituados em hotéis com outras características. A sala revelou-se manifestamente incapaz de absorver toda a gente quando vários clientes decidiam comparecer à mesma hora. Mas, o que estava disponível era bom e tinha qualidade. Os resorts em formato de aldeamento turístico têm características próprias inerentes à sua construção e funcionamento pelo que as funcionalidades são mais ou menos apreciadas e funcionais em função das épocas do ano. Em época de bom tempo é indiscutível que os passeios ao ar livre entre riachos e pontes fazem as delícias de pequenos e graúdos. Mas, quando o vento sopra e a piscina interior convida a um relaxante mergulho, voltar ao contacto com o exterior de volta ao agradável soalho aquecido, é uma aventura que se dispensa. A destacar um apontamento para a disponibilidade e simpatia permanente de todos funcionários do hotel, nomeadamente o Luís Vicente, o Hugo Gil e a D. Graça, na recepção, do Manuel e do Luís no apoio ao pequeno-almoço, e todos os que se dedicam ao apoio dos equipamentos de lazer, que estiveram sempre prontos para ajudar e agradar sem nunca lhes faltar um sorriso ou uma palavra de apreço. Este carinho conforta os visitantes deixado perceber que neste local se cultivam relações que ultrapassam o contacto casual do cliente que está de passagem. A estadia no Carvoeiro permitiu-nos ainda aproveitar pela primeira vez uma experiência Gourmet de “A Vida é Bela”, com que fui presenteado no aniversário. Escolhemos o restaurante o Caniço, no Aldeamento da Prainha no Alvor. Para lá chegar é necessário bom sentido de orientação e parar e perguntar aqui e ali para finalmente encontrar uma estrada sem saída com uma cancela que permite passagem apenas pedonal até ao cimo de uma falésia com uma paisagem arrebatadora. Depois, descem-se umas escadas e ao fundo, um túnel leva-nos a um elevador em plena falésia que termina num outro túnel que dá acesso ao restaurante. O Caniço encontra-se encrustado entre duas rochas. Trata-se de um espaço exótico e diferente com tecto de canas e cadeiras e mesas de madeira, muita luz e simpatia. A baía, o céu, o mar as rochas e as gaivotas compõem o resto do cenário. Escolhemos arroz de Lingueirão e Costeletas de Borrego grelhadas com molho de hortelã. Foi uma experiência agradável.

1 comment:

Anonymous said...

Olá!
Já li todos os post's e aguardo ansiosamente pelo próximo!
Não me surpreende a facilidade e a emoção com que te expressas, afinal já nos conhecemos há uns anitos!
Já tirei umas ideias para próximos fds! Vou voltar regularmente. Parabéns