Por estes dias e já com as
férias de Verão tão longe, apetece descansar. A época que se avizinha é de festa e de comemoração. Sendo assim, junta-se o útil ao agradável e descansa-se e comemora-se a quadra natalícia. Com pouco tempo para pensar ou organizar qualquer viagem mais elaborada e depois de uma navegação rápida pelos sites das companhias aéreas e pelas tarifas hoteleiras das cidades da Europa, a decisão foi rapidamente tomada. Ficar por cá e fazer mais uma incursão ao norte de Portugal. Por esta altura do Natal, o norte apruma-se e mostra aos seus visitantes o que de melhor existe nas suas tradições natalícias. Eu costumo dizer que no norte cheira a Natal, pois das casas saem os aromas das melhores iguarias que por estas terras ainda são genuínas. Aqui o cabrito é criado na montanha e a carne da vaca segue as normas da região demarcada a que pertence. O capão (vulgo galo) é criado à mão e constitui por isso um produto de enorme valor e qualidade gastronómica. A complementar este património gastronómico único e não menos valioso, a região norte do país goza de privilégios que lhe confere projecção além fronteiras. Fomos directos ao conselho de Baião, pois por lá, bem na encosta do Douro, ansiávamos conhecer o novíssimo Douro Palace Hotel. E porque a viagem era longa projectámos o almoço do primeiro dia na nossa muito
conhecida catedral dos leitões logo ali à saída de Coimbra. Vale a pena descrever alguns pormenores sobre esta zona, Para lá chegar, vindo do sul ou do norte, a melhor saída pela A1 é em Coimbra norte. Depois de percorrer cerca de 9 km que separam o acesso à auto-estrada na estrada nacional, a direcção a seguir é Coimbra e logo à frente encontramos as placas com as localidades de Fornos e Vilela. É só seguir e contornar a rotunda. O restaurante o Rui dos Leitões vê-se logo no início da rua. O espaço foi todo renovado à algum tempo e agora oferece aos ses comensais uma decoração moderna com mobiliário confortável e instalações que mais fazem lembrar uma sala de hotel. Bem, para comer não há dúvidas: leitão. É delicioso. Vem assado no ponto e é servido com rodelas de laranja, salada e batatas fri
tas. É uma paragem obrigatória e um prato que já não dispensamos quando viajamos para norte. A bebida obrigatória que deve acompanhar este pitéus dos Deuses, mas que deverá ser consumida com consciência e de forma moderada é o vinho frisante produzido e engarrafado pelas Caves Messias, para este restaurante. Trata-se de um vinho branco de rótulo humilde que lhe confere o nome, Viadores, discretamente gaseificado e de travo algo doce. É divinal!
Voltando ao Douro, e depois da preciosa ajuda do GPS, com relativa facilidade chegámos à freguesia de Santa Cruz do Douro. Logo a partir do nó dos Carvalhos é só seguir a indicação A3/A4 Braga/Viana. Depois de passar a ponto do Freixo e o estádio do Dragão à esquerda, temos que nos incorporar na A3 para depois entrarmos na A4. Depois é só percorrer cerca de 100km
, 50 do quais em estrada decente e outros 50 por curvas e contra-curvas, mas com uma paisagem deslumbrante. Finalmente e sem se deixar anunciar, pois as primeiras indicações que nos surgem sobre o hotel, são apenas em Baião, encontramos ali, sobranceiro ao Douro, no Lugar de Carrapatelo, o Douro Palace Hotel Resort & SPA. Visto do exterior é um edifício de linhas direitas e sóbrias, constituído por longos rectângulos debruçados sobre a encosta e virados ao rio. Ao entrar percebe-se que o hotel é muito mais do que isso. Dentro do edifício encontra-se outro de traça antiga que representa a antiga casa da família. A história é simples mas merecedora de projecção e até registo em brochuras para divulgação. Esta unidade nasceu da vontade de uma família, proprietária de várias quintas nesta região que decidi
u, depois de encontrar mais um conjunto de sócios e formar a empresa JASE -Empreendimentos turísticos Lda, aventurar-se pelo munda da hotelaria. Abençoada aventura! E já a pensar no futuro há um projecto para uma unidade de 5 estrelas na freguesia de Ribadouro, mesmo junto às margens do Douro, será o Grande Douro Hotel. A antiga quinta de São João deu lugar, com um aproveitamento da antiga casa de habitação da família a um hotel que se projectou a partir deste edifício central para um e outro lado. A riqueza do ponto de vista arquitectónico é impar. No módulo central funcionam os serviços de bar e restauração. A recepção e o lobby estão ao nível do 5ºandar e os pisos dos quartos projectam-se encosta abaixo pelo que, em vez
da tradicional subida para os quartos, aqui temos de descer. De facto, logo a partir do piso térreo, fica-se com a impressão que tudo o resto se há-de passar numa quota inferior, pois daqui projectam-se vários conjuntos de escadas para baixo e ao olhar pelos vidros, o Douro cumprimenta-nos lá em baixo, onde deambula calmo na sua infinita serenidade. A paisagem principal e que acompanha sempre o resort, é o Douro. Os quartos são muito confortáveis, forrados com alcatifa negra que faz a ponte a partir da cobertura de ardósia que decora todo o chão do hotel. Para as cabeceiras de cama foram escolhidas paisagens do Douro projectada nas traseiras dos roupeiros que separa o quarto das casas de banho. Ideia idêntica encontrámos no hotel Kenzi Menara Palace em Marraquexe. Dormir neste pedaço de paraíso permite acordar com o Douro aos nossos pés, pois todos os quartos gozam de uma magnífica vista para o rio. No restaurante, on
de predominam os tons castanhos e onde o tecto forrado com folhas de fibra ondulantes, traz a energia do rio para dentro do edifício, servem-se iguarias preparadas pelas mãos do Chefe Rocha que deixam os comensais presos pela boca e ainda mais apaixonados por tão belo lugar. Provámos como entradas creme de alho francês com gambas souté e azeite de crustáceos e presunto transmontano laminado, com pêra bêbeda, espargos grelhados e redução de LBV. A escolha do prato principal recaiu sobre o polvo grelhado em azeite de orégãos com batata de pele recheada, espinafres e maionese de alho. Para a sobremesa convencemos a simpática colaboradora do restaurante a desafiar o Chefe Rocha para no servir de novo a soberba pêra bêbeda que compunha o prato da entrada de presunto, uma tinta e outra,
por sua sugestão, branca. Divinal a branca pois era em tudo diferente da pêra tinta a que estamos habituados mas mesmo a tinta aqui é preparada em Vinho do Porto das castas da região. Da pêra branca sobressaem uma fusão de sabores a mel e canela numa mistura que deixa marca na nossa memória.
Voltando ao Douro, e depois da preciosa ajuda do GPS, com relativa facilidade chegámos à freguesia de Santa Cruz do Douro. Logo a partir do nó dos Carvalhos é só seguir a indicação A3/A4 Braga/Viana. Depois de passar a ponto do Freixo e o estádio do Dragão à esquerda, temos que nos incorporar na A3 para depois entrarmos na A4. Depois é só percorrer cerca de 100km

AXIS PORTO HOTEL - Finda a visita à esta região voltámos ao Porto onde reservámos o novíssimo Axis Porto Hotel, com inauguração em Março deste ano. Trata-se de um edifício de 9 andares de ar sofisticado com direito a monograma numa parede exterior do edifício. Vindo da A4 e saindo para Matosinhos a localização é facilitada pela constante orientação das placas estrategicamente colocadas. Fomos recebidos com um caloroso sorriso da recepcionista Marta que nos alegrou logo à chegada com um ug-grade para uma suite. O lobby do hotel é sofisticado e muito bem decorado. É fantástico apreciar as novas linhas de tendência decorativa dos decoradores modernos. Aquilo que julgávamos impossível de conjugar agora predomina no mesmo espaço com uma harmonia que nos permite cultivar a imaginação e inclusive dar largas às nossas ideias na tentativa de interpretar as relações entre as cores os padrões e a simplicidade das formas dos objectos e do mobiliário. As par
edes de mármore castanho raiado convivem no mesmo espaço com um chão preto e apontamentos dourados dos ladrilhos das colunas do edifício. Carpetes e tapetes há-os desde vermelho vivo a cinzas e castanhos, encimados com cadeirões e sofás com riscados brancos e pretos e padrões cinzas, numa harmoniosa conjugação de beleza. A sala de restaurante dá-nos a noção da continuidade do lobby, pois foi projectada em open-space. A separá-los dos outros espaços encontram-se elementos decorativos multifuncionais que dão vida ao local, permitindo múltiplas facetas decorativas. A suite é fabulosa. Tudo ainda cheira a novo. A surpresa começa logo à saída do elevador com motivos da cidade impressos nas paredes dos corredores e nas portas de cada quarto. Assim, mesmo dentro do hotel, a cidade cumprimenta-nos a cada passo, aguçando o apetite para a visitar e
até para descobrir edifícios e monumentos que por vezes não estão incluídos nas nossas visitas programadas. O alinhamento do mobiliário mostra uma projecção programada, pois tudo está no local correcto e com a funcionalidade prevista. A cama é o elemento atractivo da suite, pois a sua cabeceira em almofadas de pele creme e preta marcam a sua presença convidando a experimentar a colchão que tem o dobro da altura dos nossos lá de casa e a maciez das almofadas e do edredon, constituem motivos suficientes para noites de repouso em absoluto silêncio e máximo conforto. O SPA do hotel é pequeno mas funcional pois em nada fica a dever a locais de maior dimensão. Está equipado com piscina dinâmica,
sauna e banho turco para momentos de relaxamento sempre apetecíveis. Os nossos dias no Porto foram passados a visitar a tradicional baixa da cidade (Stª Catarina), na sua irrequieta atitude desta quadra festiva, o velhinho mercado do Bulhão, a provar as deliciosas rabanadas e a procura de sabores que marcam as nossas visitas quase anuais a esta magnífica capital do norte de Portugal. A merecer um apontamento final não posso deixar de descrever o jantar de aniversário da Micá que foi comemorado na cervejaria Gambamar na Rua do Campo Alegre. É um espaço que já conhecíamos graças à ajuda da preciosa recomendação do Lifecooler. As novidades deste ano foram a companhia do meu irmão, cunhada e sobrinhas que nos deram o prazer da sua comp
anhia e nos acompanharam sempre na visita à cidade e nas refeições. Não podíamos de deixar de lhes recomendar da ementa do Gambamar, o arroz de Lavagante, que já havia sido banido da ementa, mas que a competentíssima funcionária tão habilmente fez recuperar. Uma outra prova que nos deixou de água na boca e que ainda não conhecíamos foi a deliciosa sopa de santola. Trata-se de um caldo de marisco mas com sabor a santola e servida na concha da mesma. Simplesmente divinal. E assim se cumpriu mais um passeio pré época festiva que nos encheu a alma com mais uma mão cheia de novas experiências que a vida felizmente nos tem proporcionado viver.