Tuesday, February 5, 2008

Requinte e luxo à italiana, aqui tão perto… em Cascais (Grande Real Villa Itália Hotel & Spa)

E o prometido é devido! Cumpriu-se, no último Dezembro, mais um aniversário da minha querida mulher. Como este ano não foi oportuno a saída surpresa na própria data, decidimos adiar, e no último fim de semana de Janeiro, lá fomos nós rumo ao desconhecido. Desconhecido, o hotel, apenas por dentro, pois por fora já nos era muito familiar, conheciamo-lo desde que era ruinas da mansão do Rei Humberto II, também conhedico por “Rei de Maio”, assim chamado por ter reinado apenas naquele mês. Após a instauração da Republica em Itália, em Junho de 1946, o Rei e a sua familia exilam-se em Portugal, onde viveu 36 anos. Portugal era um país neutral durante a II Guerra Mundial e, pelo facto, foi escolhido por muitos exilados devido à sua situação de paz e à sua localização estratégica. O local mais procurado era a Costa do Estoril, também conhecida como a Riviera Portuguesa. Humberto II, sobrinho da Rainha Maria Pia de Saboia, Rainha D. Maria Pia de Portugal, chegou a Portugal em 1946. Ficou primeiro numa casa da Marquesa Olga do Cadaval em Colares para depois viver na casa do Conde de Montreal em Cascais. Depois conheceu a familia Pinto Basto que desponibilizou a sua residência de Cascais- actual Villa D’este- para que o Rei e a sua família se instalassem. Mais tarde e financiada por um grupo de monárquicos, veio a surgir neste terreno a “Villa Italia”, residência definitiva do Rei Humberto II e onde hoje está instalado o hotel Grande Real Villa Itália. As obras de reconstrução foram acompanhadas por nós em cada fim de semana que passeávamos por aqueles lados. A cada semana os restauros faziam antevêr que dali iria saír um edifício de grande riqueza e educação arquitectónica; claro que na altura era impossível prevêr os recantos e os detalhes do seu interior. Para isso, era necessário entrar, pisar, sentir, tocar. Foi este o presente que nos oferecemos pelo 42º aniversário da minha Maria. O quarto era decorado com materiais simples mas de bom gosto. As paredes, pintada de azul -cinzento, traziam à lembrança o mar que se espelhava na frente da janela. Por aqui e por ali encontravam-se espelhos (do tecto ao chão) simples, sem molduras, dando projecção e continuidade ao espaço do quarto já de si muito generoso. Alcatifa no chão, imaculadamente limpa e mobiliário branco tamponado por mármores de tons castanhos e dourados. Cortinas electrícas e luz de presença, bem como luzes indicadoras de disponibilidade de quarto, no exterior deste (qual semáforo luminoso que substitui os indicadores em papel que tradicionalmente penduramos no puxador exterior da porta para que não nos incomodem ou, por outro lado, dando a indicação de que o quarto se encontra livre para arrumação), completavam as novidades deste belíssimo local de alojamento. Almofadas fantástica! Voltaram os cetins nas bandas da cama e a enquadrar superiomente as cortinas. O mini-bar merece aqui um tratamento especial pois o seu conteúdo era exclusiva e totalmente gourmet. É o primeiro hotel onde encontro tal novidade. Para quem se quizer deliciar pode dar-se ao prazer de saborear pinhões com chocolate e limão (Zotter Balleros), chocolate de maracujá ou com sabor a vinho da madeira, bolachas de cerveja (loja Haro &Santos, na Rua da Industria Muscifal-Sintra), entre outros produtos, nomeadamente licores feito em Portugal (de figo, de bolota, de canela). O quatro de banho foi desenhado e pensado para 3 áreas distintas: cabine de duche, zona de banheira e lavatórios e sanita e bidé separados por uma porta de vidro fosco até meia altura. Tudo forrado com mármore lindíssimo em tons de castanho-dourado. O lobby do hotel é esmagador. Aqui sentimo-nos todos um pouco monarcas. O mobiliário tem um design clássico e nos tecidos predominam as cores escuras e douradas num misto inteligentemente pensado para dar conforto e classe. Por cada canto encontram-se quadros em pastel emoldurados em “talha dourada”, alguns ladeados por colunas marmoradas.
O SPA (salute per aqua) faz lembrar uma gruta egipcia. Para entrar, descem-se umas escadas suavemente declinadas e ladeadas por reachos de água que produzem som ao descerem cada degrau. Soberba a experiência. Lá em baixo e depois de nos trocarmos em balneários luxuosos, encontramos uma piscina de talassoterapia harmoniosamente desenhada com um espelho de água que reflecte a cor dourada dos seus ladrilhos. Depois de encher a alma com estes pequenos quadros idealizados e projectados pelo homem, aguardamos pelos nossos terapêutas num sofá em forma de meia lua onde até nos podemos deitar. Aí, sentimos ainda mais o conforto dos fabulosos roupões que nos envolvem, bebemos uma limonada e, finalmente, entregamo-nos aos prazeres divinos dos tratamentos. Entre circuitos de Talasso, Duche Vichy ou massagem localizada ou Craneo-facial, é só escolher, relaxar, entregarmo-nos e sentir os momentos de beleza que a vida nos oferece.
Dormir neste hotel, é sentir o toque suave e leve do edredon, o cheiro e o conforto das almofadas, é deixar o corpo adaptar-se a maciêz do colchão onde está devidamente entreposto um sobre-colchão. Acordar aqui é sentir que o mundo lá fora parou por umas horas. Aliás, durante a estadia dentro do hotel conseguimos mesmo esquecer a rotina, a casa, o emprego, as chatices, tudo. O pequeno almoço é muito requintado. O salão é grandioso e o mobiliário de cores claras contrasta com as cores pretas dos moveis de apoio e os castanhos de algumas zonas dos tectos e com o espelhos estrategicamente colocados em cada uma das paredes laterais da sala dando a falsa ilusão que ela triplica de tamanho. Em termos de iguarias passo a destacar o shot de arroz doce (sim, de arroz doce) e o shot de doce de abóbora com requeijão. Para brindar a mais este pequeno momento delicioso das nossas vidas, 2 fluttes de Petalo: Al Vino del Amore, um moscato engarrafado na Adega Algarvia em Almancil, de sabor adocicado e com um suave fundo de boca. E viva el amore.






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